Grapple Dog | Conseguiriam os cachorros usar ganchos?

Grapple Dog | Conseguiriam os cachorros usar ganchos?

16/02/2022 0 Por Geovane Sancini

A Disney soltou o trailer de um longa de Tico e Teco que vai ser lançado no Disney + em breve… E honestamente? Ficou uma porcaria.

A melhor parte do trailer é justamente os poucos segundos em que mostram a capa dos jogos de NES. Sim, foi ruim a esse ponto. Tão indo na rota fácil de colocar celebridades pra dar vozes aos personagens. E o tom geral do filme (mostrado no trailer) não me agrada. A única piada que eu curti foi a “cirurgia de CGI”.

O que isso tem a ver com a análise? Nada.

Enfim, apesar de eu ter entregado (até o momento em que escrevo esse texto) apenas duas análises, acreditem, estou jogando bastante coisa.

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Aproveitando pra tirar muitos jogos do meu backlog que estavam parados, tipo, terminei Darksiders 3 e Wolfenstein 2 que tavam parados há uns 3 anos desde que comprei eles. Dito isso, bem. Você gosta de ganchos?

Eu tenho certos problemas com o acessório. E não, isso não tem a vez com o fato de que pisei num anzol cortado na lagoa de Maricá uns anos atrás. É que eu nunca fui muito bom em Bionic Commando, seja o “clássico” de NES, ou o jogo de 2008. E até mesmo recentemente, no Super Hiking League DX, eu passei fome.

E o jogo da análise de hoje trás os ganchos, unindo com uma outra coisa, cachorros, no título Grapple Dog, lançado agora no dia 10 de fevereiro. E como esse parágrafo está curto, terminarei ele com uma última palavra: Zwingliano.

Grapple Dog

Reprodução/ Super Rare Originals – Medallion Games

FUI TAPEADO! E Agora tenho que salvar o mundo.

Você é Pablo, um cachorro que é assistente de uma Professora, que estuda antiguidades. Juntamente com sua amiga Toni, uma coelha, a mecânica do grupo, vocês viajam pelo mundo atrás de antiguidades e coisas velhas como… Sei lá, disquetes? Fitas VHS? Fotos de quando o Sancini era magro? Enfim. Numa expedição atrás de artefatos do Grande Inventor, Pablo acaba caindo em umas ruínas esquisitas e encontra uma cabeça, que pede a ajuda dele, em troca de sua ajuda para sair dali também.

Nisso, Pablo acaba conectando a cabeça ao corpo… Que se revela ser Nul (Nulo na legenda em português), uma entidade robótica que nutre um ressentimento contra o Grande Inventor, e deseja pegar os cinco artefatos dele para dominar o mundo. Ou destruir o mundo. Ou criar uma cadeia de lanchonetes onde só toca Pink Floyd. Não sei, mas é algo ruim nesse nível. E cabe a gente, utilizar o gancho que nos foi dado para impedir Nul.

Existe uma lore anterior, que o mundo estava nas últimas, até que o Inventor ajudou a humanidade e passou a ser reverenciado como um rei e tudo mais, mas não consegui fazer piadinhas, como nos parágrafor anteriores.

Enfim, a história do jogo é básica e cumpre seu papel de ser o catalizador. O máximo além disso que posso dizer é que existem mais coisas nas interações entre Pablo, seus amigos do barco e Nul, mas quero evitar spoilers pra quem for jogar.

Reprodução/ Super Rare Originals – Medallion Games

O gancho é seu melhor amigo, mas não é o único

Primeiro, começarei falando do principal ponto negativo do jogo na minha opinião. E não tem nada a ver com as coisas dentro do jogo. A página do jogo no steam (e creio que no eShop) já entrega que o jogo tem seis mundos.

Digo isso, porque quando eu aceitei fazer a análise do jogo, eu olhei a página de especificações do jogo pra saber se ele rodava numa lata velha, e sequer olhei a descrição do jogo. Então, quando eu derrotei o Nul, no fim do quinto mundo, vieram os créditos e BAM! UM MUNDO EXTRA DESBLOQUEADO. Se tivessem deixado oculto o fato de que tem um sexto mundo, o impacto em outros jogadores seria tão grande quanto o que eu tive.

Uma outra crítica que eu posso fazer, mas em relação ao jogo… É que talvez em algum ponto do mesmo, um power-up de pulo duplo viria bem a calhar. Falarei sobre o por quê disso, mais pra frente na análise, então, sigamos em frente.

Pablo tem uma quantidade de movimentos razoáveis, sem o gancho. Ele pode andar, correr (imagina como o P-meter dos Marios em 2D), pular, dar wall jumps, escalar algumas estruturas, e quicar com o toque de um botão.

Os controles respondem muito bem a esses movimentos, e diria que você consegue fazer um jogo só utilizando essa mecânica em si, e com os controles de Grapple Dog, seria um jogo bastante sólido, dependendo do design de fases.

E óbviamente, como chamariz do jogo, temos um gancho que pode ser pendurado em determinadas superfícies, que pode ser usado de diversas formas. Com os controles, novamente, extremamente precisos e fluídos, é possível pegar altas velocidades, se sentindo o Bionicão Commando, atacar inimigos, e alcançar plataformas inacessíveis por meios normais.

