Dragon Quest II: Luminaries of the Legendary Line | Análise
19/07/2021Introdução
Originalmente lançado para o Famicom em 1987 e três anos depois no ocidente com o nome de Dragon Warrior II, o game se passa cem anos após os eventos do primeiro jogo (que a análise você lê aqui).
Dessa vez acompanhamos as aventuras dos descendentes do Herói do game original.
Assim, dessa vez temos três personagens formando uma party, evoluindo em relação ao DQ1, onde só controlávamos um herói solitário.
LEIAM – Dragon Quest | A origem dos JRPG’s
A party dessa vez consiste nos príncipes de Midenhall e de Cannock, além da princesa de Moonbrooke. Os três partem em busca do mago maligno Hargon, que destruiu o castelo de Mindenhall no início do game.
Evolução de gameplay
Apesar da mudança mais drástica da sequência ser o controle de três personagens, ainda temos um mundo muito mais extenso, que conta com as cidades de DQ1 e mais um continente a ser explorado posteriormente.
Em relação às batalhas, como a party tem mais personagens, agora também aparecem mais inimigos ao mesmo tempo. Já as lutas continuam aleatórias como todo RPG daquela época.
Outras mudanças e melhorias incluem mais itens, habilidades e magias, além de ser o primeiro da série a contar com um navio onde o jogador pode explorar todo o mapa após determinado momento da história. Todas essas mudanças viriam a ser marcas que nunca seriam mudadas nos jogos futuros.
História
O resuminho que dei no primeiro parágrafo foi o suficiente pra explicar o roteiro, que é bem básico. Ainda assim, os nuances fazem DQ2 ter muito mais carisma que outros RPGS de sua época.
Uma característica da série — que a difere de sua irmã adotiva, Final Fantasy — é ter histórias mais simples e com mais humor, se assemelhando à um conto de fadas medieval, sem muito fantasia ou alegorias.
Em Dragon Quest II, temos diversas cidades, onde é absolutamente necessário conversar com todos os NPCs, pois cada um deles é essencial, seja para dar dicas do próximo passo a ser seguido ou para explicar algum aspecto da lore daquele lugar.
Por exemplo: em uma cidade, existe um homem bêbado escondido em um canto da cidade, fugindo da esposa; já em outra vila, só existem mulheres, pois os homens desapareceram depois de uma viagem para pescar, entre outros causos que ajudam a colorir o roteiro principal.
Isso é incrível em um jogo dos anos oitenta, pois essas pequenas historinhas fazem os personagens das cidades terem muito mais serventia do que apenas entregarem itens chave ou avançar o roteiro.
Dificuldade
Infelizmente, o pior fator de DQ2 é a dificuldade desnecessária, principalmente em seu final.
Isso talvez seja uma característica de todos os jogos do Nintendinho de sua época, com pontos onde o jogador não tem dicas suficientes in-game para avançar, ficando totalmente à deriva, caso não queira procurar um detonado.
LEIAM – Dragon Quest VIII | Terminado meu primeiro DQ
As batalhas tem um pico de dificuldade na última parte, forçando o jogador a fazer o famoso grinding por horas até alcançar um level mínimo necessário pra enfrentar a última dungeon.
As diversas versões do game
Esses problemas são facilitados na versão de Switch e mobile (usada nesta análise), pois ela possui tradução atualizada e uma ótima função de Quick Save, essencial se você não quer simplesmente largar o game por raiva.
Essa versão também possui um baú que alivia a perda de dinheiro em caso de game over.
E por fim, os itens escondidos no World Map agora possuem um brilho, pois incrivelmente não existia isso no seu lançamento original.
Graficamente o jogo fica melhor, porém por ser um port de uma versão pra flip phones japoneses do início dos anos 2000, temos uma inconsistência constante, onde os sprites dos personagens se assemelham aos de um jogo de Super Nintendo, porém não combinam muito com os cenários.
LEIAM – Aniversário de 10 anos do blog Gamer Caduco
Em batalha, usam-se as artes originais feitas pelo Akira Toriyama, porém os inimigos não são animados. Isso seria até aceitável no port original para celulares, mas fica bem feio em aparelhos modernos, principalmente no Nintendo Switch.
O port feito para Super Famicom anos antes não possui as melhorias da versão de Switch, porém é esteticamente mais bonito. Também existe uma versão para Game Boy, porém seu maior mérito é apenas ser melhor que o original para NES.
Conclusão
“Dragon Quest II: Luminaries of the Legendary Line” está longe de ser o melhor game da série, e sua dificuldade pode assustar aqueles que querem conhecê-la.
Acredito que jogar Dragon Quest II seja como assistir um filme em preto e branco: à primeira vista pode ser um pouco dolorido, mas estando com o mindset correto, sabendo das limitações da época, é possível se divertir de forma satisfatória, mas fique ciente de que entre os 11 jogos principais, esse é um dos menos gostados entre os fãs.
A série Dragon Quest viria a atingir o sucesso maior no Japão com o próximo jogo, que viria a fechar a trilogia original, mas isso já é uma história para outro dia.
_____
Essa análise foi feita com uma cópia pessoal do game para Nintendo Switch.