Starlight Shores | Me reconectando com meu passado

Starlight Shores | Me reconectando com meu passado

16/02/2022 0 Por Geovane Sancini

Vou ser completamente honesto, eu não sei como fazer a introdução desse texto. Mas enfim, a Penguim Pop Games surgiu, criada pelo diretor técnico da Ratalaika Games, para trazer aos consoles, jogos que talvez a Ratalaika não queira trabalhar (ou qualquer outro motivo). E quando a publisher nasceu, alguns jogos foram anunciados. Nowhere Girl, Starlight Shores e The Pizza Delivery Boy who Saved the World.

Nowhere Girl foi lançado para todas as plataformas no fim de outubro do ano passado, e no final de janeiro, Starlight Shores, desenvolvido pela Delphinium Interactive saiu para consoles.Confira conosco a análise do jogo.

Starlight Shores

Reprodução/ Penguim Pop Games

 

Um fim de semana para corrigir um erro

Você está no papel de Will, um estudante universitário que foi convidado por sua amiga de infância Theo, para passar o fim de semana de seu aniversário numa casa na cidade de Seaside, graças a um sorteio que ela ganhou. A questão é que como você e ela fazem faculdades diferentes, acabaram perdendo o contato e você não a vê ou fala com ela fazem seis meses.

Theo vai levar sua amiga (da faculdade) Lena, enquanto que Will estende o convite a seu colega Alec, que insiste em ir sozinho e te manda na frente. Você chega antes dele, certo de que Alec deu o bolo em vocês (algo que era esperado). Porém, ele chega, acompanhado de sua (atual) namorada Erika.

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A única coisa em comum que Erika tem com Theo, Will e Alec, é que ela é da mesma cidade pequena e estudou na mesma escola, já que eles não faziam parte dos mesmos circulos sociais da escola.

Será que Will irá descobrir seus sentimentos por Theo? Encontrar uma paixão em Lena? Ou os meses separados de Theo foram o suficiente para ele seguir em frente? Tudo depende de você.

Reprodução/ Penguim Pop Games

 

Um pouco de realidade, ainda que de maneira fantasiosa

Starlight Shores é uma visual novel que trata de uma coisa até que mundana. Após o fim do ensino médio, é comum que amigos acabem seguindo caminhos diferentes, pode ser por razões de mudança de casa, ou faculdade a pessoa faz. São poucas as amizades que continuam, e as que mais vale a pena manter.

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O jogo é relativamente curto, durando cerca de duas horas e meia pra um playthrough sem pular os diálogos. Honestamente, eu gostei de como os personagens foram abordados.

Nenhum deles é tido como perfeito, cada um tem seus pontos fortes e fracos, a Theo é insegura quanto ao próprio corpo. A Erika cansou de bancar a boa menina e passou a farrear sempre que possível, e a Lena esconde que gosta da Theo.

E nesse meio termo, temos momentos genuinamente bem humorados, mas sem ficar deslocados. E claro, temos um pequeno toque mais fantasioso com a questão do pedido a ser feito a uma estrela cadente, mas é isso. É no fim das contas uma história sólida.

Starlight Shores

Reprodução/ Penguim Pop Games

É um jogo bonito, não posso mentir… E sonoramente agradável

Visual novels nunca irão bater de frente com os AAA em termos de orçamento ou mesmo público. Porque a não ser que o jogo chame a atenção de youtuber do FoTM (Flavor of the Month, ou Modinha), ou seja algum meme (olhando aqui pra visual novel do Pombo e a do KFC), o público mediano vai passar batido por visual novels.

É um gênero nichado, mesmo com a aceitação dele hoje em dia sendo maior que 10, 15 anos atrás. Então, se uma visual novel quiser chamar a atenção de um público já de nicho, precisa de uma boa apresentação.

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E felizmente, Starlight Shores é bem competente nesse departamento. Contando com sprites bonitos e cenários bem desenhados, além de CG’s atraentes. O jogo consegue ficar acima d’água, especialmente quando descobrimos que existe um mar de visual novels com visual 3D genérico e com o mesmo tema.

A trilha sonora do jogo pode não ser brilhante, mas cumpre seu papel em criar a atmosfera do jogo, e nesse gênero, a trilha criar a atmosfera é muito importante, já que não temos tanto auxílio visual.

Starlight Shores

Reprodução/ Penguim Pop Games

Se recomendo? Sim.

Fãs do gênero, fiquem tranquilo, Starlight Shores é uma experiência curta e satisfatória. Se você espera algo chocante ou ecchi, tire seu cavalinho da chuva. A novel é um slice of life simples sobre um dos problemas da vida adulta, e não tenta ser mais do que isso.

É competente e vão ser duas horas gostosas. Só uma pena não ter tradução em português (Especialmente porque eu streamei o meu playthrough).

Starlight Shores está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S | X, além da versão original de PC.


Esta análise foi feita no PlayStation 4 com uma cópia do game gentilmente cedida pela Penguin Pop Games.