Bravery and Greed | Porradaria roguelike
23/11/2022A temporada de 2022 da Formula 1 acabou… Aliás, praticamente todos os esportes de motor encerraram as atividades para a temporada, o que me deixa meio nhé. Por isso não tinha escrito a análise de hoje. E também que começou a Copa do Mundo, e eu meio que estava viciado em Grand Prix Story. Pois é.
Quem me conhece, sabe que eu não sou fã de Roguelikes, Roguelites e afins. Eu não curto a natureza de permadeath e aleatoriedade do gênero, o que fez com que eu não jogasse muita coisa do gênero. (principalmente porque roguelikes e roguelites ultimamente estão saindo a rodo)
Mas, eu gosto de beat’em up’s. É um gênero repetitivo? Sim, porém ele é bem arcade, daquele que você pega e joga, sem necessidade de aprender como funciona X, Y, Z, simplesmente só enche de porrada os inimigos, sozinho ou com amigos.
E se a gente misturar os dois gêneros? Foi esse o pensamento da desenvolvedora Rekka Games, fundada em 2015, na hora de criar Bravery and Greed, jogo da análise de hoje. No mar de lançamentos que acontece toda semana, será que ele tem o que é necessário pra se destacar? Ou naufraga, tal qual minhas pretensões com a morena? Leia na nossa análise.
Fique rico… Ou morra tentando!
Ouro, tesouros… Uma tentação imensa para qualquer pessoa, ainda mais quando se deve ao SPC e ao Serasa… Ou ao agiota. Nossos guerreiros, buscando saldar suas dívidas e não terem partes dos seus corpos servidos como churrasco mal passado, resolvem ir atrás de tesouros nas masmorras, só que em seu caminho, todo tipo de coisa está a espreita, desde monstros a advogados.
O jogo mantém a premissa simples, arcade do beat’em up, onde uma história elaborada não era necessariamente prioridade, já que tudo o que queríamos era encher malfeitores de porrada, mas é claro que como beat’em up’s de arcade queriam nosso dinheiro, nem sempre conseguíamos.
Eu posso ter inventado a história sobre devendo ao agiota, mas ela faz tanto sentido quanto a original, que é onde os personagens estão numa taverna e decidem embarcar nessa treta em busca de tesouros… O que pode significar que DE FATO estão devendo ao agiota, porque afinal de contas, que pessoa sã iria enfrentar monstros, armadilhas e chefes enormes pra conseguir dinheiro, se não tivessem devendo pro agiota?
Digo, se elas querem dinheiro mesmo, podem fazer como pessoas normais, e ir trabalhar no McDonalds, fazer concurso público pra mamar nas tetas do governo ou ir para o BBB. Eu poderia fazer a piada de ser youtuber, mas convenhamos, a plataforma quebra pra caralho os criadores. Mas vamos em frente.
Um jogo simples e gostoso de se jogar, sozinho ou em grupo.
Bravery and Greed se destaca, porque você consegue se divertir de qualquer jeito. Está sozinho? Sem problema, o jogo ainda é divertido (apesar do foco no coop). Tem amigos/família/namorada pra jogar em casa? O jogo suporta até quatro jogadores localmente. Todo mundo mora longe? Dá pra jogar online. Seu amigo vacilão não tem o jogo? O Steam remote funciona de boa. E a jogatina pode ser cooperativa, ou vocês podem cair na porrada nos modos PvP do jogo, VAI FILHÃO.
Dito isso, temos quatro classes, o Ladino, o Guerreiro, o Mago e a Amazona, cada um com suas armas diferentes, e combos diferentes, o que deixa a jogatina bem diferenciada, até você encontrar um personagem que se adeque ao seu estilo de jogatina. Felizmente, para quem não é lá muito fã de roguelikes (eu incluso), Bravery and Greed é bem focado nas raízes beat’em up, então os controles são simples de se entender, e qualquer idiota (eu incluso) consegue fazer combos como se fosse pro-player de KOF, mas somente aqueles que passarem um tempinho a mais com o jogo, vão conseguir dominar a arte de fazer embaixadinhas com os inimigos.
Daí, temos quatro calabouços gerados proceduralmente para explorar, e é aquilo, ondas e mais ondas de inimigos, podemos explorar o local em busca de baús com tesouros, aliados para nos ajudar (apesar de que esses aliados são mais burros que eu e possuem uma grave tendência de pular nos inimigos gritando LEEROY JENKINS). E não, apesar do que pode parecer, você não encontra os aliados em baús.
E existem 4 caminhos com perks que podem ser seguidos em determinados pontos do jogo, dando mais variedade ao destino da sua run. E mesmo as mortes, elemento comum em jogos do gênero, são usadas em benefício, já que todo o tesouro adquirido na run pode será convertido em possíveis benefícios na próxima tentativa.
Belíssimos gráficos, músicas ok
A parte sonora de Bravery and Greed é… Ok. Não são músicas memoráveis, mas ajudam bastante a passar o clima que o jogo pede. O mesmo vale pros efeitos sonoros do jogo. Um positivo, é que o jogo possui localização para o português brasileiro, então se a sua noção de inglês é “The Book is on the Table”, não se acanhe porque dá pra jogar na nossa língua.
Gráficamente é um jogo bem bonito, com personagens bem detalhados e desenhados e o trabalho de animação dos sprites é bem vistoso, o que é essencial pra um jogo na pegada de beat’em up. Os inimigos podem ter o design meio genérico, afinal, é o esperado de um jogo de fantasia, mas não dá pra dizer que são feios.
E os bosses gigantes são bem bacanas. Os cenários, apesar de um pouco apertados, são até bonitinhos. Mas, devido a natureza procedural das fases, o design delas não vai ganhar nenhum prêmio, mas servem o propósito.
Conclusão
Bravery and Greed é fundamentalmente um bom jogo. O problema é que ele tá no meio de um mar de roguelikes e roguelites, e se você não tiver algo excepcionalmente brilhante naquele departamento, não irão ligar pra você. E nisso, o jogo não se destaca. Mas, se você quer um beat’em up com toques de roguelike, Bravery and Greed é uma boa pedida. Com bons gráficos e jogabilidade afiada, ele agrada quem quer um jogo simples pra jogar.
Bravery and Greed está disponível para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch, e esta análise foi feita com base na versão de Playstation 4, com uma cópia fornecida gentilmente pela Team17.