Gods of the Twilight | Nórdicos Cyberpunks

Gods of the Twilight | Nórdicos Cyberpunks

22/11/2023 0 Por Geovane Sancini

Na minha análise de Bem Feito, eu contei sobre uma das coisas que me distraiu, que foi Rollercoaster Tycoon. O que era verdade. Mas havia mais um jogo, tanto me atrasando na hora de jogar o jogo em questão, quanto outro jogo sendo o assunto de outro texto. O segundo jogo é o assunto deste texto, enquanto que o primeiro, era um jogo bem semelhante a Rollercoaster Tycoon. No caso, mais um dos muitos jogos viciantes feito crack, feitos pela Kairosoft, chamado Dream Park Story.

Ele funciona como os jogos da Kairosoft, acumule, grinde pontos e construa e pesquise atrações pro seu parque, o expandindo. E como os jogos da Kairosoft, vicia demais. Apesar disso, ainda me pergunto o porque da Kairosoft ainda não ter portado o Grand Prix Story 2 pro PC e pra consoles. Vai saber. Enfim, pelo menos eu terminei a campanha de Dream Park Story, e até mesmo desbloqueei todas as atrações. (A campanha não libera todas, é preciso fazer mais coisas).

Um modelo que é bastante comum , especialmente em jogos adultos, é o do acesso antecipado. Como nem todo mundo pode pagar por serviços como o Patreon ou o Subscribe Star, alguns criadores optam por colocar o jogo no Steam, em acesso antecipado, para ajudar a fundar o mesmo. Não iria demorar para uma visual novel não sexual ir para o mesmo caminho.

E foi exatamente o que o pessoal da Volutian Design decidiu para o seu projeto de estreia, Gods of the Twilight, lançado agora no meio de novembro. Inspirado pela mitologia nórdica, o jogo vem sendo desenvolvido pelo menos desde 2020, quando o estúdio foi estabelecido, e ao longo desses três anos, o projeto passou por mudanças na arte até o produto final. Será que ele vale a pena seu investimento, estando em um estágio inicial? Confira nossa análise do Acesso Antecipado.

Reprodução: Volutian Design

Os mitos que não são mitos… OH MEU DEUS, O MUNDO VAI ACABAR.

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O jogo acompanha as desventuras sob o ponto de vista de dois jovens que residem em Nova Reykjavik, Islândia, Althea, uma indiana que residiu em vários locais ao redor do mundo, e Farkas, um órfão que tem fama de brigão e esteve envolvido em gangues. As vidas normais que eles possuíam, viram de ponta cabeça quando são atacados por estranhos…

O ponto de vista alterna entre um e outro, e apesar das escolhas não alterarem o resultado final (ao menos não em grande escala no momento em que a narrativa se encontra no final do conteúdo presente), as escolhas que fazemos com cada um dos protagonistas, muda a maneira que os outros personagens nos vêem, se somos agressivos, focamos em força de vontade ou se temos compaixão…

Enfim, com os ataques, pelo menos no ponto de vista de Althea, descobrimos que os mitos que existem em diversas mitologias são reais, e deidades, como as da mitologia nórdica, estão por aí, e a situação do mundo, como o fato de que o mundo está há três anos sem um verão, é o sinal de que o Apocalipse Nórdico, também conhecido como o Ragnarok, está próximo de acontecer… Eu ia fazer uma piada sobre Game of Thrones e The Winter is Coming, mas não consegui encaixar no texto, peço perdão pelo vacilo.

E se você joga visual novels há tanto tempo quanto eu, sabe qual a outra parte do que tem… A não ser que você seja um daqueles que só joga aquelas visual novels de terror, falo de… ROMANCE TIME! Sim, obviamente é possível entrar em romances e flertar com outros personagens, e ao contrário de algumas visual novels mais antigas que eram até meio crípticas na hora de flertar com personagem x ou y, aqui ao menos é mais descarado… Tão descarado ao ponto de um dos interesses amorosos sugerirem que eles deveriam fazer uma orgia antes que tudo acabe. E sim, é possível ter mais de um interesse romântico no jogo. No momento, entretanto, ainda nada aconteceu além de flertes aqui e ali.

Reprodução: Volutian Design

Ainda estamos ¼ da primeira parte da jornada.

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De acordo com os desenvolvedores (que se eu não estiver muito enganado, um deles é brasileiro, pelo menos foi o que a minha interação com ele no Discord deu a entender), o jogo tem planejados, ao menos para esse primeiro arco de história, vinte capítulos e o prólogo (que pode ser jogado na demo), e a versão atual do Steam vai até o final do Capítulo 5, o que quer dizer que temos apenas 25% do total planejado. Em termos de tamanho, o prólogo é a parte mais longa, já que ele se divide em subcapítulos.

