Bloomtown: A Different Story | Análise

Bloomtown: A Different Story | Análise

10/11/2024 0 Por Diogo Batista

Quando vi Bloomtown: A Different Story sendo anunciado, eu confesso que fiquei curioso, mas ao mesmo tempo cauteloso, afinal não é a primeira vez que me encanto pelo visual e a experiência final é um tanto aquém do que esperava. Apesar disso, a sua premissa de um conto diferente com uma estética única e uma trilha sonora envolvente, despertou minha atenção. E ao jogar, percebi que não estava enganado.

O jogo realmente conseguiu entregar uma experiência simples, mas encantadora, sem exageros, mantendo uma boa dose de charme e com uma apresentação visual e sonora que merecem destaque.

Bloomtown: A Different Story usa de uma premissa simples de crianças passando o feriado de verão com um parente e descobrindo um mundo alternativo, ao melhor estilo Stranger Things.

Será que vale o seu tempo? Me acompanhe!

Reprodução: Twin Sails Interactive

Um visual que encanta

O visual de Bloomtown é um dos primeiros aspectos que chama a atenção. A arte do jogo se destaca por seu estilo pixel muito bem polido e com uma paleta de cores cuidadosamente escolhida. Bloomtown opta por uma abordagem que privilegia a simplicidade sem abrir mão de beleza, com toda a arquitetura da cidade parecendo ter saído de um conto ilustrado.

Cada área de Bloomtown é única e tem sua própria característica, sempre muito colorido e vívido, o que faz com que a transição de uma localidade para outra seja bem pensada. A cidade central, Bloomtown, é recheada de pequenas lojas, praças e ruas que dão vida ao cenário.

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Os personagens são desenhados de forma simples, mas com expressões e traços que transmitem muito do que se passa com eles. Bloomtown não precisa de muitos detalhes para criar uma conexão visual com o jogador; basta um olhar para perceber as emoções e as características individuais de cada um. Isso permite que a narrativa se desenvolva de maneira sutil e que o jogador se envolva com os personagens sem que o jogo precise forçar a barra.

Bloomtown

Reprodução: Twin Sails Interactive

Uma Melodia que Embala

Se o visual de Bloomtown consegue encantar, a trilha sonora complementa esse ambiente de forma impecável. As músicas são suaves, muitas vezes tocadas em piano ou instrumentos acústicos, criando uma sensação de serenidade e nostalgia. A trilha é sempre presente, como uma melodia de fundo que se encaixa perfeitamente nas situações do jogo, seja durante momentos de exploração tranquila ou nas mais intensas de combates.

Em momentos de descoberta ou reflexão, as melodias são mais lentas e introspectivas, ajudando a criar uma atmosfera de imersão profunda. Já em sequências de maior tensão, as composições se tornam mais intensas, mas sem nunca sair do tom geral.

Isso é um acerto, pois o jogo nunca exagera no drama ou no suspense, mantendo-se sempre fiel à sua proposta de uma história simples, mas tocante.

Um detalhe interessante é a forma como a trilha sonora se adapta aos momentos do dia e noite dentro do jogo. Durante o dia as músicas são mais vivas e otimistas, refletindo a energia e o movimento da cidade. Já à noite, a melodia se torna mais calma e introspectiva, acompanhando a transição para uma atmosfera mais tranquila e reflexiva. Essa mudança sutil nas composições é uma das características que faz Bloomtown se destaca.

Bloomtown

Reprodução: Twin Sails Interactive

O gameplay

Em termos de gameplay, Bloomtown é um jogo de RPG de turnos interessante que mescla elementos conhecidos de outros títulos, como Persona e Earthbound. Essa mescla acaba gerando uma experiência intrigante, onde o combate também se sustenta na maneira de recrutar outros demônios para o seu time e assim ficar mais forte e conseguir desvendar todos os segredos que guardam a cidade.

O mundo de Bloomtown é rico em detalhes, e o próprio processo de exploração, combinado com a trilha sonora e o visual, cria uma imersão que torna cada minuto jogado prazeroso.

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Os diálogos, embora simples, são bem escritos e possuem uma boa dose de emoção, ajudando a aprofundar a conexão do jogador com os personagens e o enredo. Não se trata de uma história complexa ou cheia de reviravoltas, mas de uma narrativa tocante que busca explorar os pequenos momentos da vida e os sentimentos que os acompanham.

O único ponto negativo ao meu ver, o mais incomodo foi os loadings, que as vezes dá a impressão de que ele trava, mas depois de uns segundos ele retoma. Muito comum na hora de transitar entre o mundo real e o mundo alternativo. Isso na versão de Nintendo Switch que foi onde joguei.

Bloomtown

Reprodução: Twin Sails Interactive

Conclusão

Bloomtown: A Different Story não se destaca por uma narrativa épica ou por inovações radicais no gameplay, mas o que ele faz, faz com competência. É prazeroso andar pela cidade e realizar tarefas, seja ler um livro na praça ou andar por dungeons lidando com demônios, ou mesmo trabalhando meio-período para conseguir fazer algum dinheiro.

O titulo se destaca por não tentar impressionar o jogador com grandes efeitos, mas sim com a combinação de todos esses elementos positivos que acaba resultando em um jogo que é, no fim das contas, uma jornada tranquila e envolvente.

Bloomtown: A Different Story oferece uma divertida aventura que remete a títulos clássicos, mas com uma estética que é ao mesmo tempo acolhedora e imersiva, o que faz do titulo uma ótima escolha. Seja pela exploração da cidade ou por ser um RPG de turno competente, em ambos os casos a experiência final é satisfatória.

Nota Final: 8/10

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Esta análise foi feita com uma cópia de Bloomtown: A Different Story para Nintendo Switch, cedida gentilmente pela distribuidora do jogo. Bloomtown: A Different Story está disponível no Xbox One, Xbox Series S|X, PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch e PC via Steam.