Gynoug | Homens voadores não são anjos

Gynoug | Homens voadores não são anjos

16/11/2021 0 Por Aleskis

Senta que lá vem historia

Algumas semanas atrás eu passei 1 mês inteiro na casa do meu pai. Já não sei oque é morar com ele a mais de 15 anos e a minha sensação foi de me sentir como criança de novo. Sempre lembramos dos momentos quando morávamos no nosso primeiro apartamento, na época que meu pai ainda gostava de vídeo games.

Eu diria que foi ele quem me influenciou nesse hobby, sempre me contando sobre a época em que ele passava o dia jogando nas máquinas de fliperama. Uma em especial que ele sempre menciona era uma tal de Columbia, toda vez me dizendo de como o jogo era incrível e que vinha uma nave grandona atirando um milhão de balas, e que ele conseguia travar a máquina passando do limite de pontuação.

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Eu sempre escutava essa história mas nunca dei muita bola pra saber que tal de Columbia era esse, até passar por esse período na casa dele e resolvi pesquisar mais sobre. O jogo do qual meu pai tanto falava era o tal do Xevious, desenvolvido pela Namco e lançado em 1982 chegando aqui com o outro nome que já mencionei pois imagino que o título original era muito excêntrico pra época e só chamariam por aqui de “Chevious”.

Gynoug

Revivendo o passado

No fim das contas eu baixei o jogo e um emulador, configurei bonitinho e coloquei meu pai pra testar, e talvez eu tenha acendido um pouco daquela gana de jogar nele.

Pra quem não joga nada faz anos foi legal demais ver ele se divertindo e tentando melhorar a cada tentativa. E era meio que isso que fazíamos todo dia, pelo menos em uma parte da manhã e da noite ficávamos tentando bater um o recorde do outro.

Nos primeiros dias tava legal, mas no final do mês eu já estava enlouquecendo. Eu já não sou muito chegado em jogos de navinha (é assim que eu chamo) e Xevious não é o melhor exemplo desse estilo.

Me de algo que não seja só uma repetição por pontuação, me mostre diferentes fases com início meio e fim, Power Ups interessantes e talvez seja o suficiente pra me interessar.

Gynoug

Asas de quem?

Foi assim que Gynoug atendendo essas expectativas, caiu na minha mão como uma luva. Um Shoot’Em Up horizontal feito pelo estúdio japonês Masaya Games (Langrisser, Cho Aniki) lançado em 1991 para Mega Drive, veio para o ocidente com o nome de Wings of Wor e agora está sendo relançado e publicado com o nome original pela Ratalaika Games.

Na real eu não fazia ideia da existência desse jogo, da minha infância a adolescência eu sempre fui o cara da Nintendo e o mais próximo de jogo de “navinha” que jogava era Star Fox 64 (que é um dos meus jogos favoritos da vida) então não cheguei a jogar muitas coisas de Mega Drive que não fosse Sonic ou Columns.

Gynoug

Relançamentos sem muitos floreios

De cara, essa versão de Gynoug vem com quase tudo que você espera de um port de jogo antigo.

Opções de controle, filtro do vídeo, tamanho da tela, save state, possibilidade de ativar cheats e um botão pra rebobinar. Tudo isso te dando a possibilidade de criar sua própria experiência com o jogo, você pode jogar da maneira mais pura, ou selecionar alguns cheats pra facilitar o jogo, ou no meu caso usar e abusar do rewind sempre que estivesse no limiar do game over.

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Isso tudo é muito legal mas eu já queria deixar a minha crítica pra esse e outros relançamentos de jogos antigos, tipo, não custa nada colocar alguns extras como galeria de arte ou até mesmo um manual digital.

Megaman Legacy Collection faz isso muito bem deixando disponíveis várias artes e esboços como bônus, ao invés de só emular um jogo pras novas plataformas, poderiam aproveitar e agregar um pouco mais de conteúdo.

Me dê contexto

Aliás eu tive realmente que procurar mais informações pelas interwebs pra entender o que raios é esse jogo já que não existe nada nele que te dê algum contexto, se não eu só iria escrever que tu controla um anjo atirando bolinhas e matando um monte de monstros bizarros.

Segundo o manual da TecToy, a história de Gynoug se passa em Iccus, planeta dos “homens voadores”. Você controla um deles que se chama Wor, que parte numa jornada para livrar seu planeta de um vírus chamado Destroyer e sua prole.

No caminho para conseguir tal feito você precisa passar pelas 6 fases matando os mais diversos tipos de inimigos que vem pela frente ou por trás. Eu gosto que os bichos são bem variados e cada fase além de sempre variadas uma da outra também te apresentam um sub chefe e um chefe que são bem únicos. Monstros grotescos, alguns misturados com metal e máquinas, é bem da hora.

Atirando com as forças da natureza

E típico desses jogos são os upgrades que você vai coletando conforme avança na fase e vão te ajudar bastante.

Alguns deles são as esferas azuis que aumentam a capacidade de tiros e as vermelhas que aumentam o dano, existem outras esferas que mudam a direção e o quanto os tiros se espalham. Tem também as penas que quanto mais você coleta, mais veloz fica o seu personagem. Felizmente mesmo depois de morrer você não perde essas melhorias por completo, elas só diminuem conforme você vai perdendo as vidas.

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Existem também uma variedade de armas secundárias que o manual traduzido pela Tectoy de Gynoug chama de “Forças mágicas da natureza” UOU! São basicamente itens limitados de ataque e defesa que vão aparecer de acordo com a fase. Eles aparecem na forma de pergaminho e você pode segurar até no máximo 3 deles.

Alguns são mais uteis que os outros, mas oque vale é a variedade. Tem uma que invoca raios na parte superior da tela, outro que atira bolas de fogo pelas diagonais, tem um que invoca uns anjos (ou seriam homens com asa) pra te proteger de projéteis inimigos.

Gynoug

É legal, mas não vale uma pena de asa do Wor

Como jogo de navinha, eu diria que Gynoug não é dos mais difíceis mesmo jogando direito (sem usar os benefícios da emulação). Com prática e sabendo oque vem pela frente da pra zerar tranquilo, mas se você só quer chegar no final e ver monstros com visuais da hora da pra usar e abusar do rewind e mesmo assim se divertir com o jogo.

Pra mim que não tem o hábito de jogar shmups eu diria que ele não é nada de mais além dos visuais dos chefes, o que me deixa curioso de saber por qual motivo decidiram gastar recursos pra relançar esse jogo.

A falta de alguns extras também me faz questionar o porquê que alguém gastaria dinheiro nesse jogo ao invés de só emular no computador que já trás todas as qualidades de vida que já mencionei. É legal trazer jogos antigos a tona mas por favor, pelo menos que deem um bom motivo pra isso!

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Essa análise foi feita com uma cópia digital de PlayStation 4 gentilmente cedida pela Ratalaika Games.