Veritus | Zelda-like de primeira

Veritus | Zelda-like de primeira

17/08/2024 0 Por Geovane Sancini

Hora de reviews atrasados do Sancini porque esse computador trava mais que moleque gago e tímido, e começa a colocar as tripas pra fora se você olha torto pra ele (aceito doações via pix pro sui_kyo@hotmail.com). Sério, esse jogo eu recebi há quase um mês, joguei, mas não consegui escrever uma análise. Então, vamos em frente porque a fila anda. Bem vindos a mais uma edição de “Sancini começa a jogar uma série pelo segundo jogo”.

Em 2020, a desenvolvedora Colorgrave lançava o puzzle de ação Prodigal, que possuía a estética similar aos jogos do Game Boy Color, em especial, os Zeldas do GB/GBC, que obviamente passou batido por mim porque né… Quantos jogos são lançados a cada dia de cada mês de cada ano? Pois é… Eu sinto que já disse isso milhares de vezes em inúmeros textos…

LEIAM – Tomba! Special Edition | Análise

Entre 2020 e 2024, a Colorgrave preparou um platformer, “Curse Crackers: For Whom the Belle Toils“, platformer lançado em 2022, que me parece ser bom. Não joguei ainda, mas tem uma estética bem puxada para as cores do GBC.

E agora, em julho de 2024, a Colorgrave lançou uma continuação para Prodigal. Intitulada Veritus, será que ela consegue manter o padrão de seu antecessor? Ou tropeça feio, como acontece com continuações que querem abraçar o mundo com os pés?

Reprodução

Premissa simplista

A lore do jogo é bem esparsa, usualmente contada através de livros encontrados no castelo do Deus das Sombras, que você e seu grupo estão explorando. Pra alguém que curte narrativas, ficou meio difícil eu me importar com o que acontecia. Não sei se ter conhecimento prévio ajudaria, eu não tenho o Prodigal pra comparar.

Uma das coisas que há de se elogiar, especialmente em um jogo de curta duração como Veritus, é que há mais de um final, então você tem incentivo a rejogar, além de fazer 100%, New Game Plus. Considerando o preço, é um bom custo/benefício, especialmente em uma era onde os jogos estão cada vez mais caros, com storefronts se recusando a localizar os preços (Oi, Sony, oi AAAs sendo vendidos a 70 dólares).

Reprodução

Dungeon Gauntlet cheio de ação e quebra-cabeças

Uma das principais “reclamações” quando se olha os reviews de Veritus no Steam, é que não há um hub de cidade, como havia em Prodigal, e é meio que verdade. A estrutura de Veritus é composta de uma série de Dungeons, no castelo onde o jogo se passa. Obviamente, se você está acostumado com os jogos da série Zelda, sabe como as dungeons de Veritus funcionam, procure chaves para abrir portas, resolva quebra-cabeças e derrote chefes.

A princípio, você só tem a sua boa e velha picareta de combate, mas antes mesmo do fim da primeira dungeon, os seus itens complementares são desbloqueados, uma luva que permite que você se teleporte pelas sombras pra entrada da dungeon, um gancho (ganchos tornam jogos 328% melhores) para agarrar coisas e inimigos pequenos, e uma luva para pegar objetos mais pesados. Assim como em Zelda, você pode encontrar itens secretos pra aumentar seu HP máximo (4 partes de um coração, yada yada) e itens pra aumentar o equivalente a MP (Que permite um ataque giratório).

LEIAM – Spy x Anya: Operation Memories – um amontoado de emoções

O jogo possui alguns minigames que são espertos, porque são integrados na fluxo principal do jogo sem parecer que foi inserido do nada. Pena que eu sou uma bosta em alguns deles. Mas na minha opinião, o ponto fraco de Veritus, é o sistema de crafting que é absolutamente obtuso e é um dos momentos em que eu gostaria de um tutorial a prova de idiotas. Por fim, o jogo não é particularmente difícil… A não ser que você seja eu, que derrota chefes de primeira, mas absolutamente aperta teclas erradas 2/3 das vezes. Hooray, burrice!

Falando em controles, recomendo jogar Veritus num joystick, mas é bom saber que há opções pra destros e canhotos nos controles do teclado, pena que o layout na tela mostre apenas a vista do WASD, mas isso é mais eu catando defeito.

Reprodução

A melhor parte: Musica e Gráficos

Eu sou um paga pau dos Zelda’s de GBC, não vou negar (quando o jogo da Zelda foi anunciado, primeiro eu pensei que seria um remake dos Oracle), então essa estética de Veritus foi o que me chamou a atenção pro jogo, sprites bem animados, cenários bonitos. E as cutscenes em pixel art são maravilhosas. Eu nunca me canso de olhar esse tipo de material, em qualquer jogo. Por mais que ah, PS5, jogos ultrarrealistas onde você pode ver os pelos do interior do nariz de alguém, a beleza de uma cutscenes animada em pixel art, quadro a quadro é insuperável.

As músicas de Veritus são competentíssimas e muito bem feitas, eu não sou necessariamente um erudito, mas eu sei a diferença entre música boa, música que não incomoda e música ruim. A trilha de Veritus casa com o clima do jogo e injeta adrenalina nas suas veias. Não chega ao nível “quero pagar um pão com mortadela pro compositor”, mas é perto.

Veritus

Reprodução

Conclusão

Veritus foi uma boa surpresa, apesar da história rasa e do crafting obtuso, a jogabilidade salva, com a bela trilha e os gráficos maravilhosos. Se você gosta da estética do GBC, dê uma chance a ele, mas não faça como eu, jogue Prodigal primeiro, aí talvez você se importe com os personagens. O preço de Veritus é convidativo.

Nota: 8,5/10

_____________________________________________________________________
Veritus está disponível para PC e esta análise foi feita com uma chave digital cedida gentilmente pela Colorgrave