Hell Blasters | Até jornalista pode jogar
27/10/2021No meu texto de Gleylancer, eu falei sobre relançamentos. E está pra sair o remaster (mais um) da trilogia de GTA do PS2. E boy, oh boy, a Rockstar foi cretina. Cobrar 300 reais em 3 jogos com mais de 15 anos. E TEM GENTE DEFENDENDO, porque os originais venderam bem. 300 reais por uns shader vagabundo em jogo velho. Faça-me o favor. O que isso tem a ver com o jogo de hoje? Nada.
Assim como não tem nada a ver o fato de que eu deveria ter escrito esse review mais cedo, mas durante parte do mês eu estive ocupado com a Brazilians Against Time. E não, não teve nada a ver com o fato de que eu voltei a jogar Genshin Impact. Não senhor. Enfim…
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Eu adoro shooters. Isso vem desde lá o Nintendinho (no meu caso, Turbo Game), onde eu passava ódio com Magic Carpet 1001 (um bootleg safado que vinha com o console) e Tiger Heli, além de me divertir de verdade com Dragon Spirit. O tempo passa e acabo me aprofundando no gênero, ao menos depois de adulto, graças aos shooters do PS2, e as maravilhas do Mame.
Hoje em dia, mesmo o gênero não sendo representado como antigamente, ainda existem desenvolvedores que apostam em shooters, porque o público, apesar de nicho, ainda é fiel. E no começo desse mês, chegou ao PC “Hell Blasters”, que você confere a análise.
Vamos acabar com a guerra… Usando de violência
Você está no papel de Winter (ou de Summer), dois jovens que entram para os Hell Blasters, equipe de mercenários bem treinados que pretende acabar com a guerra, nem que para isso tenham que explodir mais estruturas e inimigos que um filme do Michael Bay…
Ou você pode viver essas aventuras de maneira lúdica, jogando o Arcade de Hell Blasters, onde os acontecimentos do modo história não passam de ficção em um jogo de fliperama.
A história de Hell Blasters é só uma desculpa para você fazer as coisas explodirem, então não vou ser muito severo com o jogo.
Simples e efetivo, até jornalista pode jogar
Hell Blasters tem dois modos principais de jogo, o Arcade Mode, onde jogamos por 5 fases, ou o Modo História, onde essas cinco fases são intercaladas por tutoriais ensinando as mecânicas e pormenores do jogo, e divididas em 36 pedaços. Também conhecemos mais sobre a luta dos Hell Blasters e sua missão, em cutscenes.
A minha primeira recomendação a quem for jogar Hell Blasters é começar pelo modo história, porque não somente o jogo vai lhe ensinar tudo o que for necessário para sobreviver ao inferno de balas, e as fases não irão parecer tão grandes assim. Porém, se você jogar o modo arcade primeiro, prepare-se, porque as fases são longas…
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Muito longas…
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LONGAS PRA CARALHO!
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Você possui quatro boitões de ação, o tiro normal, que pode ser concentrado ao deixar o botão pressionado, porém isso vai diminuir a velocidade da nave, o botão da bomba que garante um momento de invencibilidade e limpa a tela (se você tomar dano/perder vida, o jogo soltará uma bomba antes do dano ser computado, então é melhor guardar as bombas pra usar como hit points extras).
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Há um botão pro auto-fire, ideal pra quem não gosta de mashar em shooters, e o botão do ataque especial que utiliza uma barra de energia e pode destruir os tiros rosas. Essa barra recarrega sozinha e o ataque especial é bastante útil para sair de umas enrascadas.
Graças a convenção moderna dos shooters, trazida pelos bullet hells na segunda metade dos anos 90, a hitbox do seu personagem não está atrelada a nave inteira, mas somente ao cockpit, permitindo manobras evasivas em situações mais extremas (útil especialmente nas dificuldades mais elevadas).
O jogo é extremamente amigável com iniciantes, indo um ponto além de colocar a dificuldade “Easy”, temos a dificuldade “Jornalista” que por si só, já vale a compra do jogo. E se você for versado na arte do Bullet Hell, não vai se decepcionar com as dificuldades mais altas. Finalizando, se você for um purista das navinhas, o jogo tem modos de vídeo para você se sentir em fliperama, incluindo aí o Tate.
Não deixe os gráficos em 8-bits te enganarem
Se você olhar puramente as screenshots do jogo, pode pensar que Hell Blasters saiu do NES ou do PC Engine, porque graficamente, ele é bem simples. O design das naves não ficaria deslocado em um jogo dos anos 80, tampouco os cenários, igualmente simplistas. Apesar de tudo, ele é harmonioso de algum jeito.
As cutscenes feitas em pixel art são charmosas e contam alguns pontos, e o jogo foi ao infinito e além ao incluir cutscenes, já que no modo arcade temos finais diversos dependendo do personagem a ser jogado e da dificuldade escolhida.
A trilha sonora do jogo é bem composta e animadinha, ajudando a manter o clima do jogo. Não tem temas memoráveis como Gleylancer, mas é uma trilha bastante competente.
Só pelo Jornalista já valeria a pena
Só pelo jogo incluir a dificuldade Jornalista, eu recomendaria Hell Blasters, porém o preço é um pouco salgado pra um shooter simples (ainda que competente). É divertido e bem feito, mas talvez você queira esperar uma promoção.
Ele não é absurdamente caro como os shooters usualmente lançados no PS4, mas em meio a crise econômica da nossa republiqueta de bananas, qualquer real economizado, pode ser reutilizado em outros jogos.
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Hell Blasters está disponível para PC e essa análise foi feita com uma cópia digital de PC gentilmente cedida pela Playshift Games.