Micegard | Ratinhos vikings
29/11/2024No dia em que escrevo essa análise, eu fui acompanhar minha mãe na clínica para uma cirurgia de catarata, e foram cinco horas (não de cirurgia, mas o tempo gasto entre ir e voltar da clínica), e após tudo, eu comi o quibe mais seco da Tijuca, pra estar mais seco, eu precisaria jogar AREIA naquilo. E tinha MUITA CEBOLA. Mesmo para um apreciador de cebola, era demais. Mas, deu tudo certo, minha mãe ganhou um suquinho de uva em caixa e um Club Social… Ou um genérico, tipo Pit Stop. Continuemos com o grind de fim de ano do Sancini, porque um bocado de jogos foram recebidos aqui por mim para textos do Arquivos do Woo, então vamos lá.
Eu não sou a pessoa mais esperta do mundo se tratando de jogos de estratégia, seja em tempo real ou por turnos, era muita coisa pra gerenciar, até hoje não sei como terminei Roller Coaster Tycoon, por exemplo. Feliz, ou infelizmente, esse jogo de hoje não tem nada a ver com RCT. Mas tem a ver com estratégia.
No começo de 2024, a desenvolvedora russa Game Dynasty lançou no Steam, um jogo singelo chamado Micegard, que misturava ratos e a mitologia nórdica. No mês seguinte, graças a Desert Water Games, o jogo chegava ao Xbox One e ao Series X|S. E nove meses depois… O bebê nasceu. Digo, graças a Valkyrie Initiative, o jogo chega aos consoles restantes, o Nintendo Switch e ao Playstation 4 e 5. Por conta do backlog do Sancini (meus posts no Twitter e no BlueSky atestam, e ainda espero um e-mail com a key de um outro jogo), a análise não saiu antes. Não é como se eu tivesse recebido ele com muita antecedência, ou coisa do tipo. Maaaas. Vamos em frente, com uma análise de Micegard em sua versão de consoles.
Por vingança, pela cidade… E contra ou a favor dos deuses?
Você está no papel de Micel, um corajoso ratinho habitante do vilarejo de Musgard, que faz parte do mundo de Micegard, que obviamente é uma versão de ratinhos de Midgard. Você está serelepe e pimpão, até que a tragédia ataca, crianças são sequestradas e os MALDITOS SAPOS destruíram o vilarejo. Agora você precisa se vingar dos sapos, reconstruir seu vilarejo e descobrir porquê os deuses nórdicos os abandonaram.
A história de Micegard é extremamente simplista, e direta ao ponto. Existem algumas escolhas a serem feitas em determinadas missões que determinam se no fim os Deuses favorecem ou não seu vilarejo. Não é nada grande, mas é funcional. A duração do jogo é relativamente curta, especialmente se você souber o que está fazendo, então não deve demorar tanto para atingir os dois finais.
Meia calabresa, meio muçarela
A jogabilidade de Micegard me lembra um jogo da Koei, há muito lançado para os consoles da geração PS3 e posteriormente, ganhou remasterização com uma campanha extra no PS4/XONE e um porte para PC, esse jogo era Bladestorm: The Hundred Years War. O fato de ser um jogo de ação onde estratégia conta mais que esmagamento de botões me faz pensar isso. Mas enfim, Micegard.
Você controla um grupo de seis ratos e precisa cumprir 16 missões, e para isso, parte de sua massa cinzenta será necessária. Você possui três posturas de movimentação/ataque, uma livre, que exceto para quebrar pedras (a moeda do jogo), só serve para lhe dar dano desnecessário, já que todos os ratos compartilham uma barra de vida só. Então, com exceção a parte de coleta de recursos, você vai passar mais tempo alternando entre as stances de Arco e Flecha e Defesa Circular.
Cada uma dessas stances funciona de maneira diferente, mas os controles são os mesmos, um botão de ataque, e um para uma habilidade que dá um cooldown. Com o ataque de flecha, os três ratos da parte de trás da formação atirarão flechas nos inimigos, e a habilidade é um dash que quebra defesas inimigas. Já o modo de defesa circular, o grupo se move em um círculo e todos atacam ao mesmo tempo, com a habilidade especial sendo um buff de defesa.
A movimentação é lenta, e o jogador deve pensar como lidar com cada situação individual das fases, cumprindo os objetivos das mesmas. Em algumas fases, o jogador deve ir do ponto A ao B, mas há missões de escolta e coleta de recursos. Duas das missões são minigames que… Apesar de tentarem quebrar o loop de gameplay regular, consistem basicamente de sobreviver por minutos matando inimigos comuns.
No fim do dia, apesar da jogabilidade ser complicada de explicar, ela é bastante funcional, mas o jogo tem uma duração de cerca de noventa minutos, então dobre esse tempo se você quiser fazer a platina. Pelo preço que é cobrado… Bem, isso pode contar contra um pouquinho na hora da pontuação final.
Jogo bonito demais
O jogo possui gráficos belissimos, com cenários bem construídos e sprites bem feitos. O design de personagens e inimigos te faz acreditar que tem um mundo ali, que aqueles são personagens que lá vive, e não apenas sprites em um jogo.
O jogo possui uma trilha funcional, que combina com os momentos do jogo. Eu sei que o comentário parece genérico, mas eu não sou grande especialista em música, então pra músicas, elas precisam ser marcantes para eu comentar algo menos genérico. Dito isso, a trilha de Micegard não ofende.
Numa promoção, talvez
As versões de PS4 e Switch são as mais caras para nós brasileiros, então fica difícil recomendar a compra sem pensar, agora no Xbox e no PC… Bem, é possível se você tem grana sobrando, caso contrário, pro tempo de duração do jogo, 10 dólares é difícil de recomendar numa tacada. Se o jogo é bom? Sim, é. É decente. Tem boas ideias, e poderia ser expandido mais.
Nota Final: 8/10
Micegard está disponível para PC, Xbox, Playstation e Nintendo Switch, e esta análise foi feita com uma cópia de PS4, cedida pela Valkyrie Initiative.