ADORE | Adorável ou esquecível?
13/08/2023Pokémon é uma das franquias mais adoradas da Nintendo, juntamente com Zelda e Mario. Desde seu nascimento, com Red e Green, os jogos passaram por uma grande evolução, seja gráfica ou em mecânicas… Bem, pelo menos até chegarmos a geração do Switch, onde os jogos parecem ter sido feitos na Unity… AS CEGAS.
Claro, tem gente que ainda Adora os jogos e aproveita os mais recentes, mesmo que a taxa de frames deles sejam mais inconsistentes que desculpa de esquerdista pra defender grandes corporações. Algumas pessoas são masoquistas com jogos, eu mesmo joguei muito jogo merda esse ano pela diversão.
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Enfim, uma coisa que sempre foi constante na série principal, é que Pokémon é um jogo por turnos. Claro, temos spin-offs que são TCG’s, jogos de fotografia, Dungeon Crawlers, e até jogos de luta. E todos os clones de Pokémon que tivemos ao longo dos anos, boa parte deles segue a fórmula de jogos de turno. Sem problema, jogadores de RPG adoram a fórmula de Pokémon, que é por turnos.
Bom, caso você não tenha pegado as referências que fiz, diretas e indiretas, o jogo da análise de hoje, bebe um pouco da fonte de Pokémon, mas NÃO É um RPG de turnos. Depois de passar algum tempo em acesso antecipado, ADORE chegou ao PC e aos consoles no começo de agosto.
Será que vale a pena o seu tempo? Confira conosco.
Salve o mundo por conta de uma treta divina
Você joga no papel de Lukha, um jovem Adorador que vive no mundo de Gaterdrik, um mundo que era dominado por dois deuses dragões, Draknaar e Ixer, que tretavam mais que jovens no twitter, só que um dia, Ixer ligou pros chefes de Draknaar e fez ele perder o emprego, digo, aparentemente o matou. Foi mal, confundi os lugares.
Enfim, onde eu estava? Ah sim, Ixer aparentemente matou Draknaar, mas parte da alma do deus derrotado foi parar dentro de Lukha, que sendo um Adorador, resolve usar seus poderes para salvar o mundo e derrotar Ixer. “Mas Sancini, glorioso mestre da verbalização analítica de jogos,” ouço você dizer, “o que caralhos é um adorador?” Calma, meu jovem leitor que pode ou não ser mais velho que eu e fruto da minha imaginação, vou explicar. Adorador nada mais é do que a versão desse mundo do treinador de monstros.
A trama de ADORE é simples, e aí é que está a força de não se ter um plot muito complexo, já que você não precisa se preocupar em ter suas expectativas subvertidas por algum espertalhão que se acha escritor, ou coisa do tipo.
Temos que pegar, eu sei!
As mecânicas de Adore são simples de entender na prática, mas complexas de se explicar na teoria. O core do jogo na teoria funciona no mesmo ciclo que jogos do gênero, captura de monstros e combate contra os mesmos. Ambos funcionam em tempo real. Para a captura, você precisa estar encarando o monstro de frente e segurar um botão pra encher uma barra.
Lembra um pouco o esquema de escaneamento de Digimons, mas ao mesmo tempo, diferente, com uma identidade própria. Obviamente, como em Pokémon, a captura será mais rápida se o monstro estiver fraco antes do combate, mas também funciona pro outro lado, já que você pode ser atacado e precisa evitar os mesmos sem sair da zona de captura e prevenir que a barra de captura diminua.
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Tecnicamente, apesar de você capturar e usar os monstros pra combate, você não controla eles diretamente. Como em um bom RPG de ação isométrico, os monstros funcionam mais ou menos como habilidades em Diablo, onde você mapeia cada monstro a um dos botões de face do controle (ou teclas do teclado/botões do mouse, na versão de PC, onde temos dois tipos de controle diferentes). O combate pode parecer complexo a princípio, mas com o tempo, flui com uma naturalidade que torna o processo gostoso, ainda que um pouco repetitivo.
Claro que mais adiante na sua jornada, adversários mais duros surgirão e um pouco de estratégia será necessária pra encontrar pontos fracos. Alguns monstros podem aplicar vulnerabilidade, então você pode usá-los por exemplo pra enfraquecer o campo. E as criaturas que você não invoca, ganham estamina pra lançar habilidades especiais.
O jogo deixa de ser uma batalha de spammar ataques, para ter uma coreografia quase rítmica. E a complexidade (ainda que simples) do jogo aumenta, quando a mecânica de sinergia entra em ação, onde você aplica buffs passivos ao seu roster, desde eles tenham um item que combina com o tipo de monstro dos outros monstros do seu roster. Para você tirar o máximo do jogo, você vai ter que pensar um pouco mais do que o padrão.
Audiovisual aceitável
Graficamente, ADORE é um jogo… Adorável. E com esse trocadilho horrível, já sei que a QUByte NUNCA MAIS vai me mandar um jogo pelos próximos dez anos. Enfim, os gráficos do jogo são bons, nada que vá explodir sua cabeça, e os cenários são menos detalhados que seu típico AAA, mas isso não é um demérito em si.
A interface de usuário é limpa e não atrapalha a sua jogatina. (pode parecer pouco, mas como demonstrei anos atrás na minha análise de Sword and Fairy 6, uma interface ruim pode estragar uma experiência. Ok, não ajudava o fato de que o jogo era uma bomba, mas divago)
A trilha do jogo pode não ser marcante, mas isso não significa tanto porque ela combina com o clima do jogo, com boas composições. Ainda acho que o pico das composições em jogos publicados pela QUByte vem dos jogos do 2ndBoss Studios (Savage Halloween, Wild Dogs), e até o momento está sendo difícil superar esse padrão alto de qualidade.
Uma boa alternativa a Pokémon, em tempo real
Não é a toa que ADORE vem recebendo elogios dos jogadores e da imprensa, uma mudança a fórmula manjada de Pokémon (que tem clones o suficiente pra entreter os jogadores até o fim do mundo, com muitos deles superiores aos jogos mais recentes da Nintendo), o jogo é satisfatório. Se você quer experimentar algo diferente, dê uma chance, talvez você adore… ADORE.
Nota Final: 8,5/10
ADORE está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e Nintendo Switch, e esta análise foi feita com base na versão de PS4, com uma cópia gentilmente cedida pela QUByte.