Apollo Justice: Ace Attorney Trilogy | Análise
29/01/2024A série de visual novels/ simulador de advogado da Capcom fez um sucesso gigante desde sua estreia ocidental no Nintendo DS. De lá pra cá, diversos jogos foram oito jogos da série principal e três spin-offs.
Os games estrearam no Gameboy Advance no Japão, mas em anos recentes, a maioria dos jogos da série principal já haviam sido portados para dispositivos mais novos, como iPad/iPhone e consoles como PS4 e Switch.
Os únicos games que faltavam receber esse tratamento em alta definição eram os jogos protagonizados por Apollo Justice, o segundo protagonista da série. E agora, com o lançamento dessa trilogia, a saga principal — até então — está completa em HD.
Jogabilidade
Se você está lendo esta análise provavelmente já deve saber como funciona, mas para desencargo de consciência, vou explicar um pouco sobre como funciona a série Ace Attorney:
O jogo se desenrola em forma de Visual Novel, mas diferentemente das VNs modernas, o jogador realmente tem interações que modificam o desenrolar da história; é necessário apresentar provas durante o interrogatório das testemunhas, além de pressioná-las para conseguir depoimentos mais detalhados.
Fora do tribunal, a história também ocorre, com os personagens visitando cenas do crime ou conversando em seu escritório. É basicamente a série House, caso o médico fosse… um advogado.
Posso começar por essa trilogia?
Essa trilogia conta com os jogos de número 4, 5 e 6 da saga — e inclusive no Japão, eles são numerados –, mas também serve como um soft-reboot da série.
O protagonista é novo, e a história se passa sete anos após o último jogo com o protagonista anterior, Phoenix Wright. Alguns personagens antigos aparecem sim, mas de forma geral, tudo é reapresentado no quarto jogo, de forma que ninguém ficará perdido se começar por aqui.
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Existem óbvias referências aos jogos antigos, mas mesmo que o jogador comece por essa e volte posteriormente aos três primeiros jogos, não há mal nenhum.
Eu mesmo zerei apenas o primeiro Ace Attorney — umas 5x, é verdade — e os jogos do Apollo foram muito suaves de acompanhar, mesmo sem conhecimento de todo histórico da série.
Melhorias
Todos os games dessa coletânea foram lançados nos portáteis da Nintendo. Apollo Justice: Ace Attorney foi o único que ainda foi lançado para o Nintendo DS original, e por isso, usava sprites e artes 2D, assim como a trilogia original.
Já Dual Destinies e Spirit of Justice são games que saíram no 3DS, e com um console melhor, optou-se por usar gráficos 3D para os personagens.
Nessa coletânea em HD, houve um tratamento digital — não foi IA — nas artes 2D de Apollo Justice, enquanto que os dois últimos jogos receberam upscale nos modelos 3D para que fiquem bonitos em HD.
Obviamente, a interface também foi alterada, já que os jogos não fazem mais uso de duas telas. As janelas de diálogo usam fontes mais sutis e as interações com objetos agora se fazem com o analógico da direita, que serve para girá-los.
Vale lembrar que essas mudanças são feitas já em cima dos ports que os três jogos receberam para iOS uns anos atrás, mas agora receberam upscale para HD, além de melhorias na interface e dimensionamento de tela, pois finalmente o primeiro jogo está em 16:9, e não em 4:3 como no DS e no port para iOS.
Música e texto
Apesar do tratamento HD, optou-se por usar os mesmos efeitos sonoros e trilha das versões originais, porém eu particularmente, eu preferiria que ao menos fosse possível jogar os jogos com a trilha sonora arranjada.
A adaptação dos textos ainda é a mesma das versões antigas, mas agora aparece um aviso antes do jogo iniciar, falando que “blá blá blá o roteiro está apresentado da forma original de sua época”, meio que pra se desculpar por antecedência caso ofenda os floquinhos de neve de sempre.
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Apesar de toda essa preocupação com quem odeia videogame mas finge que gosta, eles não se importaram em traduzir o jogo para o português. Assim, mais uma vez, a série Ace Attorney fica limitada — oficialmente, é claro — a quem tem um ótimo conhecimento da língua inglesa ou japonesa.
Mas, se você adquiriu seu jogo no PC, existem as ótimas traduções da equipe Jacutem Sabão, que já traduziram a primeira trilogia e também dois jogos da série Apollo Justice, mas por enquanto, somente nas versões de DS/3DS.
Conclusão
Apollo Justice: Ace Attorney Trilogy chega aos consoles atuais (e da geração passada) como uma forma de imortalizar mais uma parte da história da série Ace Attorney.
Com isso, os seis jogos da série principal já possuem versões em HD disponíveis para aqueles que não puderam jogar na época do Nintendo DS.
São jogos com histórias muito divertidas e que prendem o jogador, principalmente aqueles que gostam de narrativas de mistério ou tramas interativas.
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Esta análise foi escrita usando uma cópia do jogo cedida gentilmente pela Capcom.
Também foram usados screenshots da análise feita pelo canal Digital Foundry.
Apollo Justice: Ace Attorney Trilogy está disponível para PlayStation, Xbox, Switch e PC (Steam).