Digimon Adventure | Uma análise moderna – Parte 1

Digimon Adventure | Uma análise moderna – Parte 1

30/04/2023 0 Por Tony Santos

‘Digimon Adventure’ chegou ao Brasil, obviamente, em uma tentativa de puxar um pouco do sucesso de Pokémon. Com estreia no dia 1º de julho de 2000 pelo canal Fox Kids, e dois dias depois na Rede Globo, ‘Digimon Adventure‘, conseguiu replicar sim um pouco do sucesso dos outros monstrinhos, porém por outros motivos.

Recentemente em meu canal pessoal na Twitch, assisti todos os 54 episódios da série original e, com olhar de um adulto, pude reviver aquelas memórias perdidas de mais de 20 anos atrás. Motivado por isso, fiz aqui no Arquivos do Woo uma série de matérias abordando um pouco de cada parte do anime e suas características mais marcantes.

Em alguns momentos, a comparação com Pokémon é inevitável. Porém aqui ela se faz útil para entendermos os motivos de Digimon ser tão parecido e ao mesmo tempo, tão diferente dos outros monstros que são de bolso ao invés de digitais.

Dito isso, vamos iniciar a primeira parte dessa viagem no tempo, analisando os arcos da série e seus personagens.

Créditos: Toei/Bandai.

Personagens e dinâmica

Estabelecendo que esse texto compara Digimon com Pokémon, pois ambos surgiram mais ou menos na mesma época, ambos nasceram de jogos e a premissa de ambos é parecida, vamos visualizar alguns pontos da série em relação aos monstros de bolso.

Apesar dos monstros em Digimon Adventure não serem capturáveis (especificamente nesse anime, vale dizer), a ideia de apresentar diversos monstros é similar, tendo como diferença principal o fato de termos sete protagonistas humanos com seus sete digimons (pelo menos no início), sem contar suas diversas evoluções, ao invés do trio composto por Ash, Misty e Brock, como era em 1999.

Não bastasse isso, mas seus monstros voltam a formas anteriores o tempo todo, diferentemente de Pokémon, onde mudanças de formas eram mais impactantes, já que uma vez evoluído, a forma anterior não era mais vista.

A ambientação também é um fator chave nessa comparação: Digimon começa no nosso mundo e vai para um ambiente estranho e hostil, enquanto que Pokémon se passa num mundo fictício e pacífico, onde os problemas e antagonismos de forma geral ocorrem de forma esportiva (desconsiderando Equipe Rocket).

Em Digimon, o peso de cada confronto parece maior, pois conceitos como morte, tristeza, sobrevivência são mais viscerais, pois o que está em jogo é justamente a vida dos protagonistas.

Créditos: Toei/Bandai.

Em Pokémon, todo episódio comum gira em torno da vontade de Ash de fazer algo – ir pra alguma cidade, enfrentar algum ginásio, etc. – e o resto dos personagens circula em torno dessa motivação inicial.

Por outro lado em Digimon, os digiescolhidos dividem o objetivo principal (voltar para casa), e cada um tem personalidade bem diferente, com essas vontades nem sempre combinando de maneira positiva, causando conflitos entre os protagonistas.

LEIAM – Spin-Offs de Yakuza | Parte 1 | Todos os que foram lançados no ocidente

Você nunca veria Ash brigando seriamente com Brock, mas em Digimon Tai e Matt (Taichi e Yamato, no original) caem na porrada pelo menos umas três vezes durante a série. Ambos têm os mesmos objetivos, mas Tai é mais explosivo e não pensa dois metros à frente sobre as consequências de suas ações, enquanto Matt se acha maduro e é arrogante de sua própria maneira.

Créditos: Toei/Bandai.

Matt é frio e calculista como um bom peak blinder, porém também tem um traço de individualismo que surge vez ou outra durante a série, principalmente em momentos onde não tem nenhum vilão e os roteiristas precisam criar algum conflitinho pra ter história no episódio.

