Lost Eidolons: Veil of the Witch | Análise

Lost Eidolons: Veil of the Witch | Análise

26/11/2024 0 Por Geovane Sancini

E continua a temporada do Sancini joga um roguelike, porque adivinha só, mais um roguelike chegou em minhas mãos. Outra coisa que chegou em minhas mãos são meus dedos, e não sei onde essa analogia foi parar. Enfim, eu não sou o mais experiente do mundo com Dark Fantasy, sabe, o gênero o qual provavelmente Dark Souls e Berserk pertencem… E algumas outras obras que não lembro o nome. De fato, Fantasia não é lá minha área de expertise. Eu gosto de coisas do gênero, mas não é meu foco.

Dito isso, em 2022, o Ocean Drive Studio lançou para PC o RPG tático Lost Eidolons, que com a ajuda da Plug-in Digital, foi portado em 2023 para Playstation 5 e Xbox Series X|S (Fun Fact: O jogo é mais barato no Xbox Series do que no PC). E no ano de 2024, após ter trabalhado em dois jogos no ano anterior, o estúdio resolveu voltar ao universo de Lost Eidolons com um spin-off que chegou agora no começo de novembro em Acesso Antecipado ao Steam.

Será que Lost Eidolons: Veil of the Witch se destaca ou cai naufragando, tais quais as chances do Novorizontino, que quase chegou a série A, até o gol do Goiás? Confira na nossa análise.

Por uma chance de viver e recuperar a memória

Você, uma pessoa chamada Ashe (O jogador pode escolher ser homem ou mulher, adivinha qual escolhi?) morreu. Uma bruxa misteriosa encontra você na morte e o liga a ela. Então ela o manda de volta em seu caminho alegre para cumprir seu propósito na vida. Qual é esse propósito, é um mistério até para você. Convenientemente, a tragédia da morte apagou suas memórias. Tudo o que você tem para continuar é uma carta e um nome mencionado nela. Claro, a bruxa não se importa com isso e tem planos próprios que provavelmente envolvem em algum momento se voltar contra você, porque é claro… Essa última linha é só especulação da minha parte porque esse é um jogo que ainda está em acesso antecipado e o jogo possui “somente” três capítulos concluídos.

Você está em uma ilha sem escapatória. A ilha é tomada por uma epidemia de mortos-vivos. Você convence novos companheiros de que não há sentido em ficar parado. É melhor partir e fazer algo você mesmo. Você tem uma pessoa para encontrar. Os outros aparecem e você forma um grupo de aventureiros.

Ao longo da aventura, você enfrenta humanos do outro lado da guerra, monstros e mortos-vivos. A história é funcional, apesar de possuir algumas arestas a serem aparadas, e os personagens são uma mistura de personagens novos e alguns retornam do Lost Eidolons original (nessas horas, é bom consultar outras análises porque esse é mais um exemplo de franquia que o Sancini começa pelo segundo, HOORAY!).

Enfim, eu disse que o jogo possui “somente” três capítulos, mas o “somente” está entre aspas, porque a campanha pode ter duração de até trinta horas, isso sem contar o chefe super secreto que eu não deveria contar pra vocês que tem. Oops, foi mal. Mas sim, o jogo possui três capítulos extensos, que levam a batalhas contra chefes, e se o jogador cumprir determinados requisitos, um chefe ultra super secreto surgirá.

Brutal, viciante… E a morte faz parte do gameplay

Imagine uma versão ainda mais brutal de Fire Emblem, essa é a ordem de Veil of the Witch. Mas vamos por partes antes de chegarmos ao combate.

Tudo começa na base, onde você irá desbloquear mais recursos enquanto morre, digo, joga. Dentre esses recursos estão inclusos conversas com seus companheiros para avançar na história, progressão e desafios.

A progressão de personagens vem de algumas formas, você pode promover os personagens, para que eles comecem com melhores status e habilidades possíveis, dando um boost no early game. E você também pode mudar a classe inicial de Ashe, se quiser dar um toque diferente nele/nela, apesar da classe inicial ser bastante efetiva. Os santuários podem ser utilizados para dar um boost em seus status, ouro e chance de melhores habilidades; Inclusive quando o santuário atinge um determinado nível, é desbloqueado um upgrade massivo único, além dos pequenos boosts de status.

O grupo inicial é formado por Ashe (Você pode renomear os personagens jogáveis)e outros quatro personagens, mas você pode desbloquear quatro extras durante o jogo, e cada um deles pode se tornar uma máquina de combate com os upgrades certos. No começo de cada um dos atos, você escolhe uma relíquia para uso passivo naquele ato, que irá desaparecer (assim como tudo que não é parte da progressão do meta do jogo), quer você vença ou seja derrotado, como manda a cartilha dos roguelites. Daí, você escolhe um lugar para ir, baseado nas recompensas que lhe são mostradas. Varia de área pra área, algumas não possuem combate, e só possuem eventos, onde a sorte é sua companheira na rolagem de dados.

O combate é onde o jogo brilha (e você possivelmente morre, hehe). os heróis e os inimigos estarão posicionados num grid e podem se mover e atacar em certos tiles. Você inicia, e depois, seus inimigos. Ao contrário de Fire Emblem, e outros RPG’s táticos, não há porcentagem de chance de acerto, todo ataque irá acertar. Ao invés da % de acerto, há um sistema de defesa, se a defesa for alta o suficiente, irá tankar parte do dano do ataque. É bom, porque torna o posicionamento de personagens tanques mais vital… Porém, isso não quer dizer que personagens velozes e frágeis, como Ladinos sejam inúteis, muito pelo contrário, eles são frágeis, mas são letais, especialmente se você adquirir maneiras de camuflá-los da visão inimiga.

Seus aliados e você podem EVOLUIR durante o combate, já que durante o combate você pode ganhar itens pra melhorar seu equipamento. Isso pode dar habilidades extras ou habilidades passivas que impactam o gameplay. Aumentar de nível garante um roll de aumento de status ou habilidades para escolher. Mesmo coisas como a morte são incorporadas ao gameplay e lore, já que cada morte sua garante um pouco da lore de Veil of the Witch.

Mais bonito e estiloso que seu antecessor

O jogo tem uma estética Dark Fantasy bem feita, e os personagens são estilizados. Felizmente, ele não cai no erro de jogos AAA com personagens feios. Conta com bons cenários, uma bela arte, e o jogo tem uma performance decente em máquinas modestas.

A trilha sonora é bastante competente, apesar de não ser marcante… Infelizmente ainda não é possível ouvir a trilha do jogo fora dele (isso é, ninguém disponibilizou em lugares como o Youtube ou o Bandcamp, que é como faço pra pegar inspiração pros textos).

Uma grata surpresa

Se você curte RPG tático e roguelike, dê uma chance a Lost Eidolons: Veil of the Witch, é um título sólido e uma boa surpresa pra 2024, num ano com muitos grandes fracassos, os índies vem provando que basta fazer um bom trabalho e ele será recompensado. Ainda há arestas para se aparar no jogo, é Acesso Antecipado, mas se o texto não deixou claro, recomendamos o jogo.

Nota Final: 8,5/10

Lost Eidolons: Veil of the Witch está disponível para PC através do Acesso Antecipado, e tem versões para Playstation, Switch e Xbox em produção no futuro. Essa análise foi feita com uma chave de acesso antecipado fornecida pela kakao games e peloo Ocean Drive Studio.