Destiny 2: A Forma Final | Obrigado Cayde-6
22/06/2024Minha história com Destiny começou há 10 anos, quando vi aquele primeiro trailer do jogo. Tudo nele me fascinou; foi mágico. Naquela época, eu ainda não tinha sequer um PS4. Fiz o possível para comprar um o quanto antes para que assim que o jogo finalmente fosse lançado, eu pudesse jogá-lo da forma como foi feito para ser jogado.
Consegui comprar o PS4 e recebi acesso ao beta do jogo. Quando joguei pela primeira vez, senti a mesma emoção de quando vi o trailer pela primeira vez: foi realmente mágico. A jogabilidade era perfeita, os gráficos lindos, a dublagem em PT-BR impecável, os cenários incríveis.
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Naquela beta, podíamos ir até o level 8, se não me engano. Houve alguns eventos de teste durante a beta, mas foi uma experiência maravilhosa. Quando a beta terminou, senti um vazio, com um videogame novo e sem vontade de jogar mais nada, porque nada era como Destiny. Felizmente, não precisei esperar muito tempo, pois o lançamento oficial do jogo estava logo ali, bem próximo.
Finalmente, o momento chegou. O jogo foi lançado, e pude jogá-lo completo pela primeira vez. Mesmo as partes que já tinha jogado na beta foram experiências ainda mais incríveis. Foi ali que começou a minha jornada de 10 anos de amor (e ódio) com Destiny.
DESTINY
Destiny é um MMORPG de tiro em primeira pessoa que se passa em um futuro onde uma entidade chamada “Viajante”, uma grande esfera branca que paira sobre a Terra, chegou. Com a chegada do Viajante, a humanidade entrou em uma era de prosperidade e grande avanço tecnológico, conhecida como a Era Dourada. Graças ao Viajante, a humanidade obteve o conhecimento necessário para viajar pelas estrelas, conhecendo novos planetas e luas do sistema solar.
Porém, a Era Dourada acabou abruptamente quando uma entidade chamada Treva chegou, após uma perseguição contra seu inimigo “natural”, o Viajante. A Treva atacou, e a queda da humanidade nessa batalha quase resultou na sua extinção completa. Basicamente, todas as cidades e colônias humanas no sistema solar foram abandonadas e/ou destruídas, restando apenas a Última Cidade. A humanidade não teve outra escolha senão recuar para um local protegido pelo Viajante, que impediria que a Treva os causasse qualquer mal.
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Esse lugar era a Última Cidade. O Viajante escolheu alguns Guardiões para proteger a humanidade, revivendo-os através de frações de sua luz, chamados de Fantasmas. Fantasmas são pequenos ajudantes, cada um com sua própria personalidade, que cuidam de um Guardião. Graças aos Fantasmas e à luz do Viajante, os Guardiões podem usar os poderes da luz e ser curados e revividos quando necessário durante as batalhas, tornando-os virtualmente imortais.
Essa é a premissa de Destiny, e foi com base nela que um dos jogos mais incríveis e com um dos melhores multiplayer foi criado. Infelizmente, nem tudo são flores e alegria. Destiny 1 foi incrível, mas sua continuação já não podemos dizer o mesmo.
DESTINY 2
Lançado em 6 de setembro de 2017, Destiny 2 foi uma sequência até então honesta e obviamente melhorada do seu predecessor. Porém, por pouco tempo. Tudo começou a desandar com o jogo: desde microtransações agressivas até a remoção de conteúdos completos (vou falar disso mais à frente).
Destiny 2 começou a ficar quase injogável se você fosse um jogador novo que decidiu comprar o jogo após o lançamento da sua primeira expansão, Forsaken. Após o término dessa expansão e a morte do personagem mais carismático do jogo (Cayde sempre estará vivo em nossos corações), as decisões a partir dali foram por água abaixo.
Parei de jogar o jogo, tanto por motivos pessoais quanto porque via que o jogo estava seguindo um caminho que não era mais “saudável”, pelo menos ao meu ver. Então, achei melhor largar o jogo que mais me divertiu, que me fez conhecer pessoas incríveis com quem ainda tenho contato, que me trouxe inúmeras memórias maravilhosas, e que era simplesmente o jogo para o qual eu sempre voltava para jogar toda noite. Até que, este ano de 2024, vi que teria a última expansão do jogo e pensei: vou dar uma chance, vou voltar para ver como está e como essa história que começou em 2017 vai terminar.
A Forma Final
A última expansão de Destiny 2 me pegou desprevenido, pois, como citei, estava há muito tempo sem contato algum com o jogo. Foi basicamente um reaprendizado, que devo admitir foi divertido e frustrante ao mesmo tempo (mais frustrante do que divertido, na verdade).
