Starfield | O Nascimento de um Novo Universo
16/09/2023Starfield, a grande promessa de uma nova IP da Bethesda finalmente aterrissou, e isso causou um estardalhaço na internet. E aqui deixo claro que minha expectativa inicial para Starfield não era lá muito grande, afinal, eu queria continuações de Fallout e The Elder Scrolls.
Só que a medida que o lançamento se aproximava e mais sabíamos sobre Starfield, maior era a curiosidade para com esse novo universo. O que me levou a pensar, quando próximo do seu lançamento, se essa promessa de novo universo seria um sucesso capaz de garantir continuações, assim como outras franquias da empresa.
Bem, graças a Bethesda que nos forneceu uma chave do jogo em antecipado, e eu pudesse investir horas e mais horas em Starfield. Depois de finalizar o jogo, agora me sinto preparado para compartilhar com todos vocês a minha experiência.
Vista seu traje espacial e vamos desvendar os segredos do universo juntos!
O ENREDO DE STARFIELD
Com a atmosfera do planeta vazando para o espaço, a humanidade se viu forçada a criar um plano de fugir para outros planetas e os habitá-los. Conseguindo fugir do desastre, somos levado a muitos anos no futuro desde esse fatídico evento onde o planeta Terra deixou de ser uma esfera azul e viva, para se tornar uma esfera cinza e sem qualquer sinal de vida.
Começamos nossa jornada como funcionário de uma empresa de mineração chamada ARGOS, e cabe a nós cumprir a jornada de trabalho duro se não quisermos morrer de fome em alguma sarjeta. Logo em seu primeiro dia de trabalho, acabamos encontrando um artefato que reage ao nosso toque e nos dá um vislumbre de um grande segredo que o universo guarda.
É a partir daqui que nossa aventura em Starfield terá início e passaremos a desbravar planetas e outros sistemas planetários em busca de desvendar um segredo além da compreensão humana.
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Não posso reclamar, apesar de uma premissa simples, a história se desenvolve muito bem a longo de todo o jogo, e a forma como algumas escolhas serão impiedosas com o protagonista mudo. Isso – Ele não tem uma voz, além daquela dos diálogos que você lê – nos permite maior imersão.
Isso talvez possa causar estranhamento em qualquer outro que não esteja familiarizado com os jogos da empresa, mas calma, as legendas estão localizadas em português e os demais personagens estão com dublagem em inglês. Muito boa a dublagem por sinal.
FALA DOS PROBLEMAS, SEU FANBOY, FALA DOS PROBLEMAS
Calma, calma, eu ia chegar lá, mas como eu acho que todo mundo parece tão mais inclinado a enaltecer os problemas, vou dedicar um parágrafo só para isso.
Primeiro de tudo, FLOP é meu ovo. Comecem a falar feito gente normal, por favor. Segundo lugar, Starfield tem alguns problemas que eu considero interessante frisar. Isso porque a Bethesda sempre foi conhecida por seus jogos contarem com bugs no mínimo inusitados, então pra mim foi um tanto surpreendente que não tenhamos tantos bugs no jogo logo durante o seu lançamento. Não que eles não existam aqui, mas o jogo chegou com poucos se comparado a outras obras.
Se uma missão consiste em ir até planeta X e entregar pão para um marciano, porque diabos eu iria o caminho todo conferindo textura do chão? Quem anda olhando somente para o chão enquanto vai realizar uma ação? Bem, dito isso, vamos lá.
Loadings, temos uma quantidade absurda de loadings em alguns momentos que você simplesmente não entende, até porque aparentemente o cenário parece todo carregado. O que acaba ficando um pouco cansativo, mas os loadings não são demorados. Olha, eu não sou desenvolvedor, logo não conseguiria opinar de forma adequada a escolha de introduzir tantos loadings, mas tem vários loadings, muitos. rápidos, mas tem.
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Em alguns momentos os companions ou inimigos pode enroscar em determinado local, mas isso é algo que notei acontecer pouco. O que me incomodou um pouco mais foi que, as vezes, durante uma viagem rápida eu não conseguia ter acesso ao objetivo. Por 3 vezes eu tive que fechar o jogo e abrir novamente durante as minhas 30 e poucas horas de jogatina. Espero que seja algo resolvido após uma atualização.
O Mini Mapa do jogo é algo que definitivamente deveria ter, pois ficamos perdidos muito fácil e sem saber onde encontrar lojas para se comprar armas e kits médicos. Talvez esse tenha sido uma das maiores dificuldades que eu tive com o jogo, afinal, saber onde adquirir energia e munição deveria ser mais simples. Você encontrará itens de cura sendo vendida em clinicas e munição e armas em um centro de distribuição, pelo menos foi o que eu encontrei em Guarida, uma das cidades principais.