Nele, conhecemos um pouco sobre os nossos protagonistas, Althea, que descende de indianos e gregos, é uma garota culta, que adora flertar pra quebrar o gelo, e também porque seus pais se mudaram tanto que qualquer paquera que ela possa ter, acaba não durando muito, então ela usa isso como mecanismo para não se apegar tanto. Falkas é um garoto órfão que foi criado por Helka, que de acordo com o Sancinometro é uma MILF (e que se fosse personagem das novels que costumo jogar em meu tempo livre, seria um interesse amoroso, se é que me entendem), e o rapaz, com exceção da amizade com Sara, foi um cara mais brigão, boca suja e ex-membro de uma gangue qualquer aí de Nova Reykjavik. Porém, o que ele fez, se afastando de Sara, foi para protegê-la, já que a garota costumava ser vítima de bullying e discriminação, só por se associar a ele.

O jogo nos apresenta, até o momento, cinco interesses amorosos, se as minhas contas estiverem corretas e eu não tiver esquecido de ninguém (e não acho que os guardas que Althea flerta contem como interesses… E esse flerte em si é opcional), Jóhannes, o “assistente pessoal” que os pais de Althea contrataram pra filha, Mikhail, o guarda de Hektor, que também age como se fosse um irmão mais velho do mesmo, Sara, amiga de infância de Falkas, Hektor, filho de um zilionário e que Falkas acaba salvando por acaso e Komani, agente que recolhe Althea quando ela estava sendo perseguida por um assassino mascarado . Além é claro, que um dos protagonistas pode ser interesse romântico do outro. E não há limite de romances, você pode ter um interesse ou todos.

Cada personagem obviamente é diferenciado em termos de personalidade, trejeitos e maneira de se lidar, mas colocar eles pra fora da eventual zona de conforto é mais divertido, como escolher um biquini mais ousado para Sara ir a praia, ou sentar no colo de Hektor só pra deixar o rapaz, que sempre é alegre e brincalhão, mais vermelho que um pimentão. Em termos de tempo de leitura de visual novel, acho que cerca de oito ou nove horas devem ser o suficiente para completar a versão atual do jogo, eu não sei o tempo exato porque eu executei o jogo por um tempo fora do steam (as vezes minha Steam simplesmente se recusa a abrir, indício #482 de que meu PC está morrendo, aceito doações de PC’s novos), então apesar das cinco horas registradas na minha conta, eu tenho mais do que isso.

Reprodução: Volutian Design

Altamente competente audiovisualmente

Uma coisa que não comentei, é sobre a questão da relação divina dos personagens com os seres da mitologia nórdica, até porque apenas um deles é confirmado com quem se relaciona (sem spoilers). Tenho minhas suspeitas de outros personagens, mas vou manter essas informações comigo aqui para não spoilar mais do que já fiz. Então, vamos passar para o departamento audiovisual. O jogo possui uma estética Cyberpunk, que vai desde a narrativa (com elementos inseridos na vida das pessoas), a cidade de Nova Reykjavik, até mesmo as roupas dos assassinos e membros de gangues. Alguns membros da segurança de elite possuem próteses para aumentar performance (braços e pernas biônicas).

Os personagens passaram por reformulações, ao menos de acordo com aqueles que testaram o jogo durante seu desenvolvimento, e estão mais agradáveis. O jogo também faz bom uso da paleta de cores e coloração nas cenas. Flashbacks usam efeitos suaves e tranquilizadores, e as cenas de luta usam tons mais sombrios, é sutil, mas faz diferença na hora de contar uma história.

A trilha sonora cumpre seu papel de colocar você naquele ambiente. Elas não vão grudar na sua cabeça, feito a música de Funbag Fantasy, mas não vão te irritar. Mas o maior destaque desse departamento vai pra dublagem. Os produtores fizeram questão de colocar dubladores que representem o local onde a história se passa, ou a ascendência do personagem (no caso de Althea, que é Indiana) e boa parte do elenco é islandês, ou finlandês, então você percebe o sotaque. E a dublagem não é como em Arcade Spirits por exemplo, onde nem todas as falas são dubladas, aqui, todo o diálogo é dublado, então a experiência é completa.

E as performances são boas, apesar de ser perceptível que os dubladores estão se acostumando aos papéis ao longo do tempo, soando melhor nos momentos finais do que no começo… Em especial a dubladora da Sara.

Reprodução: Volutian Design

Conclusão

Se você gosta de mitologia nórdica e visual novels, eu recomendo Gods of the Twilight sem pensar duas vezes, mas se tem um ponto de contenda é o preço do mesmo no Steam. Veja, se fosse o jogo completo, com os vinte capítulos, o preço seria justo, mas ainda estamos no primeiro quarto da jornada, logo, recomendo uma promoção. E o outro ponto de contenda, é que me prometeram um dia na praia com a Sara provando um biquini, mas isso não acontece. Imperdoável, 0/10 (Brincadeira). O jogo tem potencial, e estaremos cobrindo as futuras atualizações desse primeiro arco (se essa onda de calor do RJ não me matar antes) assim que elas forem saindo… Aliás, um bugfix que foi lançado dia 18 quebrou meu save e tive que recomeçar o jogo, esse é meu real segundo ponto de contenda.

Nota Final: 9/10

Gods of the Twilight está disponível em Acesso Antecipado no Steam (para PC) e no itch.io (para PC e Android), essa análise foi feita com uma chave de PC, fornecida gentilmente pela Volutian Design.