Cube Snake | Tudo isso… Pro jogo da cobrinha?

Cube Snake | Tudo isso… Pro jogo da cobrinha?

25/02/2025 0 Por Geovane Sancini

Jogos simples e clássicos. Quem nunca? Aqueles joguinhos super simples que são replicados em indies, ou minigames em jogos AAA. Nem tanto hoje em dia, mas lembro até hoje do minigame de QiX em Bully. A quantidade de clones de Tetris e Breakout que tem no Steam e mesmo em lojas como a da Sony e a da Nintendo é imensa. Se colocarmos os celulares na jogada, então… A quantidade de jogos que copiam clássicos do arcade é infinita praticamente.

Você lembra do jogo da cobrinha? Aquele clássico que vinha no Nokia tijolão, e que já apareceu em várias plataformas ao longo dos anos, seja em jogos não licenciados, ou licenciados. Eu já vi versões dele no NES e no Atari 2600, mas isso não vem ao caso. O fato é que independente de onde, o jogo da cobrinha é extremamente familiar a quem joga videogames, ao menos quando se tem uma certa idade. (As crianças de hoje crescem com Minecraft, Fortnite e Roblox, nós veiacos do Arquivos do Woo, somos de um tempo onde círculos ainda não haviam sido inventados).

A fórmula do jogo da cobrinha é tão básica quanto Pong, então como se pode dar um twist a ela? Bem, o estúdio independente italiano Kabum decidiu tentar transportar a cobrinha para o 3D e dar um toque de Cyberpunk a estética do jogo, assim nasceu Cube Snake, que chegou ao PC no final de Janeiro. Será que ele diverte ou é esquecível feito os shovelwares de celular? Confira nossa análise.

Cobrinha com adição de paredes

O jogo tem controles extremamente básicos, mas difíceis de entender a princípio. Para a jogatina em si, só são usados três botões, uma tecla para mover a cobra pra esquerda, outra pra direita e uma que acelera a movimentação. A dificuldade nisso, é que você tem que se acostumar ao fato de que não estará usando a movimentação como no jogo de celular, imagine por exemplo, a movimentação em um jogo de corrida Top Down, onde a direção que você movimenta a cobra depende da direção em que ela está olhando. Isso leva um tempo pra se acostumar, então vá avisado.

O jogo usa a visão isométrica, então a área jogável não é igual a do jogo da cobrinha. Olhando as telas, a limitação da sua área de jogatina está na linha vermelha neon. De resto, tudo funciona como no jogo da cobrinha clássico, pegue as frutinhas pra pontuar, não toque a si mesmo e as paredes. A diferença é que enquanto se vai comendo as frutinhas, uma barra na parte inferior direita vai aumentando, e quando a palavra Fever for completada, o modo Fever é ativado, com uma mudança de música, a sua cobrinha brilhando e fogos subindo na tela. Mais frutinhas aparecerão na área e a cobra fica mais veloz, mas isso não lhe dá invencibilidade, então cuidado.

Infelizmente, é aqui que acaba tudo, já que o jogo não tem modos extras ou mapas extras. É como comprar um jogo de Pinball com apenas uma mesa e o mais básico dos básicos. Isso delimita muito o fator replay do jogo. Também não ajuda que o jogo pede um PC um pouquinho mais parrudo do que o usual, ESPECIALMENTE CONSIDERANDO QUE É UM JOGO DA COBRINHA. Tipo, as configurações recomendadas pedem um PC com 16 GB de RAM (Os requerimentos mínimos pedem 8 GB). Quando que a indústria indie se tornou tão focada em pedir tanto para jogos tão simples? Sim, os requerimentos são um negativo do jogo também, porque honestamente.

Duas músicas e um cenário

Visualmente, demorou pra eu entender que o cenário deveria representar uma rua, na primeira vez que vi o jogo na página do Steam, eu jurava que era o quarto de alguém. Mas enfim, o cenário do jogo, o cubo onde a cobrinha está representa uma rua de uma metrópole cyberpunk, eu acho. A movimentação da cobrinha parece esquisita de primeira, como se toda vez que ela faz uma curva, ela estivesse fazendo um drift. Como comentei na seção anterior, talvez uma variação de cenários ajudasse a dar uma sensação de variedade pro jogo, 3D Don’t Die, Mr. Robot fez isso e faz uma diferença enorme quando o loop de gameplay é simples.

Como música, temos apenas duas tocando, uma para a jogatina regular, e outra pro modo fever. Não são músicas ruins, de jeito algum, mas se tivessemos mais cenários jogáveis, seria uma boa oportunidade pra mais músicas.

Recomendação difícil

Difícil recomendar Cube Snake, porque TEM MUITO POUCO. E ainda que o preço seja relativamente barato, o requerimento de um PC parrudo para um jogo simples, mais atrapalha do que ajuda, ainda mais se considerarmos que o visual do jogo é simples também. Jogos casuais como esse servem pra jogatinas rápidas entre títulos que exigem mais dedicação, mas eles igualmente devem ser mais leves para ampliar o leque de público atingido.

Nota Final: 6,5/10

Cube Snake está disponível para PC, e esta análise foi feita com uma chave do Steam enviada pela Kabum