A Centopeia Humana 3: Sequencia Final | Perturbador e chocante
02/06/2015Depois de uma longa espera, enfim, pude assistir ao terceiro e último filme da polemica franquia “A Centopeia Humana” que foi iniciado por Tom Six em 2009. Que causou um grande alvoroço, culminando em milhares de crítica por conta do grotesco processo cirúrgico realizado no filme.
O segundo filme foi muito mais além, em minha opinião, mas vamos manter o foco no terceiro filme.
Em A Centopeia Humana 3: Sequencia final somos levados a uma prisão de segurança máxima para criminosos sexuais. Prisão essa que é comandada com mãos de ferro pelo diretor Bill Boss (Dieter Laser) ao lado de seu contador, Dwight Butler (Laurence R. Harvey).
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Dwight exibe os dois filmes da Centopeia Humana a Bill, explicando que essa ideia pode ser aplicada nos prisioneiros como uma forma de punição, pois o método tradicional tem gerado muitos custos ao estado , e sequer são reabilitados.
De inicio Bill não dá atenção alguma e decide que castração ainda é um método muito mais eficaz de reabilitação. Infelizmente a castração não dá certo, mas fez um bem danado ao Bill, que comeu os testículos posteriormente.
Bill é sádico e mentalmente instável, algo que nem precisava ser dito se você notou algo diferente na imagem acima. Sim, ele esta devorando os bagos de um cara! OS MALDITOS BAGOS DE UM CARA!
Err… Obviamente que arrancar as bolas de um criminoso não tornará o comportamento dele menos agressivo, mas não torna tudo menos divertido para Bill, que ignora e segue em busca de outros meios para reabilitar e tornar menos violentos seus prisioneiros.
O fato do governador (Eric Roberts) ter dado um ultimato, só deixou Bill ainda mais perturbado, que passa cada vez ficar mais violento.
Depois de perceber que castrar o prisioneiro, apenas proporcionou uma iguaria para o almoço, ele acaba por aceitar a ideia de Dwight, que resolve chamar o próprio Tom Six ( Interpretando a si mesmo) e que durante o dialogo explica a ideia original para A Centopeia Humana.
Caso você não saiba, Tom Six concebeu ideia do primeiro filme durante uma conversa com um amigo, onde pensavam em formas punição para pedófilos e acabou surgindo a brilhante ideia de soldar a boca do pedófilo ao ânus de um caminhoneiro. Six gostou da ideia e usou em seu filme.
Dwight chega a conclusão de que não é necessário toda a mutilação apresentada nos dois primeiros filmes, então desenvolve por conta um processo único para a sua centopeia humana, onde os prisioneiros não são mutilado, mas deixa pequenas cicatrizes ao redor dos lábios e ânus, como um lembrete da vida de crime.
Inicialmente esse era o plano, mas Bill resolve deixar a sua marca e cria a Lagarta Humana, e que realmente é uma grande ideia, mas deixarei vocês visualizarem mentalmente como ela deve ser.
Um fato interessante sobre Dwight, é que ele sabe o quão instável é Bill, mas não deixa o desgraçado de jeito algum, nem mesmo quando demitido. Talvez seja por seu amor a secretaria/amante de Bill, ou amor por Bill, vai saber.
Secretaria essa que é interpretada pela atriz pornô Bree Olson, que aqui continua fazendo o que mais sempre fez artisticamente, mas dessa vez sem tirar a roupa.
No decorrer do filme, Dieter Laser mostra que não ganhou o premio de melhor ator alemão a toa, pois ele esta sensacional interpretando Bill, superando até mesmo o seu personagem de Dr. Heiter, no primeiro filme.
O personagem é insano em um nível doentio, sempre alternando seu humor entre crises de violência extrema e berros à dancinhas no mínimo estranhas quando esta feliz.
O mais importante é que o filme faz você pensar no sistema prisional como um todo, pois ele deixa claro que violência não é o caminho, mas mostra que o medo apesar de funcionar temporariamente, só faz com que a violência e indignação cresça ainda mais. Claro, sabemos que pode funcionar por um e outro, mas não é uma solução efetiva.
The Human Centipede 3: Final Sequence fecha a franquia com chave de ouro, se é que cabe aqui esse adjetivo.
Ele entrega muito sangue, violência e personagens curiosos e bem interpretados, conseguindo arrancar boas risadas em momentos questionáveis.
Não é um filme para pessoas sensíveis, sério, passem longe. Bill é racista, misógino e transpira o que há de pior no ser humano. Usa de discurso patriota para justificar algumas atitudes escrotas, inclusive há um diálogo engraçado onde ele questiona um personagem com um sonoro: Como assim você fuma charutos cubanos comunistas?
Nada que justifique sua escrotidão que beira ao absurdo, alias, uma prova de que nos adaptamos ao ambiente que nos cerca, pois Bill vive o tempo todo com medo de ser morto em uma rebelião.
Eu sei que algumas pessoas se prendem mais a ideia do “ass to mouth” e por isso nunca viu o filme. É compreensivo, acredite, não culpo aqueles que optam por ignorar filmes que excedem a violência comum.
Se bem que violência é violência, não consigo conceber muito bem essa divisão de isso é aceitável e aquilo não. Pelo menos aqui ela é extrema mas feita pra entreter, fazer você rir do que devia e ainda jogar uma critica de leve ao sistema e toda hipocrisia que rola.
Há filmes piores nesse aspecto, mas aqui em alguns momentos é gratuito. Sabemos que é uma violência gratuita mas com uma pitada de critica. Existem outros filmes que vão muito mais além, como A Serbian Film que me chocou muito mais.