Os outros personagens, mesmo que sem tanto destaque quanto os dois supracitados, têm personalidade bem definida:

  • Izzy é o garoto meio tímido que é o cérebro da equipe;
  • Mimi é mimada e odeia lutas;
  • Jo é o mais velho do grupo porém inseguro demais para assumir o protagonismo e isso o afeta negativamente;
  • TK é o irmãozinho do Matt e age como uma criança chata o tempo todo;
  • Sora é só… egoísta? Sério, essa personagem é péssima e trata seu digimon, Piyomon, como lixo a série inteira. É quase uma relação abusiva!
  • Kari é basicamente um macguffin e quando entra no grupo, ela perde o sentido dentro da história. Pelo menos é doce e trata seu irmão e Agumon muito bem. Vai futuramente dividir o protagonismo com TK em Digimon 02.

Os digimons principais

E mais uma vez vamos para a comparação com os Pocket Monsters: lá na franquia da GameFreak, temos animais normais que soltam poder e nada mais. O Pikachu de Ash talvez tenha uma personalidade mais definida depois de 200 anos de anime, mas os outros apenas falam seu próprio nome e é sobre isso. Evidente que temos algumas exceções como o Charizard do Ash e o Victrebell de James, mas entre os Pokémons que não falam, não há muito espaço para visualizar algum tipo de personalidade mais colorido.

Já em Digimon, 99% dos bichos falam; desde os protagonistas até os digimons que tacam bosta uns nos outros (Numemon, eu te amo).

Créditos: Toei/Bandai.

Assim, a série tem 14 protagonistas com mais dois se juntando ao fim, e é necessário que todos se desenvolvam e tenham uma dinâmica boa, não só com seus parceiros humanos, mas uns com os outros.

Em Digimon Adventure isso funciona muito bem! Fico surpreso como Agumon e Gabumon são ÓTIMOS personagens, enquanto que os outros complementam e ajudam bastante seus parceiros (ou nem tanto).

Indo na mesma ordem dos humanos, vamos falar um pouco sobre cada um:

  •  Agumon (Tai): é impulsivo assim como seu parceiro. Apesar de ser um mini-dinossauro, ele age quase como um pitbull, atirando chama-neném no primeiro sinal de fumaça. Ele é basicamente um Tai que fala grosso e é um bom parceiro pro protagonista, pois ambos parecem realmente crianças impulsivas.

    Créditos: Toei/Bandai.

  •  Gabumon (Matt): Gabumon entende a personalidade chata e marrenta de seu amigo humano, dando até esporro nele nas vezes em que ele é estúpido com seus amigos. Porém, eles nunca se abandonam. Tem um momento lá pro final em que Gabumon sabe que o Matt tá fazendo merda, mas se emociona ao lado dele dizendo que vai apoiá-lo sempre. Na minha opinião é o MELHOR digimon protagonista dessa temporada.

    Créditos: Toei/Bandai.

  •  Tentomon (Izzy): É um inseto barulhento que funciona (ou tenta) como alívio cômico. A dublagem ajuda bastante nesse quesito, pois suas falas são mais soltas e com algumas gírias. Fora isso, ele tenta ajudar o Izzy a ser mais solto e menos tímido.

    Créditos: Toei/Bandai.

  •  Palmon (Mimi): é completamente submissa à Mimi, e funciona como a amiga feia da sua parceira humana. É uma relação bem fodida, pois em várias partes temos a Mimi dizendo na cara da Palmon o quanto ela é feia. E qual a reação da digimon sobre isso? Digivolver pra uma forma bonita e ganhar a aprovação de sua “amiga”. É… só não é pior que a relação da Sora com a Piyomon.

    Créditos: Toei/Bandai.

  • Gomamon (Jo): o digimon mais esquecido e com pouca personalidade. Ele não faz contraponto ao Jo em momento algum, e normalmente só serve de meio de transporte quando evolui. Quase esqueci dele ao fazer esse texto, e tive que voltar pra reeditar quando vi que estava esquecendo alguém!

    Créditos: Toei/Bandai.

  •  Piyomon (Sora): Sora é super-egoísta. Ela não liga para seus amigos e por vários momentos do anime, não liga para seu digimon. Piyomon, por sua vez, só fica gritando “Sora….” com aquela voz da Luluzinha. É bem triste essa relação, pra ser sincero. Fora isso, o anime reusa a mesma animação de Birdramon (sua evolução) para todo ataque dela, só mudando o fundo (lol).

    Créditos: Toei/Bandai.

