Mists of Noyah | Ação de dia, defesa durante a noite

Mists of Noyah | Ação de dia, defesa durante a noite

18/08/2024 0 Por Geovane Sancini

Reviews atrasados do Sancini, parte 2 chegando! Mais um jogo que recebi no mês passado, mas devido a n razões, acabou atrasando. Eu não vou ficar arrumando desculpas, porque não é do meu feitio. Mas ei, passado é passado e não se pode mudar.

Mas enfim, uma das coisas que pra mim aqui no Arquivos do Woo tem sido uma constante, são análises de jogos que estão ou saíram do Acesso Antecipado do Steam. É de certa forma encantador ver os jogos evoluindo de acordo com o feedback dos jogadores e os planos dos desenvolvedores. Claro, que nem sempre dá certo, as vezes o dinheiro acaba, as vezes os produtores não cumprem o prometido. Existem milhares de jogos em Acesso Antecipado que foram abandonados pelos criadores, então quando um jogo de Acesso Antecipado chega ao lançamento completo, é não só um testamento de compromisso dos desenvolvedores, mas como um testamento da resiliência deles. Além do suspiro de alívio por parte dos jogadores.

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Em Fevereiro de 2020, o estúdio carioca Pyxeralia lançava no acesso antecipado do Steam, o RPG de sobrevivência Mysts of Noyah, e durante dois anos a equipe trabalhou com o feedback dos jogadores, até que em 2022, o jogo chegava (supostamente) ao seu release 1.0 no Steam. Dois anos e muitas críticas depois (só olhar a página do Steam do jogo), o jogo chega aos consoles, graças a QUByte. Será que ele vale a pena o seu tempo? Confira conosco.

Reprodução – Pyxeralia

Tem uma história aqui? Acho que não.

Logo de cara, você escolhe um dos personagens, e cria um “mundo” (esse mundo equivale a seu save), e é jogado de cara, sem nenhum tutorial ou explicação. A lore do jogo é espalhada em pergaminhos que podem ser COMPRADOS ao longo da jogatina e oferecem um pouco do que acontece. Aparentemente, uma entidade maligna que odeia o bem está corrompendo o mundo e seus monstros. Mas, antes de mais nada, vamos parar pra analisar uma coisa:

Você tem que COMPRAR esses pergaminhos pra entender a história do jogo, e uma história mais rasa que um beat’em up genérico dos anos 80/90, ou seja, você paga por quase nada. Faz o jogador se sentir em um mundo dominado pela EA, não? Ou em um jogo da Blizzard. Uma pena a história ser descartável, quando a belíssima arte do jogo poderia ser base pra uma história épica e detalhada… Ou no mínimo decente.

Reprodução – Pyxeralia

Platforming de dia, Defesa de noite, muitos bugs no meio

Os controles de Mists of Noyah funcionam relativamente bem, durante o dia, o jogo funciona como um side-scroller, onde se deve matar inimigos em fases, explorando diversos biomas, coletando recursos para craftar itens, coletar experiência de inimigos para subir níveis, e toda a papagaiada que um RPG de sobrevivência possui. Em termos de controle puro, funciona bem, mas os sistemas de upgrade são pouco intuitivos, um tutorial ajudaria bastante. E um ponto negativo que posso apontar, é que o original de PC foi pensado como um jogo cooperativo, mas a versão de consoles não possui online, tornando alguns chefes e inimigos mais casca grossa do que o pretendido.

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Com as plantas de edifícios, você pode construí-los para defender a cidade central durante a noite. Mas a falta de um tutorial, novamente, atrapalha a jogatina. Então, se você não olhar a descrição do jogo, não vai saber que o jogo tem momentos de tower defense… O que pra mim não é divertido (eu sou um hater declarado de Tower defenses). As mortes nas partes diurnas não são tão punitivas quanto poderiam ser, mas o posicionamento de inimigos (a única parte que é de fato randomizada) as vezes atrapalha e pode levar a mortes injustas.

Agora, o que quebra muito o jogo é a quantidade de bugs presentes. Alguns são coisas ignoráveis, como sprites de inimigos permanecendo na tela após morrerem, outros, literalmente fodem a performance do jogo, como quando se dropa 100 ítens do inventário. Dá pra contornar? Dá, mas é chato você ter que contornar algo pra não perder performance. E com uma das personagens, se você usar uma determinada summon e entrar em uma tela de loading… Parabéns, você deu softlock e vai ter que resetar o jogo.

Reprodução – Pyxeralia


Músicas OK, belíssimos gráficos

A trilha de Mists of Noyah é decente. Não é memorável, mas não é ruim. São musicas funcionais, que cumprem bem seu papel, casam com os locais onde tocam. O único negativo da música, é a música noturna, que é apenas uma. Ela dá nos nervos, tal qual aquele tema de bordel que tocava nas batalhas do Werehog em Sonic Unleashed. E sim, a música de batalha do Werehog lembra musica de bordel.

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Os gráficos são certamente o destaque do jogo. Cenários maravilhosos com efeitos incríveis, até mesmo a água do jogo é bonita. Os sprites do jogo mostram personalidade, que mais uma vez, como eu comentei lá em cima, poderiam ser base pra um jogo épico. Pixel art é algo insubstituível, e vou defender o seu uso.

Reprodução – Pyxeralia

Conclusão

Mists of Noyah podia ser um jogo incrível. A jogabilidade e gráficos são decentes, mas a falta de uma história concisa, um tutorial, e a quantidade de bugs (além de decisões obtusas de design) impedem o jogo de atingir seu potencial. Talvez numa promoção, mas a preço cheio eu não recomendo.

Nota: 6,5/10

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Mists of Noyah está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e Nintendo Switch. Esta análise foi feita com base na versão de PS4 com uma cópia gentilmente cedida pela QUByte.