Grapple Dog

Reprodução/ Super Rare Originals – Medallion Games

Excelente design de fases, podendo ser aproveitado por todos

O design de fases de Grapple Dog é bem feito. As fases usualmente seguem o chavão de plataforma, da esquerda para a direita, mas não são limitados a ele.

Cada um dos cinco mundos principais possui cinco fases regulares, mais uma fase de chefe, e usualmente os mundos possuem gimmicks que são introduzidos gradualmente, culminando na fase do chefe, que reúne os gimmicks dessas fases, em um desafio maior.

Porém, o jogo te engana. Você vê os gráficos, acha que vai ser uma aventura tranquila e o primeiro mundo corrobora para essa impressão, só que do segundo mundo em diante, as coisas ficam mais e mais desafiadoras, especialmente se você vai atrás de todos os coletáveis.

Cada fase, possui cinco gemas roxas, mais duas extras que podem ser conseguidas se você pegar no mínimo 220 frutas, das 250 disponíveis na fase. Algumas fases possuem uma gema azul, que desbloqueia uma fase de bônus, mas o mais importante, é que essas gemas são essenciais para desbloquear as lutas contra chefes.

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Essas gemas são um incentivo a exploração, porque nem todas estarão em locais óbvios, mas ao mesmo tempo, não é tão difícil adivinhar quais serão esses lugares menos óbvios, seja uma plataforma inalcançável no começo da fase, ou uma parede/teto invisível.

O ponto fraco do jogo talvez sejam os combates contra chefes, que basicamente são um teste de paciência, que consiste em encontrar a abertura pra atacar o chefe e atacar. Cada chefe varia o combate, mas a estrutura é a mesma.

Caso você tenha desanimado com a questão da dificuldade crescente, não tema! Pois o jogo pode ser aproveitado ainda assim. Nas opções de acessibilidade, você pode colocar para ter energia infinita (assim, você não morre, a não ser que seja esmagado) e infinitos pulos, que quebra o desafio do jogo, mas me fez perceber que o power up pulo duplo não seria uma má ideia, porque honestamente, se você der um pulo duplo em Grapple Dog (com a opção ligada), esse pulo duplo parece natural no design das fases.

As fases de bônus são divididas em 3 categorias, coletar fragmentos dos cristais, uma fase de obstáculos e destruir todos os inimigos. Você tem um tempo limite pra isso, e concluir a fase de bônus, ganha três cristais roxos, essenciais pra abrir as últimas 3 fases do sexto mundo do jogo.

Esse sexto mundo é basicamente O DESAFIO do jogo em si. Todos os gimmicks das 30 fases anteriores, comprimidos em 3 fases ultra difíceis. Prepare para perder os cabelos, xingar muito e ficar 3 anos mais velho só por causa do estresse. Ou seja um cretino e utilize vida e pulos infinitos pra passar pelas fases como se não fossem nada. Eu sou cretino e não me arrependo disso. Essas fases do mundo seis desbloqueiam um segundo final, com um GANCHO para uma continuação.

Grapple Dog

Reprodução/ Super Rare Originals – Medallion Games

Gráficos simpáticos de encher os olhos e… OLHA ESSA MÚSICA, MANO!

A primeira coisa que você vê é… Esses gráficos são adoráveis. Os sprites dos personagens principais são lindos, e tem um contorno que parece que usaram canetinha. Tá certo que o design dos robôs inimigos deixam um pouco a desejar na minha opinião, mas os personagens principais são super bem animados.

Os cenários são de encher os olhos, com ambientes variados, e cada mundo é único, oferecendo uma experiência diversa, que é refletida no gameplay do jogo. O mapa mundi é bacana, e tem um toque especial, quando ao navegar de um mundo ao outro, a cor da água vai mudando, pra refletir o tema do mundo específico.

Por alguma razão, enquanto jogava, a parte de efeitos sonoros, me lembrou bastante, os dois Klonoa de GBA, ajudado pelos gráficos simpáticos do jogo… Agora, quanto a trilha sonora… Grapple Dog tem uma tremenda trilha sonora, certamente influenciada pelos trabalhos de Hideki Naganuma (Jet Set Radio e Sonic Rush), com batidas energéticas e contagiantes. E as composições, na minha opinião, não ficariam deslocadas em algum jogo da Capcom nos arcades dos anos 90. Pelo menos foi essa a vibe que eu tive.

Grapple Dog

Reprodução/ Super Rare Originals – Medallion Games

Novato ou Veterano em jogos de plataforma, você vai se divertir com Grapple Dog

Vou ser honesto, Grapple Dog não estava em meu radar, então esse jogo acabou sendo uma baita surpresa positiva!

Com a jogabilidade precisa, aliada a bons gráficos e uma trilha sonora matadora, é o tipo de jogo que a gente recomenda sem pensar duas vezes. Claro, tem os probleminhas que citei durante o texto, mas eles acabam não interferindo na diversão que o título proporciona.

Além do mais, o jogo tem um botão pra fazer carinho no cachorro, quando você pega todas as gemas roxas da fase, então obviamente é um jogo que precisa estar na sua biblioteca.

Grapple Dog está disponível para PC e Nintendo Switch, e esta análise foi feita com base na versão de PC, com uma cópia cedida pelos produtores.


Esta análise foi feita no PC com uma cópia do game gentilmente cedida pela Super Rare Originals.