Nippon Marathon | As Olimpíadas do Batoré
05/09/2020Com a enxurrada de jogos, pequenos e grandes, saindo todos os dias, é normal que vez ou outra, certos jogos passem batidos.
Muitas vezes por falta de esforço da publisher, outras por conta da imensa carga de jogos.
Dito isto, promoções deixam os jogos por um preço mais acessível aos nossos bolsos.
Vez ou outra, um desses jogos que você adquire numa promoção acaba sendo tão marcante, que você precisa recomendar aos seus amigos que o experimente o quanto antes, seja pela história bem escrita, gráficos estonteantes ou jogabilidade viciante.
Nippon Marathon, do estúdio independente Onion Soup Interactive… Não é um desses jogos.
Maratona do Japão
A história do jogo é… Curiosa. No Japão, existe um evento anual, a Nippon Marathon, que reúne centenas de competidores em uma corrida de obstáculos por todo o país, para decidir quem é o melhor e deve ganhar um prêmio fantabuloso.
Você escolhe entre quatro personagens peculiares e enquanto compete, descobre a sombria e bizarra história por trás da maratona. Será que você é capaz de derrotar o Bonitão Hazuki, campeão pelos últimos dez anos?
O enredo do jogo não se leva a sério em momento algum, com personagens extremamente exagerados e um clima que vai deixar você rindo entre um HEIN? COMO É? SÉRIO?
Se isso é bom ou ruim, depende muito do jogador. Mas, a história bizarra e sem sentido nenhum é um dos melhores pontos do jogo.
E, se você não deve ter percebido, sim. Nippon Marathon é inspirado no clássico game show japonês, Takeshi’s Castle, que deu origem as lendárias Olimpíadas do Faustão.
O que quer dizer que finalmente, as Olimpíadas do Faustão ganharam uma adaptação em videogame… Ou quase isso.
Pule, Desvie, se Abaixe, Mergulhe e… RNG?
A parte central do jogo é a Maratona, onde você escolhe um dos quatro protagonistas, o garoto lagosta J DARWIN, a fanática por vida marinha Elizabeth Nishibori, o Velho com roupa de marinheira Zenbei e o furry Snuguru Maestro (inspirado no cachorro do casal que fez o jogo), e disputa diversas provas pelo país.
As provas consistem em corridas contra outros três competidores, desviando de obstáculos e tentando não ficar pra trás. Você pode pegar itens para consumo (eles dão um boost de velocidade), ou podem ser usados para seu benefício, seja atrapalhando seus oponentes, ou flutuando por partes do cenário usando o abacaxi como um balão (não, não faz sentido).
Cada competidor começa a corrida com quatro estrelas e ganha uma estrela se chegar a um ponto da fase onde o resto dos competidores ficou muito para trás, gerando um check-point.
Nessa condição, os adversários perdem uma estrela e outra estrela pode ser perdida caso o jogador caia em um abismo.
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Estrelas podem ser ganhas em mini games que aparecem de maneira aleatória nos checkpoints da partida, e honestamente, eles meio que quebram a fluidez da corrida.
Os controles são bem simples, numa visão isométrica, você tem um botão para pulos, outro para se abaixar (desviando de obstáculos na altura do rosto), dois botões para consumir cada um dos itens que você conseguir segurar na mão, dois botões para usar esses itens e um botão para mergulho, que pode ser usado em conjunto com o pulo, para atravessar abismos.
Porém, não são os controles que vão te manter jogando. É a bizarrice da situação. Porque, apesar deles funcionarem de maneira decente, a física de ragdoll impede que o jogo seja mais do que é, não vai ser só uma vez que você vai se estabanar no chão ou cair num abismo que você acha que deveria ter passado. Diabos, teve uma vez que o jogo me mandou pro mesmo check-point umas três vezes porque NINGUÉM passava de um ponto.
O Batoré dos Videogames
A primeira coisa que você nota ao olhar o jogo. É que ele é feio. Os retratos dos personagens em formato de anime, usados nos diálogos, materiais promocionais e telas de loading podem te iludir, mas no jogo, dentro lá, quando você vê as cenas.
TODO MUNDO LÁ É FEIO QUE DÓI.
As animações nas cutscenes são simplesmente horrendas e duras, e só contribuem pra deixar essa abominação em forma de gráficos impregnada na sua mente. Os cenários são genéricos e não ajudam muito.
Pra eu não dizer que algo no jogo não me divertiu de maneira genuína, a par da história, existem um Party Mode para até oito jogadores, onde os mesmos podem se enfrentar em uma partida de boliche usando carrinhos de supermercado, ou em pistas que lembram o Takeshi’s Castle real, sem a loucura do jogo.
Esses modos, apesar dos jogadores se alternarem, conseguem divertir mais que a Maratona do Modo História.
Veredito Final
De maneira curta: Não compre Nippon Marathon. Pelo menos não pelo preço cheio, não importando a plataforma.
É um jogo que pode te divertir pelo non-sense, por isso, caso crie coragem de comprar, é melhor esperar uma promoção.
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A jogabilidade é mediana na melhor das hipóteses, os gráficos são feios e a trilha sonora é esquecível, onde apenas se destaca o tema da corrida final, cantado por Diana Garnet.
Quem é ela? Não sei, só sei que está no site da produtora, e é um tema honestamente bom. E ainda assim, o jogo pode não te agradar, tenha em mente isso.
Nippon Marathon está disponível para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch.
A análise foi feita com base na versão de Playstation 4.
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