  •  Patamon (TK): Patamon é fraquinho e é tão infantil quanto seu parceiro criança. Eles brigam o anime todo mas sempre voltam a amigar. Sua evolução, Angemon, existe basicamente para ser o deus ex machina que fecha arcos com estilo.

    Créditos: Toei/Bandai.

  •  Tailmon (Kari): Também chamado pelo engraçado nome de Gatomon nas versões em inglês. A dublagem a chama pelo masculino, mas é canonicamente fêmea, até porque sua evolução é a Angewomon. Começa como vilã mas vira a chave de uma hora para a outra. Sua relação com a Kari é pouco explorada pois ambas surgem bem no final da série, e pra ser sincero, elas não combinam. Talvez Tailmon fosse uma ótima parceira para a Sora, já que ambas são meio pau no cu.

    Créditos: Toei/Bandai.

 

O primeiro arco – Ilha Arquivo / Devimon (episódios 1 ao 13)

Em Digimon Adventure, somos apresentados às sete crianças que dividem o protagonismo que em suas férias de verão de julho de 1999, acabam sendo transportadas para outro mundo, onde conhecem seus respectivos parceiros digimons.

Depois de alguns episódios enfrentando monstros do dia — como de costume para esse tipo de anime — as crianças descobrem o primeiro vilão da série: Devimon.

Esse ‘digimau‘ (como a dublagem comicamente chamava) tem um design que fez as mães crentes baterem em muitos filhos e tem como objetivo… dominar o Digimundo e matar os digiescolhidos.

Não é um roteiro inicial muito caprichado, porém funciona para os objetivos da Toei, que era apresentar monstrinhos e vender brinquedos.

Créditos: Toei/Bandai.

No fim, o digimon de uma das crianças resolve a briga com Devimon com um único golpe. Isso é engraçado pois após rever a série agora com olhos de adulto, eu sinto que essa luta durou muito menos do que pareceu durar 20 anos atrás.

Resumindo: o primeiro arco da história serve como forma de introduzir os personagens e os conceitos, então a profundidade e desenvolvimento dos personagens e dos vilões fica em segundo plano.

Porém mesmo assim, o tom dramático com toques de humor é definido nesse arco. Continuando a comparação com Pokémon do início do texto, temos uma série com mais “peso”, que mesmo com episódios desconexos com “monstros do dia”, temos sempre um momento meio dramático e uma divisão boa do tempo dos episódios para sempre mostrar um pouco da personalidade de cada protagonista.

O segundo arco – Etemon (episódios 14 ao 20)

Após a derrota de Devimon, um holograma com a voz do Scooby-Doo aparece: É Gennai, um velho aparentemente humano, que explica a eles que são os digiescolhidos e que precisam atravessar para o continente Saba, achar os brasões que vão ajudá-los a evoluir mais e derrotar os digimons malignos de lá.

Uma curiosidade: a dublagem chama o lugar de “Saba” mas na verdade o lugar se chama “Server” (de servidor, sabe?). Isso é reflexo de uma tradução que provavelmente misturou textos em inglês e japonês, mas isso será tratado em outro texto.

Créditos: Toei/Bandai.

Aí vemos que existe uma mudança de objetivo. No primeiro arco de Digimon Adventure, as crianças estão apenas perdidas, reagindo ao que acontece ao redor delas, sem saber muito bom para onde ir ou como sair dali. Já neste arco, elas entram na ideia de realmente ajudar o digimundo e absorvem seu papel como “escolhidos”.

LEIAM – OTXO | Hotline Miami em preto e branco

Obviamente que de início, elas entram em conflito: Jo preferia ficar na Ilha Arquivo e “esperar ajuda” (ele realmente acha que tá em Paquetá e não em outro universo), enquanto os digimons desejam ficar mais fortes para ajudar seus colegas.

Como as crianças não têm muito o que escolher, já que não existe um caminho pra casa, elas decidem seguir para o novo continente.

Créditos: Toei/Bandai.

Aqui neste arco é onde as crianças começam a tentar entender as mecânicas do universo em que estão:

“Por que os digimons evoluem?”, “Como eles fazem isso?”.

Isso permeia todos os episódios dessa fase, com as crianças passando por provações que fazem com que elas encontrem seus brasões.

Um destaque dessa saga é o episódio onde Tai resolve ser super-babaca por razão alguma, forçando Agumon a evoluir com seu brasão da Coragem.

