Moonlighter | Agradável e desafiador
14/08/2020Moonlighter é um jogo que me atraiu bastante por conta do seu design após assistir a um trailer. Com labirintos procedurais e aquele visual todo colorido e leve, além de sua proposta inovadora: Cuidar de uma loja durante o dia e desbravar os labirintos esquecidos pelo durante a noite.
Com essa premissa, decidi eu me aventurar no mundo de Moonlighter e ajudar o jovem Will a prosperar com sua loja, que dá nome ao jogo.
Sem sombra de dúvida me surpreendi bastante com o que encontrei durante a jogatina, e depois de longas horas dedicados ao jogo, enfim, acho que posso contar minhas impressões.
Me acompanhem!
MÃOS À OBRA
Moonlighter foi concebido em 2016 depois de uma bom financiamento coletivo. Desenvolvido pelo estúdio espanhol Digital Sun e publicado pela estúdio polonês 11 Bits, que também publicou jogos como This War of Mine e o recente Children of Morta.
Tudo isso fez com que o jogo chegasse com muita expectativa para os amantes do gênero rogue-lite. No meu caso, fui atraído por sua mescla de gêneros, onde temos essa pegada de rogue-lite com gerenciamento de loja e o amado formato adventure rpg.
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Dito isso, vamos dizer que Will, o protagonista, precisará suar muito a camisa para conseguir ser bem sucedido e desbravar todos os segredos do misterioso portal que surgiu na cidade e vem levando muito aventureiros a um trágico fim.
Pegue sua pochete, calculadora, bloquinho de notas, sua espada e prepare-se para essa aventura.
Trabalhe, Explore e trabalhe mais um pouco
Como o herdeiro proprietário da loja Moonlighter, uma relativa e famosa no vilarejo, cabe a nós fazermos com que ela progrida enquanto aumentamos sua reputação.
Para isso, precisamos investir dinheiro na cidade, ou seja, melhorando a loja e trazendo novos comerciantes para o local. Isso tudo custa dinheiro. Muito dinheiro. E não é uma tarefa fácil de início.
Isso reflete na tentativa de Will explorar as masmorras usando uma vassoura logo na primeira tentativa. Consequentemente sofre pela escolha da arma, mas é acolhido pelo ancião do vilarejo, que nos conta um pouco mais sobre os portais e seus guardiões.
Tem que aprender na dor, né?
Na medida que vamos adentrando a masmorra e matando inimigos, coletaremos itens que poderão ser vendidos posteriormente em nossa loja. Essa é uma pratica que será extremamente repetitiva, não existe outra forma de se avançar sem focar na coleta de itens para venda.
Entendendo que nosso personagem é um empreendedor e aventureiro, durante o dia em que estiver tocando a loja, ainda precisará lidar com o gerenciamento de preços, afinal, precisamos ganhar dinheiro.
É nesse ponto que entra um dos aspectos mais importantes do game que é a venda dos itens. Toda venda causa uma reação no cliente, seja felicidade por pagar pelo justo ou por pagar muito menos por um item valioso.
E tomem cuidado, toda atenção durante a loja cheia para que nenhum espertinho roube seus itens.
As Masmorras e os Guardiões
O jogo base conta com quatro masmorras para desbravarmos, sendo que cada uma delas representa um elemento: Golem, Floresta, Deserto e Tech.
Toda as vezes que derrotamos um um guardião, recebemos uma chave para abrir o portal central.
Só que as masmorras possuem sub-níveis e são procedurais, logo, é importante ter uma reserva de dinheiro para retornar sempre que a mochila ficar cheia de itens, ou explorar bem para encontrar baú especiais que enviam diretamente para a loja.
Um fato interessante é que as batalhas em si contra os guardiões não são lá tão difíceis, achei os inimigos e obstáculos dos terrenos muito mais problemáticos.
Claro, isso tudo pode ser contornado investindo nos equipamentos, mas tem um custo.
É Preciso Investir Tempo
É preciso ir e voltar tantas vezes as masmorras e depois gastar um tempo vendendo os itens, para depois ir até o ferreiro comprar uma nova armadura e depois ir na feiticeira para encantá-las.
Quando se der conta, acabou o teu dinheiro e você vai precisar voltar de novo para coletar mais itens e voltar as vendas. É um loop infinito. Não enxergo isso como um problema, afinal, essa é a fórmula que funciona para os amantes do gênero.
Isso me afasta um pouco dele, porque consiste apenas em ir e voltar, sem se aprofundar muito. Talvez um elemento de nível de progressão do personagem me prendesse mais, só que isso fica restrito apenas aos equipamentos e melhorias da loja.
Bonito e agradável
Se é para ir e voltar a todo momento a Moonlighter, ao menos entregaram um mundo agradável, muito bonito e com uma trilha sonora gostosa de se ouvir.
Afinal, vamos passar longas horas nesse vai e vem, e uma trilha sonora acaba sendo indispensável ao meu ver. Coisa que o jogo entrega pontualmente, merecendo destaque para a trilha das masmorras, que passa aquela sensação de estarmos em uma missão grandiosa.
Por vezes retomei a jogatina enquanto estava estressado por fatores externos e me senti imponente ali dentro das dungeons, como se ali eu tivesse total de controle e o que fazia importava. Sensações como essa só podem ser alcançadas quando o conjunto conversa um com o outro.
Os gráficos, trilha sonora e jogabilidade estão em harmonia em Moonlighter.
Os detalhes que contam
As dungeons são procedurais, logo você nunca repetira o mesmo caminho em cada nova jogada, seja por conta de morrer ou simples retornar a cidade.
Com isso em mente, toda decisão precisa ser muito bem pensada e isso se estende ao gerenciamento de itens no inventário. Por exemplo: Em determinados momentos você estará com o inventário cheio, mas alguns desses itens possuem status. Na imagem acima vocês podem ver que o item vai enviar outro para cidade, contato que esteja na direção apontada.
Em outras situações o item se quebra você sofra muito dano, mas isso pode muda. Há outros itens coletados que podem quebrar essas maldições. Tudo isso é muito importante para conseguir equilibrar e avançar no jogo sem perder itens mais valiosos e fazer dinheiro.
Esse detalhe a mais só faz com que em determinadas situações você se veja obrigado a retornar, seja pela energia baixa ou mochila cheia, ou mesmo falta de poção.
O jogo te obriga a retornar constantemente e você logo se adapta a isso.
Concluindo
Moonlighter vai muito além do que eu pensava, mesmo não sendo um gênero que eu particularmente curta, mas gosto de me arriscar em experiências novas, como as que tive em DOOM Eternal.
Ir e voltar a todo momento pode não ser lá uma experiência bacana para quem não é acostumado, só que o jogo consegue harmonizar, como disse mais acima no texto.
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Um design divertido e leve, trilha sonora boa e uma jogabilidade simples e acessível. Tudo isso contribui para uma experiência agradável com o jogo, que só lhe cobra tempo para investir e aprender.
A cada masmorra vencida, uma recompensa, seja novos ovos que se tornaram seus companions, novos habitantes surgirão e você está ao centro de tudo isso.
Moonlighter não é um game pra você sentar no sofá e tentar fechá-lo em algumas horas, é um game para ir jogando aos poucos. A sensação de avançar é realmente prazerosa, e isso foi um dos fatores que permitiram que eu continuasse a jogar.
Ficou curioso? Pois o jogo está disponível no catalogo do Xbox Game Pass, e recentemente ele recebeu uma DLCs Between Worlds, que em breve trarei impressões por aqui.
O jogo foi analisado com uma chave digital de Xbox One gentilmente cedida pela desenvolvedora