Blasphemous II | Soulsvania no seu auge

Blasphemous II | Soulsvania no seu auge

19/08/2023 0 Por Tony Santos

Lançado em 2019, o primeiro Blasphemous surfou na onda de jogos difíceis, pavimentada pela série Souls, e trouxe o twist de aplicar isso em um jogo 2D não-linear, similar a outros tantos metroidvanias já existentes. Com uma temática cheia de inspirações na idade média e na ortodoxia católica, o primeiro game continha sprites muito bonitos e bem animados, além de um combate pesado e punitivo, mas que não traía a confiança do jogador, visto que tudo era muito bem ensinado antes de te colocar em situações difíceis.

Em 2023, sua sequência chega à todas as plataformas, mas será que ela traz novidades a um game já tão bem feito? É o que vamos ver.

Mesmo protagonista, novas armas

Em Blasphemous II, temos de volta o Penitente de chapéu pontudo do primeiro jogo em uma nova aventura. De cara, temos a opção de escolher entre três armas: um porrete com uma bola de ferro na ponta, uma espada igual a do primeiro game, e uma greatsword mais pesada com golpes mais cadenciados. Isso por si só já traz uma gama de novas possibilidades, já que temos agora três formas de encarar o jogo.

Até a parte analisada aqui no texto, não tive opção de trocar para outras armas, mas preferi começar com a greatsword, pois ela parece um meio termo entre as outras duas.

Reprodução: The Game Kitchen

Combate

Falando em armas, o combate segue fino e cruel. Alguns inimigos do primeiro jogo se repetem aqui, tal qual a série Castlevania tanto fez nos seus tempos áureos; com os mesmos sprites e tudo. O Penitente tem ataques que não dão atordoamento temporário nos inimigos (stagger) a menos que seja no fim de um combo. Por isso, faz-se necessário esquivar antes que o inimigo te puna. Ou, como no jogo anterior, também é possível dar parry.

Um pequeno problema que se estende aqui desde o Blasphemous I é que algumas animações de ataque são muito longas, e isso torna alguns ataques, como o uso de magia, um pouco inúteis contra inimigos normais.

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O parry é uma mecânica bem gostosa em ambos os jogos, e consiste em apertar o R1/RB no momento exato do ataque do adversário, aí sim atordoando-o para ser golpeado e finalizado. A janela de parry é boa e convidativa para aqueles que não possuem costume com esse tipo de mecânica, pelo menos nos inimigos das primeiras horas do jogo.

Reprodução: The Game Kitchen

Estética

Essa parte é uma extensão do que foi o primeiro game. Seguimos com um pixel art muito bonito e bem animado pelo pessoal da The Game Kitchen, estúdio que desenvolveu ambos os jogos.

Notei também que as animações das cutscenes estão com aspecto mais limpo. Estão sim mais bem feitas, porém acredito que o visual clean dessas cenas não case tão bem com o restante do pixel art presente no game. Obviamente isso não é um demérito tão grande, apenas uma escolha que achei mais acertada no primeiro game, onde os traços tinham um serrilhado mais coerente com o visual retrô.

Reprodução: The Game Kitchen

Chefes e outras mecânicas

Os bosses do jogo ainda são bonitos, bem feitos e difíceis como no primeiro. A qualidade visual e a animações deles estão ainda melhores, mostrando que o estúdio também focou em melhorar ainda mais o que já era bom.

Ainda temos um sistema novo de tabuletas que são equipadas no seu personagem, servindo como buffs que podem ser trocados a qualquer hora durante o jogo. Na primeira hora você tem acesso a apenas uma que aumenta seu ataque, mas ao longo do jogo você pode adquirir mais tabuletas (inclusive o nome não é esse, mas eu esqueci como o jogo trata lol) e também mais espaços para equipar mais itens do tipo.

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A morte ainda é punida como em jogos Souls: você volta para o último save e suas almas ficam no local da morte para serem recuperadas. Como existem salas de saves muito próximas umas das outras, não é algo tão punitivo como nos jogos desse estilo em 3D.

Temos ainda os mesmos dois frascos de cura que são enchidos a cada save e agora um sistema de corrupção que fica embaixo da barra de energia e que precisa ser curado em saves ou em lojas que fazem esse serviço em troca de almas.

Reprodução: The Game Kitchen

Conclusão

Blasphemous II segue na mesma linha do primeiro game, aparando arestas, melhorando combate e animações das cutscenes, com um mapa tão grande quanto do primeiro game. Se você gosta de Souls, metroidvania e/ou jogos desafiadores de modo geral, recomendo fortemente pegar esse game. Não é necessário ter conhecimento prévio do jogo anterior, inclusive.

Prós:

  • Gráficos ainda mais bem feitos que o anterior;
  • Combate punitivo porém justo.

Contras:

  • Animações longas demais em alguns ataques.

Nota: 9/10

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Esta análise foi feita com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela distribuidora do jogo. Ele também está disponível para Xbox One, Series S/X, PlayStation 4, Nintendo Switch e PC (via Steam).

Blasphemous II

Reprodução: The Game Kitche