
Asfalia: Fear | Um adventure relaxante
11/02/2025Eu gosto de point and clicks, apesar de ser pereba na maioria deles. Eu já joguei diversos aqui pro Arquivos do Woo, desde a série “Deponia”, a zoação de hipster como “Dude, Where’s my Beer?”, a títulos como o tedioso Heal, o duvidoso Simatra: Fate of Yandi (eu mudei de ideia a respeito dele após meu review, a maneira com que o jogo mostra a Indonésia não é das mais positivas), dentre outros jogos. A aventura de adventures me levou ao gênero de objetos ocultos.
E sabe qual uma outra tradição comigo, tanto no Arquivos do Woo, como em jogos no geral? Eu começar uma franquia, ou fazer uma análise de jogos que são o segundo da franquia. Ninja Gaiden clássico? Comecei com o segundo, Contra? Comecei com Super C, Double Dragon? Idem. Mass Effect? Ninja Gaiden moderno? Sakura Succubus? Você deve ter uma ideia, eu já devo ter mencionado isso em textos a torto e direito aqui no site, um dos exemplos mais recentes, na minha análise de Veritus.
Em 2023, o estúdio belga Funtomata, que tem uma proposta de fazer produtos focados no público infantil, em trazer experiências family-friendly, lançou o primeiro título da franquia Asfalia, o adventure Asfalia: Anger no Steam (tendo recebido um porte para Android em 2024). E no meio de Janeiro de 2025, após receber feedback dos jogadores do primeiro jogo, a Funtomata lançou a continuação, intitulada Asfalia: Fear. Será que eles melhoraram, ou repetiram os erros do original?

De volta a Asfalia para resgatar seus cachorros
O menino Charlinho está num parque brincando com seus cachorros, serelepe pimpão, até que após comer um sorvete sabor queijo, as coisas começam a dar errado. Começa a trovejar e chover, e os cachorros desaparecem.
Charlinho corre desesperado atrás deles, até que subitamente ele está de volta a Asfalia. Com a ajuda da amigável Chama Lily, Charlinho terá que achar seus cães e salvar Asfala no processo, encontrando personagens excêntricos, como manda o mantra do point’n click: Não existe gente normal.
O clima da aventura, é bem similar a uma das minhas animações da Disney favoritas, Alice no País das Maravilhas. Um destaque da narrativa são os personagens excêntricos, que são extremamente divertidos. Uma pena que, apesar do foco da desenvolvedora ser num público mais novo, o jogo não possui legendas em português, apenas francês e inglês. Esse é um título que legendas viriam bem a calhar porque o diálogo é divertido.
Point and Click tradicional
Aqui, o único problema no momento do jogo, é a falta de um modo janela, os desenvolvedores estão trabalhando nisso. E logo de cara, já percebemos que em termos de performance, esse é um título mais bem otimizado que seu antecessor (só olhar as especificações dos dois jogos no Steam), pedindo menos. Provando que sim, ainda é possível fazer um jogo bem otimizado pra PC’s. (Hoje em dia, mesmo indies estão pedindo 8, 12 ou 16 GB de RAM).
Os controles do jogo funcionam como um point and click tradicional. Pegue itens, converse com os outros personagens, resolva quebra cabeças. Tudo funciona bem e os enigmas e quebra-cabeças são simples de se resolver…
Com exceção do mini-game de navinha do começo do jogo. Aquilo ali começa tranquilo, mas fica difícil com o tempo. Não é um mini-game longo, mas se você é fã de high score… O mini game funciona mais ou menos como um shooter de celular, no qual os tiros da nave são automáticos e você clica com o mouse pra onde quer que a nave vá. Evite balas, pegue power-up’s.
O jogo tem uma duração de cerca de duas horas, talvez um pouco mais se você estiver jogando com um pimpolho que não saiba inglês e você vai traduzindo o jogo para ele. Considerando o preço do jogo, é um bom negócio.
Saído de um livro
Graficamente, é um jogo muito bonito, com sprites e cenários que parecem saídos de um livro infantil… Isso é, um livro infantil que não tenha sido desenhado por alguém sem talento saído do Tumblr. Com belíssimos cenários, o jogo também se destaca com o uso de cores frias para passar a sensação de medo em alguns setores do jogo.
A dublagem do jogo é fantástica. Os dubladores certamente são a cola que liga o roteiro a percepção que o jogador tem da história. Sério, as vozes do jogo são sensacionais. A trilha sonora também é boa, com músicas bem bacanas. Então, resumindo, no departamento audiovisual, Astalia: Fear é 10/10.
Recomendado pra galera mais nova
Asfalia: Fear é um excelente título que pode ser usado pra introduzir crianças ao gênero de point’n clicks, e permance de pé o suficiente para não ser tedioso a veteranos, já que ele é curto. Ele é mais otimizado que seu antecessor, mas por outro lado, para um jogo focado no publico infantil, falta tradução, falta opção de jogar em janela… Talvez suporte a controles pra quem joga no Steam Deck?
Nota Final: 8,5/10
Asfalia: Fear está disponível para PC e essa análise foi feita com uma chave fornecida pela Funtomata.