Alekhine’s Gun | Análise

Alekhine’s Gun | Análise

04/01/2025 0 Por Leandro Alves

Imagine um game que se passa nos anos 60, durante a Guerra Fria, onde você é um agente da KGB recrutado pela CIA e precisa executar inimigos no modo stealth. Pois bem, essa ideia me chamou a atenção, mas a execução…

Vou explicar minhas impressões sobre Alekhine’s Gun, versão para Playstation 4.

Reprodução: Haggard Games

Um pouco dos bastidores

Alekhine’s Gun é o terceiro game de uma série chamada Death to Spies. O primeiro e o segundo game da série foram lançados apenas para computador. O primeiro recebeu críticas acima da média, sendo destacado pela dificuldade e variação das missões, enquanto o segundo teve críticas mistas.

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O jogo foi anunciado com o nome Death to Spies 3: Ghost of Moscow, mas, devido a questões contratuais, a 1C Company saiu do projeto, e a Haggard Games iniciou uma campanha de crowdfunding em 2013 e 2014, sem sucesso. Somente em junho de 2014, a Maximum Games foi anunciada como nova desenvolvedora, dando sequência ao projeto.

Em 2016, após atrasos devido à versão para consoles, o jogo foi lançado.

Reprodução: Haggard Games

Enredo

Você assume o papel de Semyon Strogov, um agente da KGB recrutado pela CIA. Os eventos se passam durante a Guerra Fria, em vários países diferentes. O jogo envolve eventos históricos, como o assassinato de John F. Kennedy. No geral, não traz nada original, é como um roteiro de filme mediano de sessão da tarde. As cutscenes do game são todas estáticas e sem graça, não conseguem prender o jogador na história.

O jogo tenta transmitir uma sensação de seriedade e complexidade, mas acaba tornando a história chata e, até certo ponto, confusa, pois é apresentada por flashbacks. O jogo não consegue criar nenhum vínculo entre o jogador e o personagem principal; ele simplesmente “existe”. Não se cria empatia, o personagem não é carismático, mal tem personalidade, e o problema se reforça na jogabilidade, já que ele e os NPCs não têm expressões faciais.

Alekhine’s Gun

Reprodução: Haggard Games

Jogabilidade e ambientação

“Toda essa agonia pra nada?” Diria um famoso streamer do mundo gamer. O jogo tenta ser como o consagrado Hitman, mas acaba mais parecido com o espião Johnny English.

O jogo é dividido em 11 missões que podem ser executadas de forma não linear. À primeira vista, as fases até são bem trabalhadas. Existem algumas com várias suásticas e até quadros de Adolf Hitler. Nessas fases, se você conseguir uma roupa de general, alguns soldados vão fazer uma saudação nazista quando você passar próximo, dizendo “Heil Hitler”. Porém, o que acaba com o jogo é justamente o fato de ele ser stealth, mas “não funcionar”. Os NPCs, ora, são extremamente ágeis no campo de visão, mas, quando você sai desse campo de visão, eles esquecem que algo suspeito aconteceu no local.

Não existe uma diversidade de abordagens para cumprir as missões; você sempre faz o “arroz com feijão”: se esconde de forma meio grotesca em alguma cobertura. Há a opção de usar uma faca, que é extremamente apelativa, pois permite matar um NPC à distância com um golpe de mira travada. Isso ajuda muito, já que o combate à curta distância é frustrante, com o personagem errando socos, mesmo estando muito próximo dos NPCs.

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Tive um problema em uma das fases, em que eu precisava desarmar um alarme, mas toda vez que eu desarmava, o jogo travava. Jamais saberei o que havia atrás daquela porta. Para minha sorte, isso não impediu de terminar a missão.

É possível chamar a atenção dos NPCs com um assovio, mas nem sempre funciona. Às vezes, atrair o NPC para perto é ainda pior, devido ao tempo de reação do personagem e à dificuldade no combate sem armas. Ressalto que a dificuldade do jogo está apenas em acertar a distância mínima entre o personagem e o NPC para os golpes, já que os NPCs nem sequer revidam, e dá para “sentar a porrada” neles sem chamar a atenção de outros inimigos.

As formas de matar no game são as básicas de jogos stealth: tiro, facada, enforcamento com garrote, envenenamento ou acidente (como empurrar alguém de uma altura). Também é possível colocar sonífero em bebidas para deixar o alvo vulnerável. Até o momento, (já completei uns 60% do jogo), não encontrei outras formas, como, por exemplo, usar objetos ou sabotagem.

Alekhine’s Gun

Reprodução: Haggard Games

O veredito

O game é de 2016 e teve uma péssima recepção da crítica, e realmente, tecnicamente, ele é péssimo. Talvez vocês achem injusto eu fazer comparações com Hitman, mas podem acreditar: Alekhine’s Gun para Playstation 4 não consegue competir com Hitman: Blood Money de Playstation 2.

Se você quer jogar um game de stealth simples, pode arriscar Alekhine’s Gun para treinar e depois jogar algo melhor. Agora, se você ainda deseja comprar o jogo, mesmo após meus alertas, então compre com baixas expectativas. Na minha experiência, as duas primeiras fases até me cativaram a continuar, mas o jogo não evolui: personagem sem graça, história chata e mecânicas quebradas.

Para finalizar, vou dar uma nota 2 de 10. Gostei dos cenários, e as mecânicas quebradas, apesar de me frustrarem, me renderam algumas risadas devido à forma bizarra como os NPCs reagiram a certas situações. E querem mais uma informação para fechar com chave de ouro? Ainda existe uma esperança de que mais um jogo da série seja lançado, chamado Death to Spies X. Será a redenção ou a última pá de terra no game? Quem sabe eu conto para vocês no futuro.

Nota: 2/10

Alekhine’s Gun foi desenvolvido pelo estúdio Haggard Games e está disponível para Microsoft Windows, PlayStation 4 e Xbox One. Essa análise foi realizada com uma cópia pessoal do jogo.