Isso dá muito errado. Agumon se torna Skullgreymon e começa a atacar todo mundo, antes de voltar para sua forma básica, Koromon. Esse episódio baixa a bola de Tai por um bom tempo, e ele aprende que “coragem” não significa ser “marrento”, e serve como exemplo para todos os outros.

Créditos: Toei/Bandai.

Izzy também evolui muito nesse arco, e é o personagem usado para entender mais sobre a lore do digimundo. Com a ajuda de Gennai – que se prova ser uma espécie de Mestre dos Magos – Izzy descobre mais sobre a língua usada no digimundo e sobre como os dois mundos estão conectados.

O vilão do arco, Etemon, é completamente oposto a Devimon. Ao invés de dark, temos um vilão bobão que canta no karaokê e fala com uma voz meio mongoloide.

Não tem muito o que falar sobre ele pois nos sete episódios onde ele aparece inicialmente, pouco se desenvolve. E no fim do arco, ele desaparece e só volta no final do anime como um adversário menor! Portanto, vamos ao próximo arco.

Digimon Adventure

Créditos: Toei/Bandai.

O terceiro arco – Miyotismon (episódios 21 ao 39)

Pelo número de episódios de Digimon Adventure, vemos que este arco é o maior da série.

Começamos o arco com Tai e Agumon sendo transportados para o mundo real. Temos então um dos episódios mais bem dirigidos e animados da série.

Estávamos acostumados com os tons coloridos do digimundo, então a direção do anime resolveu colocar o mundo real de maneira menos brilhante, com tons mais suaves e “naturais”. O traço dos personagens traz um pouco mais de realismo, provavelmente com a intenção de dizer que eles realmente estão em um lugar normal e real.

Esse é o episódio 21, e tem esse tom diferente pois foi o único dirigido por Mamoru Hosoda, que viria a dirigir também os dois filmes da série.

Digimon Adventure

Note a diferença na direção de arte e a paleta de cores mais suave.

 

Aí que conhecemos a irmã de Tai, Kari, uma menina muito calminha que terá um papel mais importante à frente. Enquanto isso, os outros digiescolhidos continuaram no digimundo, sofrendo assédio de um digimonzinho chamado PicoDevimon, que tenta ser a cobra de Adão, perturbando as ideias dos personagens para tentar separá-los.

Digimon Adventure

Créditos: Toei/Bandai.

O que descobrimos também é que essa bolinha voadora trabalha para um Digimon obscuro, que mais tarde viríamos a saber que é o vilão desse arco: Miyotismon (nome americano de Vamdemon. A dublagem mistura as traduções e isso é um negócio pra tratarmos depois).

Após um dia no mundo real, Tai percebe que tem que voltar para ajudar seus amigos. Porém, o tempo passa muito mais rápido no digimundo por alguma razão não explicada. Assim, quando Tai volta para o mundo digital, passaram-se vários meses e todas as crianças estão separadas.

Aqui temos vários episódios onde as crianças agem individualmente tentando descobrir mais sobre seus brasões e o paradeiro de seus amigos. Tai consegue voltar e unir todos, e assim eles vão tentar enfrentar o vilão da vez.

Créditos: Toei/Bandai.

No fim dessa parte, as crianças invadem o castelo de Miyotismon e conseguem achar uma porta para que todos voltem – com seus digimons – para o mundo real! Mesmo sem derrotar o vilão novamente, terminamos mais uma parte.

O objetivo agora: encontrar o oitavo digiescolhido, necessário para salvar ambos os universos.

No mundo real, somos apresentados a história de Tailmon, uma serva de Miyotismon que eventualmente descobre ser a digimon do oitavo digiescolhido. Depois de passar um tempo no Japão procurando pela oitava digiescolhida junto dos outros asseclas de Miyotismon, ela finalmente encontra a oitava criança que, para surpresa de ninguém, era Kari, a irmã de Tai.

LEIAM – Scars Above | Review | A Nova Adição ao Universo Sci-Fi

Tailmon se sente atraída e comovida por finalmente pertencer à algum lugar e muda de lado sem pensar duas vezes.

As crianças também descobrem isso, tudo enquanto digimons invadem o Japão e começam a causar bagunça pelo país. Assim, finalmente temos todos os oito digiescolhidos juntos de seus digimons pela primeira vez.

