Impressões do livro Jurassic Park de Michael Crichton
02/03/2017Jurassic Park foi um dos filmes que mais vi durante a minha adolescência, sem brincadeira. Meus pais e eu devemos ter assistido diversas vezes em seu lançamento. Chegamos a comprar a fita VHS na época. E como não tínhamos acesso a internet, mal sabia que o filme se baseava em um livro.
Anos mais tarde quando ainda a net discada reinava e eu havia aprendido a usar o buscador Cadê, descobri que havia um livro. Só que havia visto o filme tantas vezes que acabei por ignorar a verdade por trás das adaptações.
LEIAM – Frankenstein ou o Moderno Prometeu
Bem, graças a editora Aleph, eu pude ter acesso a essa obra e me absolver desse pecado. E por sinal a editora não mediu esforços e entregou uma edição belíssima. E esse é o segundo livro da editora que tenho acesso, e que me deixou boquiaberto com a capa, as cores e o cuidado com a diagramação.
No final do livro ainda temos uma entrevista bacana com o autor e um posfácio bem informativo.
O LIVRO E O FILME
É sábio dizer que adaptações cinematográficas tendem a ignorar pontos do produto original que não se adequaria ao público alvo. E o livro Jurassic Park passou por esse mesmo processo. Na tela temos um filme para a toda família, enquanto no livro o autor Michael Crichton nos oferece uma visão mais cientifica e assustadora do que realmente aconteceu no Parque dos Dinossauros.
O matemático Ian Malcom e a teoria do caos possuem um papel muito mais significante no livro do que no filme, assim como outros personagens, por exemplo: O advogado que é devorado pelo T-Rex no filme tem um fim diferente. Claro, você fica a todo momento pensando, é agora que esse advogado vai virar comida, mas no final meus amigos, que final foi aquele.
O livro tenta nos mostrar com a teoria do caos que o homem não tem controle total sobre a natureza e seres vivos no geral. É como se pudéssemos enxergar só até determinado ponto e mais adiante as reações são determinadas por fatores como clima, ações do homem e etc…
Também é preciso ressaltar que os velociraptors são os bichos mais assustadores de todo o parque. O T-Rex dá umas dores de cabeça, claro, mas os Velociraptors não estão para brincadeira. No livro eles possuem uma inteligencia comparada a de macacos ou até um pouco mais – Isso apenas no conceito ficcional.
Eu adorava os velociraptors do filme, só que Crichton não mediu esforços ao transformá-los em uma das piores criaturas do parque. E ficamos tão presos ao medo de vê-los soltos, que no momento em que você e os personagens se dão contas que esses safados estão espalhados por todo o parque, a minha vontade era só essa gritar.
ALGUMAS DIFERENÇAS
Enquanto Tim no filme era mais jovem, aqui ele tem 11 anos e sua irmã, Lex, possui apenas 7 anos. Eu não quero dar spoiler, mas como eu desejei que essa garota fosse devorada por qualquer dinossauro. Eu senti muita pena do Tim durante todo o livro, aguentar a irmãzinha chata não é tarefa fácil. Eu até tentei entender que se tratava de uma garotinha mimada de 7 anos.
Só que um empurrãozinho e contar aos pais que havia sido um acidente teria me deixado feliz. É, eu sou um monstro mesmo. Desculpa, é o instinto de sobrevivência querendo se deixar o mais fraco e irritante para trás.
Apesar da base central da história ser a mesma do que havíamos visto antes, ela é contada de uma maneira muito mais detalhada e com um aproveitamento bem melhor das habilidades dos personagens diante de toda a tensão que perdura pelas 500 e poucas páginas.
Não foi difícil entender o porque do livro ser tão famoso. O autor escreveu o livro baseado em diversos estudos e isso reflete a medida que teorias e teses são apresentadas por meio dos personagens. Ter uma narrativa próxima da realidade acaba por gerar uma imersão maior e uma sensação de cagaço constante.
CONCLUSÃO
Ao concluir a leitura do Jurassic Park, eu cheguei a conclusão de que o livro é muito melhor do que o filme, mas ressalto que são obras muito distintas uma da outra.
Eu já fui muito chato na adolescência, e se tivesse lido esse livro naquela época, provavelmente teria odiado o filme. Isso porque sempre criamos muita expectativa, mas, tento enxergar com bons olhos quando algo bom é feito baseado em obras que gosto, mesmo que ele não seja totalmente fiel.
Oras, nem tudo que está em um livro funciona bem na telona, eu disse isso no começo desse texto.
Jurassic Park é um livro que todos deveriam ler e não deve faltar na estante de ninguém que aprecie uma boa leitura, ou que goste do filme. É o tipo de livro que a medida que o tempo avance, você ainda sente vontade de reler e conversar com seus amigos a respeito.
Minha esposa teve que me aguentar chamando-a sempre para revelar detalhes ou discutir algumas ações adotada por determinados personagens. Quem me acompanha no instagram provavelmente viu que na empolgação acabei compartilhando uma foto com a morte do Nedry.
Espero que mais pessoas leiam o livro e se possível digam nos comentários o que achou do livro e suas diferenças com relação ao filme. E se gostou da resenha, saiba que o livro está em promoção lá no site da Editora Aleph.