Agora vamos ao ponto que muita gente deve tá salivando: Viagens rápidas.
Se sua nave está pousada em um determinado planeta e você quer sair dele, então será preciso entrar na nave e partir, o que nos leva a uma cena da ação e em seguida estamos no espaço. A partir daqui eu posso ir até o outro planeta se eu desejar, a questão é que você pode levar até 6 horas para o fazer dependendo da distancia.
Eu fiz esse teste e gastei quase 7 horas do ponto onde fiz a viagem rápida até chegar a 10km de distancia do ponto no planeta onde queria pousar. Claro, eu ficaria muito contente se houvesse uma animação de reentrada na atmosfera e tudo mais, só que visto o tamanho do universo criado é um pouco exagerado.
O que noto é, por algum motivo, eu não sei qual, as pessoas estão se apegando a esses por menores só para criticar. Inclusive usando opinião de gente que faz sucesso gritando e fingindo susto em lives.
O GAMEPLAY
Se existe um ponto que merece louros em Starfield é o seu sistema de combate armado, onde você conta com uma quantidade alta de armas a disposição e modificações. Se em Fallout 4 a Bethesda havia melhorado essa mecânica, aqui eles refinaram ainda mais.
Os tiroteios são frenéticos e as variações de equipamento tornam isso ainda melhor, e não estou levando nem em consideração alguns poderes que podem ser desbloqueados. Você até pode ter a sensação de que se tornou um anjo da morte espacial, mas só isso dura até você enfrentar robôs. É, te falar que com nível baixo eu passei uma missão paralela fugindo feito cachorro de rua quando motoqueiro corta o giro da moto.
Deixando de lado a questão do combate, temos algumas arvores de habilidades a disposição que nos garantirá melhorias seja no hackeamento, uso de pistolas, fuzis e até do jetpack. Não dá pra sair voando se tu não desbloquear essa perk primeiro. Esse sistema de perks não é novo, mas percebi que comparado aos outros jogos da Bethesda, em Starfield é um pouco mais demorado para ganhar nível o suficiente para investir nessas habilidades.
Também não poderia deixar de apontar uma das características únicas do jogo que é o seu sistema de naves, onde você pode montar e desmontar como bem quiser, ou comprar naves prontas, ou roubá-las. Se for de pirata espacial, bem, ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão, não é mesmo?
Starfield também conta com o famoso sistema de escolhas morais, sendo possível resolver na lábia ou na força bruta, ou ser caçado como o bandido que tu é por ficar roubando os transeuntes pelo espaço. Como sempre isso tem um impacto no companheiro que está contigo, pode ele gostar ou não. Isso nos leva a opção de que podemos começar relacionamentos românticos com quatro companheiros independente do gênero. Não importa, o que vale é o amor. Inclusive leva ao casamento, então pensa bem.
Nesse campo eu achei que temos poucas opções de diálogos e acredito que poderia ter sido mais encorpado, mas eles inseriram uma mecânica de pontos que quando atingida, você é bem sucedido ou também pode persuadir de forma automática. Há alguns momentos em que isso é bem útil, principalmente se você estiver tentando roubar um artefato espacial dentro de uma nave repleta de soldados e quer convencer a pessoa abrir o cofre na amizade.
MONTANDO SUA NAVE
Caso você opte por montar a sua nave, ai entra um elemento um pouco mais complexo e que vai demandar algum tempo para você entender como cada parte funciona, mas o primordial é o reator da sua nave, afinal ele é como a fonte do seu PC. Se tu colocar algo que demanda mais energia do outras partes, vai ficar desequilibrado e a sua nave não vai funcionar.
O que vai mandar é quantidade de créditos/dinheiro que você tem, afinal é um tanto caro. Eu não me arrisquei muito no sistema de criação, pois acidentalmente encontrei uma nave em uma missão paralela que é muito boa mesmo, mas vale a pena checar para ter uma noção do funcionamento.
Sua nave conta com barras na tela onde você divide onde vai direcionar a energia do reator, sendo para o sistema de armas, o que pode obrigar a você reduzir a energia no motor e consequentemente ficar mais lento, mas ter um grande poder de fogo durante o combate, mas tem o escudo da nave que também demanda energia do reator e você precisa direcionar caso queira aguentar os tiros que vai lá.
No primeiro combate talvez você fique confuso, eu mesmo morri logo de cara até entender, mas depois fica mais fácil e cabe só a você escolher se vai enfrenar inimigos no modo primeira ou terceira pessoa enquanto navega pelo espaço.
Sendo franco com vocês, acho controlar a nave não é lá a coisa mais legal de se fazer. Pelo menos pra mim, se não estivesse presente no jogo, não me faria falta.
