What lies in the Multiverse? | A jornada através do multiverso
13/03/2022Mano, eu tô de saco cheio. TODO lançamento de jogo da From Software é a MESMA COISA. E não, não falo dos Fromzeiros de Dark Souls que endeusam tudo que a empresa produz (desde que seja Soulslike, já que ignoram o histórico da mesma com jogos como Tenchu, 3D Dot Game Heroes e Armored Core), mas essa galera que não sabe jogar e/ou não quer ter o esforço de aprender a jogar um Soulslike, mas quer entrar no jogo da modinha e quando tem a bunda chutada, fica pedindo modo easy porque acessibilidade. E quando recebem “GIT GUD” como resposta da internet, não hesitam em chamar os jogadores de tóxicos e não sei mais o quê.
TODA
SANTA
VEZ
E vocês tão lendo essa introdução irritada de alguém que sempre que possível joga os jogos na dificuldade mais baixa possível e não tem vergonha de admitir isso. Porque eu compreendo que jogos possuem um NICHO. Nem todos os jogos são feitos pra todo mundo, isso deveria ser compreensível pro pessoal, mas aí vem a questão ocidental…
Já que empresas ocidentais tem medo de arriscar e fazem o jogo pro menor denominador comum, o normie que quer apertar pra frente e apertar meia dúzia de botões ad infinitum por 30, 50 horas. E se surge algo que exige o mínimo de esforço pra aprender e decorar padrões, ataques e tudo mais, eles já se frustram. “Mas Dark Souls é difícil, pense em quem não tem bons reflexos”.
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Amigo, eu já vi um cara que é desabilitado, tem movimentação limitada, terminar Sekiro. Se alguém que definitivamente não ganharia de mim numa corrida de 150 metros consegue ser bom no jogo, com um pouco de esforço, você consegue.
O que isso tem a ver com o artigo de hoje, você leitor imaginário, me pergunta. Nada, eu só estava sem ideias pra abrir o texto, então resolvi usar um rascunho mental de um texto que pretendo (ou não) escrever pro site.
Bem, vamos lá. Eu já devo ter dito umas 400 vezes em textos no site que eu não sou a pessoa mais inteligente do mundo quanto a puzzles em videogames. Mas isso não me impede de apreciar o gênero, eu só sou ruim mesmo.
E por quê falei de puzzles, você novamente pergunta. Porque o jogo de hoje pertence ao gênero, se trata de What lies in the Multiverse, lançado pela publisher Untold Tales. Será que ele vale o seu tempo?
Uma jornada pelo multiverso, em busca da verdade
Você é um garoto que não tem um nome (na verdade tem, mas nunca é dito no jogo, todos te chamam de garoto), um nerd que pesquisa sobre teorias do multiverso, até que seu computador o suga para outro universo.
Lá, ele conhece um velho excêntrico, chamado Everett, que após uma conversa, o oferece a chance de acompanhá-lo em uma jornada através do multiverso, para resolver um certo problema que tem ocorrido.
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Nessa jornada, o garoto irá encontrar todo tipo de personagem, e descobrir mais sobre quem é o Everett. Claro, estou evitando dar spoilers da jornada, mas o que posso dizer é que o roteiro do jogo dá muitos giros de 180 graus no tom da narrativa. Num momento você tá num clima tranquilo, ou engraçado na gag do garoto sempre ser atingido por uma pistola de raios, pra no momento seguinte termos uma parada um pouco mais (muito mais) pesada.
Temas como depressão e morte são tratados com certa seriedade, e até algumas questões que eu não comento para não dar spoilers a quem for jogar, mas é interessante ver a maneira que os temas foram tratados. E durante a jogatina, encontramos referência que eu honestamente não esperava ver, mas estão lá.
Puzzles a prova de idiotas
What lies in the Multiverse é um puzzle platformer que consiste em se utilizar de dois mundos (na maioria das vezes) para resolver os puzzles. Com um toque de botão, você vai parar em uma realidade diferente, no mesmo local, mas o mapa é levemente diferente. A Alternância entre os dois mundos é a chave para prosseguir nas etapas de plataforma, já que plataformas que não existem em um universo, estão em outro, ou o gelo pra pegar impulso e atravessar o abismo, ou a água pra atravessar uma caverna.
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Cada uma das fases possui uma gimmick diferente, que é usada tanto nas seções de plataforma pura, quanto pra resolver determinados quebra cabeças, que mesmo nas etapas mais avançadas do jogo, não são especificamente difíceis, um jogador mediano consegue terminar o jogo (sem fazer 100%) em cerca de 5 horas e meia, menos até se ele não parar pra pegar os coletáveis.
Sim, nas fases, tanto na realidade normal quanto nos mundos paralelos, existem itens a serem coletados, memórias das pessoas que estiveram ali e (nessa realidade paralela) morreram, o que dá um toque macabro, ou doloroso em algumas etapas. Não vou descrever as coisas, porque faz parte da experiência.
Expressivo, bonito e sonoramente agradável
Começando essa parte aqui com uma crítica. O jogo está traduzido em português, mas… Assim como muitos jogos, tanto indie quanto AAA, o idioma está atrelado ao idioma do seu console, ao invés de estar disponível no menu de opções.
Os sprites de “What Lies in Universe” possuem uma pegada minimalista, mas são extremamente expressivos nos diálogos e movimentação do jogo, os detalhes e expressões corporais passam um pouco da personalidade de cada personagem. E os cenários são lindíssimos, prova de que mesmo com uma pegada minimalista, é possível fazer coisas bonitas em pixel art. A sensação de escala em alguns dos cenários é magnífica, como na chegada ao cassino por exemplo.
E a trilha sonora é bem agradável, contando com boas composições, que casam perfeitamente com os momentos utilizados. Tá certo que você não ouve as músicas completas, devido a mudanças de mundo, fim de cutscenes e etc…, mas separe um momento pra ouvir a trilha do jogo. Vale muito a pena.
Seria esse meu jogo surpresa de março?
Grapple Dog havia sido aquele jogo que me pegou de surpresa, sendo excelente e bem feito. E What lies in the Multiverse é um bom candidato pro mês de março, mas esse mês ainda tem alguns indies que me chamam a atenção. E a conclusão é: Sim, recomendamos What Lies in the Multiverse, é um jogo divertido, descomplicado e competente.
What lies in the Multiverse está disponível para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S | X.
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Esta análise foi feita no PlayStation 4 com uma cópia digital do game gentilmente cedida pela Untold Tales.