Essa parte no Japão é o ápice do anime. Com episódios onde digimons MORREM, drama como os pais separados de Matt e TK tendo que se reconciliar para ajudar seus filhos, além de um episódio que gira em torno de um adulto dando em cima da Sora e da Mimi (?).

Créditos: Toei/Bandai.

São temas um pouco pesados e maduros para um anime infantil, mas que mostram que os roteiristas não queriam fazer uma história básica apenas para vender brinquedos.

No fim, Miyotismon reaparece, as crianças o vencem numa batalha épica e temos o que pra mim, deveria ser o fim do anime.

Porém, a ganância da Bandai dizia que tinham que fechar 54 episódios, então as crianças VOLTAM para o digimundo para enfrentar o que se descobre ser os verdadeiros vilões da história: os famigerados MESTRES DAS TREVAS.

O quarto e último arco – Os famigerados MESTRES DAS TREVAS (episódios 40 ao 54)

Como as crianças ficaram muito tempo no mundo real, ao voltar para o Digimundo elas veem que se passou MUITO TEMPO, e os mestres das trevas fizeram uma bagunça federal.

Todos os lugares meio que foram absorvidos numa torre chamada Montanha Espiral. Seus amigos digimons, ou morreram ou foram capturados.

As crianças se separam para procurarem pelos vilões (uma decisão scooby-doozesca demais, eu diria). Cada uma enfrenta um dos mestres das trevas, e aos poucos todos vão sendo vencidos, até que o último, Apocalymon, é derrotado com o incrível e conhecido “poder da amizade“.

Créditos: Toei/Bandai.

No fim da história, os digiescolhidos restauram os lugares do digimundo, incluindo a já icônica e três-vezes heroica, Ilha Arquivo, onde tudo começou.

Todos entram em um trenzinho que vai levá-los de volta ao mundo real, sobe a música de abertura (que vai variar de acordo com a versão que você está assistindo), o chapéu da Mimi voa e temos um final emocionante, com as crianças se despedindo de seus amigos digitais. Pelo menos por hora.

Digimon Adventure

Créditos: Toei/Bandai.

Conclusão

Digimon Adventure é um anime relativamente curto, com apenas uma temporada contando a mesma história com os mesmos personagens. Ficou marcante no Brasil e isso será abordado mais à frente em futuros textos sobre a série, mas temos como ver a personalidade colocada pelos roteiristas.

Obviamente que o roteiro tem falhas, principalmente no último e maçante arco, mas tudo que o precede é interessante, mesmo que você seja apenas um adulto procurando reviver uma memória antiga.

Nem abordei no texto as mecânicas como as digievoluções e as músicas, pois elas sustentam o roteiro em diversos pontos onde a peteca poderia facilmente cair devido a falta de urgência em alguns episódios.

As músicas serão tratadas mais à frente em outras partes, portanto fiquem tranquilos que sim, eu vou falar de Butter-Fly e sobre Angélica.

Já sobre o ritmo e a temática geral, em nenhum momento eu me senti assistindo algo muito infantilizado e pelo contrário: na verdade, a sensação de todos os streamings onde assisti online com os amigos foi de como o roteiro se provava maduro.

Com 54 episódios, “Digimon Adventure” é o tipo de anime que é considerado clássico tanto no ocidente como no Japão, tanto que em 2020, ganhou uma espécie de remake, mas que não atraiu a mesma atenção que o original.

Além disso, temos dois filmes feitos na época (que se tornaram um só no ocidente), a série de filmes Digimon tri e o mais recente Last Evolution Kizuna, que fecha a história dos primeiros digiescolhidos que ganharam série para tv.

__________________________________

Digimon Adventure está atualmente disponível dublado em português através do horrível serviço Globoplay. A imagem é sub-HD, sem opção de áudio original e com abertura cantada pela Angélica.

Esse texto usou como base:

  • Conhecimento pessoal depois de assistir a série inteira esse ano;
  • Esse maravilhoso texto resumindo toda série (em inglês): https://www.unsupervisednerds.com/reads-full/2020/8/5/digimon-1999-revisited-devimon-arc;
  • A wikia/fandom de Digimon para consulta de nomes e imagens: https://wikimon.net Digimon AdventureDigimon Adventure