Half-Life | Será que Ivermectina trata Siri de Cabeça?
13/01/2023Rapaz! Os anos 90 foram incríveis para a ascensão dos First Person Shooters, quer-se dizer, Doom Clones. Lembro do Wolfenstein 3D presente no computador do escritório do meu pai e, mesmo sem saber ler e escrever, eu já sabia acessar o diretório, iniciar o jogo e usar o cheat MIL para liberar todas as armas e encher vida/munição.
Bom, já é meu terceiro review aqui no site e tenho que falar dela: A revista com jogos demo. Pois é, foi assim que eu caí no Half-Life pela primeira vez. Foi um mix de computador sofrendo pra rodar e eu sofrendo aguentando a introdução que parecia ter uma hora.
Jogar o jogo completo demoraria ainda um bocado. O Half-Life: Blue Shift surgiu em um CD com vários jogos piratas adquirido pelo meu primo. Esse eu joguei bastante, mas em algum momento o save se perdeu e deixei pra lá.
Lá por 2007 eu tava numa febre de jogar (e acabar vários jogos). Foi aí que eu baixei o Half-Life e dei segmento nele. Porém o meu foco na época estava mais para RPG’s e ele acabou sendo esquecido novamente.
Foi só em Agosto de 2020 que eu finalmente peguei o jogo pra terminar e colocar um fim nessa “divida” que eu tinha comigo mesmo.
Ah! Eu já ia esquecendo! Half-Life é um jogo de tiro em primeira pessoa, desenvolvido pela Valve e publicado pela Sierra em 1998. Curioso, né? É meu terceiro review aqui e todos tem um dedo da Sierra.
Roteiro bom e narrativa impecável para o gênero
Ok. Eu sei o que John Carmack pensa de história em jogo. Mas tem casos em que ela é necessária e a de Half-Life é ilustre. A história acaba sendo contada entre os eventos por alguns NPC’s com uma ou duas frases, cabe ao jogador realizar as conexões. Sem a necessidade de gigantescos blocos de texto
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A própria introdução e acontecimentos logo após o desastre inicial te deixam bem situados da posição do protagonista Gordon Freeman dentro da Black Mesa. Esses incidentes iniciais também servem como um tutorial para o jogo que vai acrescentando elementos aos poucos, porém sem tratar o jogador como um ignorante.
A trama vai se desenrolando conforme novos fatos são descobertos e novas áreas são reveladas. Na minha opinião, o jogo poderia ser mais curto pois dá a sensação que os desenvolvedores tinham a ambição de mostrar tudo que a engine GoldSource era capaz de realizar.
Música boa e efeitos sonoros agridoces
A música é boa e casa com os eventos do jogo, porém nada memorável. Não me vejo ouvindo a trilha durante o trabalho como faço com Killing Floor 2, Perfect Dark ou os jogos da série Donkey Kong.
Já os efeitos sonoros são… difíceis de explicar. Entenda, os efeitos sonoros são muito bem tratados em questão de como eles são inseridos dentro do jogo: No caso de encanamentos há uma reverberação; É possível identificar o posicionamento dimensional das criaturas ou soldados através do áudio perfeitamente. Mas eu sinto que há muita compressão, talvez tenha sido a saída para reduzir o tamanho do jogo. As falas dos militares pelo rádio são impossíveis de entender e alguns efeitos como subir escadas e selecionar equipamentos são muito altos.
Gráficos ótimos mas não revolucionários
Eu sou muito suspeito pra avaliar gráficos, é a parte de um jogo que menos tem importância pra mim. Sinceramente, gráficos em jogos são como beleza na vida real: são apenas um cartão de visita para despertar um interesse posterior.
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As texturas e polígonos obviamente envelheceram, mas dá para jogar o jogo original sem desencantos. Minha única ressalva é que dentro das instalações da Black Mesa o cenário é sempre sempre bem igual, e fora é sempre um deserto gigante. De resto, é completamente aceitável.
Quando comparado com jogos como Quake 2, ele aparenta não inovar em nada.
Controles extremamente precisos
Os controles são excelentes. Pode não ter sido o primeiro, mas foi o jogo de FPS mais popular até então a definir como padrão o movimento através das teclas WASD e Mouse. É fácil mirar e é fácil se movimentar!
Alias, no jogo também é possível recarregar a arma. Característica de FPS que eu só lembro de ter visto em Outlaws e GoldenEye 007 (ambos de 1997).
Por fim, a única observação que eu faço é que em alguns momentos é frustrante subir escadas e o chão parece “escorregadio” em algumas sessões de plataforma. Nada que estrague o resto da experiência, só um pouco frustrante.
Considerações Finais
Jogue! Jogue agora, mas jogue no modo normal – o modo hard é tirano e injusto.
O jogo está sempre em promoção na Steam, não tem desculpas para não jogar. Se os defeitos e gráficos envelhecidos não te agradam, veja o remake Black Mesa.
Falando em Black Mesa, além de todos os pontos fortes que já citei acima, vale entender a importância de Half-Life na comunidade de mods. Mods como Counter-Strike e Day of Defeat permitem que desenvolvedores amadores tenham uma experiência na indústria de games. Com muito talento e sorte estes desenvolvedores conseguem lançar seus mods como produtos a parte.
O Black Mesa surgiu como um mod para o Source Engine, modernizando o Half-Life clássico para plataformas mais novas. A própria Valve endossou o projeto e hoje ele está disponível na Steam. Seria notável se outras empresas tomassem a mesma atitude quando surgem projetos usando sua propriedade intelectual, né Big N?
Como dito anteriormente, em alguns momentos o jogo parece ser só uma exibição do que é possível fazer com a Engine. Uns segmentos de plataforma desnecessários e um trecho maior do que o necessário em outro planeta. Mas é inegável que a Valve acertou em cheio com seu estreante na indústria.