TRILHA SONORA
Gosto muito de trilha sonora dos jogos, e a Bethesda sempre foi muito bem sucedida nesse campo em seus jogos, até mesmo naqueles que ela publica. DOOM ETERNAL tem uma das trilha sonoras mais incríveis dos últimos tempos, mas Starfield agora entra nessa minha competição pessoal.
Toda a trilha sonora passa uma sensação de aventura grandiosa, e nos momentos de maior emoção ela realmente consegue embalar toda a situação que se desdobra a sua frente. Eu recomendo muito jogarem com fones de ouvido, vai ser uma das melhores experiência sonora possível.
Vou deixar esse vídeo abaixo para vocês terem uma noção da qualidade absurda da trilha sonora:
NAVEGANDO ENTRE PLANETAS
Starfield é grande e com muita coisa para se fazer, mas se 8 bilhões de pessoas se espalharem pelo espaço, não espere que grandes colônias serão formadas em único lugar.
Apesar da humanidade ter deixado o planeta terra, isso não os impediu de guerrear entre si e se espalharem em grupos, facções e até seitas. Uns passam suas vidas no espaço atacando inocentes, outros estão vivendo no submundo e sendo considerados inferiores.
Com isso em mente, quando falamos de exploração, não espere grandes variações entre planetas, afinal, muitos estão desabitados e contam com climas hostis para se viver. Ou são colônias que se espalharam no subterrâneo daqueles planetas.
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Há também as criaturas, algumas são nativas do planeta e outras são um reflexo do ser humano povoando determinados planetas. O que é um dos mistérios do jogo, afinal, porque um Terrormorfo surge a cada 100 anos somente em áreas habitadas por humanos?
Para chegar a esses planetas é preciso se guiar por um mapa onde é possível conferir cada um dos sistemas planetários e o quanto de combustível precisará para realizar as dobras espaciais para chegar até lá. Não dá só pra pular, você terá que se aproximar de uma e saltar para a outra, e ai voltamos a questão da nave, reator e etc…
E isso me leva a crer que qualquer um que use No Man Sky como parâmetro de comparação não conhece bem os jogos da Bethesda. Muito do que envolve exploração tá atrelada as histórias e mistérios do universo que criam, então comparar com um jogo lançado há quase 8 anos atrás e que recebeu milhares de atualizações ao longo desse tempo e não compartilha da mesma proposta ou mesmo escopo, acaba sendo no mínimo bobo.
CONCLUSÃO
Criar um novo universo não é uma tarefa fácil e todos nós sabemos muito bem. Grandes franquias tiveram os seus altos e baixos, após sequencia que não caíram no gosto do publico cativo, então ver a Bethesda se arriscar a criar um novo é algo louvável. É impossível prever a recepção em razão de toda a expectativa que isso gera.
Todos nós, amantes de algumas da franquias sempre esperamos por sequencias, então quando uma empresa decide deixar uma sequencia (aguardada) de lado para se dedicar totalmente a criação de uma nova propriedade intelectual, o público vai ficar apreensivo. E mesmo que a reação da internet tenha sido um tanto histérica…
Starfield no fim das contas traz elementos novos envolto de mecânicas que todos nós estamos familiarizados. Isso é ruim? Não, nem um pouco. Significa que tenha muitos problemas? Talvez.
O que se percebe é que existe muito cuidado no desenvolvimento da história e personagens, além de um melhoria significativa na engine que a Bethesda usa há um bom tempo. Quem joga os títulos conhecem bem algumas das expressões assustadoras que os personagens costumavam apresentar, e ainda acho que deveriam trocá-la. Nesse aqui temos alguns momentos assustadores também.
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Bem, chegamos ao ponto que irei bancar o advogado do Diabo: Jogos da empresa como Elders Scrolls e Fallout sempre foram focado em sua história principal, suas missões paralelas externamente divertidas e os personagens que dão vida a esse cenário.
Em Starfield não é muito diferente nesse quesito, e manter essa tradição foi o que acabou me fisgando logo de cara. Não me entendam mal, afinal, não estou dizendo que uma empresa não possa ter como prioridade produzir títulos curtos linear hyper realistas com roteiros que só a geração TikTok se emociona. Pode, tanto que até tem uns ai cujo nome não vou citar, porque se não vão choramingar.
Starfield não está isento de problemas, obviamente, mas nenhum deles são realmente capazes de estragar a experiência que você terá com o titulo que conta com um universo rico e com grandes histórias a serem vivenciadas, mas cabe a você se arriscar ou não.
Altamente recomendado para os fãs de Fallout e Elder Scrolls!
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Starfield está disponível para PC, Xbox Series S|X e XCloud, e esta análise foi feita com uma chave digital de Series S|X gentilmente cedida pela Bethesda.