Tekken 8 | Análise da 2º temporada

Tekken 8 | Análise da 2º temporada

21/04/2025 0 Por Diogo Batista

É inegável que Tekken 8 se despontou como um dos melhores jogos de luta 3D da atualidade, e muito se deve à quantidade e qualidade do conteúdo entregue aos jogadores. O que agradou os casuais, mas desagradou parte da cena competitiva por conta de um gameplay mais agressivo do que o do jogo anterior. Bem, não podemos culpá-los, certo?

Ainda assim, a segunda temporada era ansiosamente aguardada, tanto pelos novos personagens quanto pelas melhorias tão pedidas pela comunidade. E agora, depois de toda a espera, ela está entre nós — com uma nova personagem: Anna Williams, a eterna rival de Nina Williams.

Será que essa segunda temporada foi capaz de agradar a todos e ainda entregar conteúdo inédito o suficiente? Bem, vamos descobrir.

Reprodução: Bandai Namco

Ainda mais agressivo

Tekken 8 é um título que te incentiva a ser muito mais agressivo e deixa poucos motivos para se manter na retranca, nos levando a utilizar muito mais a mudança de plano como esquiva e contra-ataques — mas ao menos nos oferecia uma maneira de cancelarmos o agarrão adversário. Isso, pelo menos, permitia que realizássemos algumas mudanças bruscas durante o jogo.

LEIAM – Tekken 8 | O Melhor jogo de luta 3D da atualidade

Com as atualizações dessa nova temporada, agora, ao cancelarmos o agarrão, o personagem sofre um dano mínimo, o que é conhecido no meio profissional como cheap damage. Em um nível casual, isso por si só é ruim, mas no meio competitivo, isso é, sem dúvida, algo que pode virar o rumo do embate. Como o jogo incentiva agressividade o tempo todo, a comunidade esperava um recurso defensivo. Mas o estúdio decidiu seguir justamente o caminho oposto.

Se até pra mim, que sou casual, isso incomoda, imagina pra quem joga competitivo? Não é um elemento incomum no meio de jogos de luta, só que é algo que ninguém gosta. Então, introduzir isso em uma atualização é uma decisão ruim, sem sombra de dúvida. Agora, se me perguntar, as chances de removerem ao longo da temporada existem — mas talvez nem aconteça.

Reprodução: Bandai Namco

Novos golpes, novos personagens

Não podia deixar de comentar sobre ela: a irmã mais nova e eterna rival de Nina Williams, sua irmã Anna Williams, simplesmente chega ao jogo trazendo consigo um lança-mísseis para o combate. Com golpes simplesmente arrasadores, diga-se de passagem.

A personagem chega cheia de carisma e com um ótimo design, além de combos em que faz uso do seu lança-mísseis personalizado, que, por sinal, causa um dano considerável. E se você é um casual, muito provavelmente encontrará facilidade no manuseio da personagem, que tem golpes simples e desencadeia combos divertidos de se realizar. Creio que Anna Williams foi uma ótima escolha como personagem de entrada nessa nova temporada.

Ah, mas além de Anna Williams, entre as novidades dessa nova temporada, posso dizer que a mais significativa foram os novos golpes que chegaram para todos os personagens. Cada um deles recebeu de 3 a 4 novos golpes, o que é muito bom, enquanto alguns outros golpes foram refinados. Levando em consideração que os personagens não possuem poucos golpes, essa nova adição diversifica ainda mais o leque de combos que poderemos executar com nossos personagens prediletos e ainda melhora o desempenho de alguns golpes já existentes.

Reprodução: Bandai Namco

Melhorias visuais e novos fantasmas

Uma das melhorias que chegou em Tekken 8 é o V-Sync, que agora pode ser ativado e desativado nas configurações do jogo. Isso ajuda a sincronizar os quadros do jogo com a taxa de atualização do monitor, garantindo uma experiência mais fluida. Isso até então estava disponível para PC, mas agora chega aos consoles Xbox Series S|X e PlayStation 5 — para alegria dos aficionados.

Levando em conta que os gráficos de Tekken 8 são ótimos, qualquer adição é muito, mas muito bem-vinda nesse sentido. Não que isso realmente faça uma diferença gritante, mas para quem conta com monitores ou televisores de nova geração, com certeza sentirá as diferenças.

Saindo do campo visual, temos novidades no modo treino, que já era robusto, mas agora recebeu novas adições, onde você pode personalizar ainda mais cinco novas reações aos bonecos durante os treinos, como passo lateral, caminhada lateral, corrida para trás e outras variações. O que é perfeito para treinar qual o melhor meio de esquivar ou evitar certos golpes e simular o máximo de reações em um combate.

Quem costuma usar o modo Practice com toda a certeza se alegrará com as novidades, que transformam esse modo em um intensivão para aprender a jogar Tekken 8 como nenhum outro. E quanto ao seu online, temos novos fantasmas adicionados ao saguão de luta, e, quando vencidos, garantem ilustrações do jogo como premiação.

Reprodução: Bandai Namco

Ecos Não Esquecidos

Também não podia deixar de comentar sobre a DLC Ecos Não Esquecidos, que coloca o protagonismo em Lídia e Eddy enquanto nos conta como Heihachi sobreviveu aos eventos do sétimo jogo.

É uma DLC que conta uma história pouco interessante, e apesar dos absurdos que são a alma da franquia, realmente não agrada tanto quanto a trama do jogo base. É um dos poucos momentos que pudemos ver um Heihachi diferente daquele que conhecemos bem, mas ao fim da DLC, a decisão por parte do estúdio e torná-lo aquilo que sempre foi: um vilão.

Por outro lado é uma DLC com combates ferozes e agressivos, enfrentar o clã Mishima é literalmente um osso duro de roer. Por algumas vezes eu simplesmente quase desliguei o vídeo game durante os combates, de tamanho nervoso que senti, pois a IA dos inimigos são ridiculamente boa.

No fim das contas é uma DLC fraca em termo de história, com diálogos bobos e situações até que um pouco vergonha alheia, mas um baita desafio.

Reprodução: Bandai Namco

Conclusão

Tekken 8 chega com uma boa variedade de mudanças e uma personagem que todo fã da franquia gosta — e, se desgosta, saiba que você está errado. Infelizmente, entre as mudanças, acabaram não entregando à comunidade o que mais pediram: recursos defensivos. Pelo contrário, deixaram o jogo ainda mais ofensivo.

Por outro lado, também retiraram os replays que podíamos registrar de nossas lutas. Então, se você tinha algum salvo, ele simplesmente sumiu. O motivo é que, segundo eles, com essa nova temporada temos um jogo novo, que não se equipara ao jogo da primeira temporada.

Outro pecado que tem sido cometido pela Bandai Namco desde a primeira temporada é a ausência dos personagens novos no modo Episódio de Personagem. Depois de uma DLC relativamente fraca (Ecos Não Esquecidos), apesar de gratuita para quem comprou o passe da primeira temporada, esperávamos que  ao menos estes personagens pudessem ganhar um episódio só seu e com um final, mas isso não parece ter entrado no radar da empresa.

No fim das contas, temos uma segunda temporada que começa agridoce, mas com muito potencial de melhorias, visto que o Harada e a Bandai Namco parecem atentos aos anseios da comunidade de Tekken — Só que não adianta ouvir a comunidade se as decisões continuam na contramão, né?

Por hora, a única coisa que nos resta é aguardar para conferir quem serão os novos personagens que entrarão para o Torneio Rei do Punho de Ferro.