Hunter X: Code name T | Análise

Hunter X: Code name T | Análise

28/02/2024 0 Por Tony Santos

 

Nos últimos anos, está acontecendo um renascimento de jogos de menor orçamento. Nos tempos de PlayStation 2, tínhamos jogos feitos com valores mais modestos, mas que conseguiam agradar o grande público.

Hoje em dia, temos essa renascença, principalmente através da facilidade das engines dos jogos, que hoje em dia são bem mais acessíveis para os desenvolvedores iniciantes.

Não só isso, também temos lojas de assets, que permitem que se comprem modelos de personagens, cenários e qualquer outra coisa, para que o desenvolvedor possa usar em seu game.

Muito debate é feito em cima disso, pois gerou o que se chama de “asset flip“: jogos feitos somente com assets comprados, mas que não apresentam valor intrínseco nenhum, sendo somente formas fáceis de se ganhar dinheiro.

Eu ouso dizer que Hunter X: Code name T está no meio-termo dessas concepções. Certamente, foram usados assets prontos, e isso se comprova porque nenhum dos personagens e inimigos parece ter saído do mesmo forno. Todos têm design diferente e que parecem que foram jogados nessa engine a fim de ocupar um espaço nesse jogo.

Porém, o pacote todo entrega um metroidvania simples mas competente no que se propõe, mas que peca justamente por misturar estéticas visuais diversas que não casam muito bem.

História (se é que tem)

Em code name T, jogamos com Taiyo, um caçador de demônios em um mundo futurista, mas que viaja para um local mais fantasioso para caçar demônios pra cima e para baixo.

A história é bem rasa, e personagens aparecem e desaparecem toda hora, contando coisas sem sentido que não fazem diferença.

Créditos: ORANGE POPCORN

Gameplay

Temos um metroidvania muito simples na sua execução. Bem cedo no jogo, adquirimos o dash, dash no alto e dois pulos. Essas habilidades são padrões desse tipo de jogo e causam aquela já clássica parte de você voltar a cenários anteriores para pegar aquele item que você não sabia como pegar anteriormente.

Diferentemente do ótimo e também analisado por mim, Prince of Persia: The Lost Crown — que possui um grande investimento, logo, não há justiça em compará-los –, temos conceitos explorados de forma bem simples.

Os cenários são bem normais, com designs que não servem para nada além de fazer com o que o jogador viaje para lá e para cá pulando e batendo em inimigos.

De bom, temos as influências da série Souls. Você pega “Carma” ao matar inimigos, e essa é a moeda do jogo, assim como as souls dos jogos da From Software.

Caso você morra, evidentemente que há uma chance de adquirir o que se perdeu de volta, voltando ao local onde você foi morto.

Essa moeda serve para melhorar seus atributos, e o preço de cada upgrade sempre aumenta, independentemente do nível do atributo que se queira aumentar.

Exemplo: Se você melhorou seu ataque para o nível 20 e ignorou o aumento da saúde, agora será bem difícil e demorado fazer isso, pois o custo de um ponto vai ser altíssimo. Eu sei porque fiz essa cagada lol.

HunterX: Code name T

Créditos: ORANGE POPCORN

Combate

As armas de HunterX: Code name T variam entre as rápidas (menor dano) e as lentas (com dano maior). Os combos são sempre os mesmos, mas a animação e o tempo entre os golpes varia entre essas duas classes de armas.
Há também uma esquiva bem útil que também serve como dash e, posteriormente, também pode ser usada no ar.

Além disso, também há uma rasteira similar àquela introduzida em Mega Man 2, porém vi pouco uso para a mesma durante todo o jogo.

Existe uma mecânica de aparar/parry, que é bem amigável e possui uma janela para ser executada bem ampla, logo, o jogador nunca vai ter muito problema em aparar o ataque dos inimigos.

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Temos também habilidades especiais que podem ser dropadas de inimigos e equipadas, bastante inspirado pelos Castlevanias de Gameboy Advance. Elas gastam sua barra de mana, que se recupera sempre que você ataca um inimigo com golpes normais.

Essa barra de mana também pode ser gasta usando ataques especiais com o botão triângulo. Esse ataque pode ser feito no ar ou no chão, e é recomendado que se use após o fim de um combo comum.

Juntando essas mecânicas temos um gameplay agradável no mínimo, e o loop entre exploração e combate sempre faz com que o jogador sempre queira ir atrás do próximo ponto de save para avançar um pouco mais no mapa.

HunterX: Code name T

Créditos: ORANGE POPCORN

Música

A trilha sonora de HunterX: Code name T não é nada competente. Na verdade, acredito e chuto que também foi comprada em loja de assets ou de uso público, de forma que ela não valoriza o jogo e serve apenas para que o silêncio não impere durante o gameplay.

Sinceramente, recomendo escolher uma trilha sonora mais adequada ou escutar um podcast enquanto joga. Pelo menos, é possível abaixar o volume da BGM durante o jogo, deixando só os efeitos sonoros. Isso melhorou a experiência demais pra mim.

HunterX: Code name T

Créditos: ORANGE POPCORN

Conclusão

HunterX: Code name T é um metroidvania bem simples, feito pelo estúdio coreano Orange Popcorn. Ele é uma continuação do HunterX, lançado em 2022, onde você controlava uma personagem feminina, porém o gameplay era bem parecido.

Apesar de todas as críticas ao uso de assets comprados, a exploração e o combate são competentes, lembrando alguns jogos mais simples do PSP/Vita/3DS.

Apesar de não ser um jogo muito bem aparado nas arestas, ele tem um design feito por gente que entende minimamente de game design, e espero que eles evoluam e façam jogos cada vez melhores.

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Esta análise foi feita com uma cópia do jogo cedida gentilmente pela distribuidora.
HunterX: Code name T está disponível no PC (Steam) e Nintendo Switch.

Créditos: ORANGE POPCORN