Princess Farmer | Princesa vegetariana
14/04/2022Pode não parecer, mas eu gosto de puzzles match-3. Nunca joguei o Candy Crush em si, mas já passei horas em Bejeweled, incontáveis horas em Hunie Pop, platinei Kotodama e até mesmo cheguei a jogar o Match-3 de Frozen, porque ele é Free to Play (mas definitivamente é pay-to-win, então que aquele jogo vá tomar no rabo).
Apesar de eu não ser a pessoa mais inteligente do mundo pra quebra-cabeças, a atmosfera relaxante de um Match-3 faz com que eu goste do jogo e esteja inclinado a jogar diferentes jogos do gênero.
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Tá certo que nem todos os jogos vão ser o sucesso, porque não tem muito que você possa fazer pra dar uma apimentada no gênero, algumas desenvolvedoras colocam elementos de RPG, como acontece na excelente série Puzzle Quest, outras colocam o Match-3 como parte opcional secundária, como acontece em alguns jogos do gênero de Objetos Ocultos, algumas colocam elementos de Visual Novel, como Hunie Pop e por aí vamos.
A desenvolvedora canadense Samobee Games foi por essa rota e decidiu dar um tempero próprio ao seu primeiro título, Princess Farmer, publicado pela Whitethorn Games e tendo sido lançado no finzinho de março.
Confira conosco a análise do jogo.
Eu era uma fazendeira e virei princesa… WAT?
Você é uma simples fazendeira que um dia desperta na Árvore de Gaia, e então, a Mãe Gaia a transforma na Princesa Fazendeira, com o poder de remover vários objetos e rochas do solo de uma vez só. A partir daí, você parte numa jornada diária para colher vegetais e vencer o mal… Que se resume a colher mais vegetais.
A premissa de Princess Farmer é bobinha, mas a graça do jogo está nos personagens deveras incomuns que encontramos durante a jornada. E na parte de visual novel, você meio que define a personalidade da personagem, conforme os diálogos que vão aparecendo (e isso até mesmo da conquistas).
Eu queria ter mais pra falar sobre isso, mas a parte de narrativa e visual novel de Princess Farmer não é forte o suficiente pra sustentar muito texto.
Apresentação bem criativa
Enquanto que na parte de narrativa, Princess Farmer não é um jogo forte, o mesmo não pode ser dito da apresentação do mesmo. Antes mesmo de você começar a história em si, o jogo se apresenta numa estética muitíssimo bem feita de um desenho animado, com os episódios sendo apresentados com fitas VHS, com direito a filtros, a tela simulando CRT, o Eject no fim do episódio.
Toda a interface de escolha é bem colorida, intuitiva e bastante criativa. E isso continua sendo carregado para a estrutura do jogo, e até mesmo partes da história, com algumas influências notáveis (Tuxedo Mask e o “Mas você não fez nada”) estando presentes.
A jogabilidade, como disse, é Match 3, mas tem um porém. Você só pode mover as peças verticalmente, removendo os vegetais e os recolocando no solo, fazendo assim combinações verticais, horizontais ou diagonais.
Só que antes de dar mais detalhes, a estrutura do jogo é bem diferente de simplesmente “trecho de visual novel” que leva ao “match-3”, que temos em Kotodama, por exemplo. Aqui, vamos por andando por um tabuleiro que pode ou não ter diálogos, esses diálogos tem respostas que podem aumentar a sua afinidade com aquele personagem que você conversa, essa afinidade é importante porque no fim do dia/episódio, esse personagem pode lhe dar um presente, dependendo da afinidade.
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Entre os presentes, estão skins diferentes pra personagem, ou dinheiro pra utilizar na lojinha onde podemos comprar outros itens de customização. A customização é bem simples, mas bem apresentada.
As partes de Match-3, tem toda a coisa de você ter que realizar x combinações de determinados vegetais para concluir, seja com um tempo limite, ou quantia de movimentos, o jogo especifica predeterminações que definem como você vai jogar cada partida de Match-3. E a cada partida, seu resultado é avaliado por Gaia, que lhe dá uma bonificação em dinheiro para ser utilizada na loja. YAY CAPITALISMO!
Existem também as boss battles, que consistem de partidas de Match-3, mas com uma barra de tempestade, que após ser enchida, ataca o campo do oponente, fazendo com que o campo dele vá diminuindo até o impossibilitar de jogar.
O modo campanha pode ser jogado tanto sozinho, quanto com a ajuda de um personagem controlado pela IA, ou um amigo, sendo escolhido antes de cada episódio.
Competente graficamente, com uma trilha relaxante
A pixel-art de Princess Farmer é muito bonita. É um jogo colorido, mas não chega a ser ultra saturado. Os sprites são bem feitos, e os personagens nos diálogos, bastante expressivos.
Os cenários variam de capítulo pra capítulo, dando variedade a sua vista, porque não adianta nada você ter belos gráficos se todo cenário de partida Match-3 for o mesmo.
Na parte musical, a trilha do jogo é bastante relaxante. Não são musicas necessariamente marcantes, mas ideais pro clima relaxante e tranquilo da aventura.
Bom em pequenas doses
Princess Farmer não é um jogo ruim, honestamente, eu recomendo. Porém, ele é ideal para ser jogado em pequenas doses, ou pelo menos essa é a impressão que eu tive jogando no PC. Todo o jogo funciona, é uma aventura gostosinha, mas jogar no teclado não é minha praia, hehe.
Princess Farmer está disponível para PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch.
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Esta análise foi feita com base na versão de PC com uma cópia digital do game gentilmente cedida pela Whitethorn Games.