A Forma Final fecha o ciclo de Destiny 2 completamente e coloca um ponto final no “mistério” que a cena pós-créditos da campanha original de Destiny 2 apresentava, com as naves triangulares. De fato, quando vi pela primeira vez, fiquei completamente igual ao meme do Pepe Silva.
Finalmente descobrimos o objetivo da “Testemunha”, A Forma Final, onde ela poderia comandar tudo e todos na galáxia do jeito que achasse melhor. Para cada ser vivo no universo, ela precisava do poder do Viajante. Ao adentrar o Viajante, nós, Guardiões, a seguimos até o interior do Viajante, e é lá que o jogo se passa.
Gameplay
No quesito de gameplay, não há do que reclamar. A Bungie segue ao máximo aquele ditado: “não se mexe em time que está ganhando”, e quando mexe, sempre acerta. A gameplay continua leve, única, cativante e desafiadora em alguns momentos, levando o jogador a ter precisão em alguns movimentos (malditos jump puzzles).
A nova classe trouxe uma customização ainda maior para o jogo. Eu sinceramente achei uma adição impecável, gerando uma customização absurda do personagem, permitindo utilizar vários elementos em uma única classe.
Trilha Sonora
Outro aspecto em que Destiny nunca errou. Desde o primeiro jogo, que chegou a contar com Paul McCartney, a expansão A Forma Final não decepciona. A trilha sonora se mistura com a história e a narrativa, especialmente no final, na cutscenes final. Quem já viu sabe do que estou falando, e quem ainda vai ver, entenderá o quão difícil é segurar as lágrimas.
Não só a trilha sonora, mas todo o áudio, desde as armas até os pardais, explosões e teleportes, tudo muito bem feito.
Contexto Geral
Não vou negar, jogar essa expansão foi como uma viagem no tempo. Me trouxe tantas memórias boas, fosse fazendo assaltos (as dungeons do jogo, calma pessoal), jogando o Crisol e passando raiva por ser ruim, ou fazendo raids com os amigos, onde passávamos o tempo conversando, nos divertindo e até xingando aquele cara que não conseguia fazer os jumping puzzles direito.
Jogar novamente me deu saudade daquele tempo, mas infelizmente é um tempo que sei que não voltará. Não por conta da vida em si, mas por conta das escolhas que a Bungie fez, e que para mim destruíram Destiny 2 completamente.
Hoje em dia, o jogo base de Destiny 2 não existe mais. A Bungie removeu o jogo completamente, toda a campanha, a raid do Leviatã, tudo inacessível. E não só isso, a lista de coisas removidas do jogo é enorme, além do jogo base, as expansões “Maldições de Osiris” e “Mente Bélica”, o conteúdo do ano 2 do passe anual, e mais algumas coisas, o jogo pelo qual paguei para jogar naquela época não existe mais. A expansão Forsaken não existe mais. Dungeons, raids, mapas do Crisol foram todos removidos ao longo do tempo.
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A Bungie parece que desaprendeu como fazer um jogo. Foram cegados pela ganância, vendendo expansões incompletas. Se você quiser aproveitar tudo, tem que pagar mais, e quando pagar mais e o jogo começar, vai ter que pagar ainda mais para aproveitar o season pass.
Como mencionei anteriormente, parei de jogar na expansão Forsaken. Tentei ficar em dia com o conteúdo, mas várias coisas foram removidas. A expansão Shadowkeep, que veio logo depois de Forsaken, não pode mais ser jogada completamente.
Inclusive, na expansão Shadowkeep, a ganância da Bungie era tanta que até as dungeons eles vendiam em um pacote separado. Ou seja, se quisesse jogar o jogo completo, além de pagar a expansão, tinha que pagar um valor a mais ainda para ter realmente o jogo completo.
O estúdio se perdeu completamente na ganância, e é uma pena ver o que fizeram com um dos jogos mais promissores dos últimos anos.
A Forma Final foi uma excelente expansão, em termos de história, gameplay, narrativa e diversão. Mas o jogo como um todo não vale muito a pena para uma pessoa que nunca jogou antes Destiny ou que ficou muito tempo sem jogar. Isso porque ela cairá em um universo onde não entenderá nada, pois toda a história construída desde 2017 foi jogada fora para dar espaço aos novos métodos de fazer dinheiro de forma fácil.
Em conclusão, a expansão é incrível, porém o jogo está completamente quebrado e incompleto.
Notas:
A Forma Final: 8.5/10
Destiny 2 (Geral): 4/10
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Esta análise foi feita com uma chave digital de PlayStation 5 cedida gentilmente pela produtora do jogo., e DESTINY 2? A Forma Final está disponível para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, Series S|X e PC (Steam, Epic).