Bleach: Brave Souls | Reviva a saga de Bleach

Bleach: Brave Souls | Reviva a saga de Bleach

05/04/2022 0 Por Geovane Sancini

Ah, os tempos de otaku no meio dos anos 2000… Era uma coisa totalmente diferente de hoje em dia, especialmente porque o que as editoras cobram por um volume de mangá HOJE, você comprava uma coleção inteira em 2007. Talvez eu esteja exagerando na minha comparação, mas é fato que mangá tá caro pra burro. Mas enfim, se você era otaku por aquela época, sabia que existia meio que uma trindade de Shonens que dominavam pelo menos parte dos eventos. Naruto, One Piece e Bleach.

Claro, que num terreno sem licenciamentos e com os fansubs proliferando, não eram os únicos, já que você tinha de tudo lá, se procurasse bem. Mas era bem fato que das “novidades”, Naruto, One Piece e Bleach dominavam. Francamente, eu era mais um Naruto Guy na época, mas cheguei a ler Bleach por um tempo (quando o mangá começou a sair no Brasil) e acompanhei até o final da saga da Soul Society (A melhor saga de acordo com a galera que continuou, eu parei por preguiça).

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A história de jogos de Bleach é meio estranha, porque ao contrário do que usualmente acontece, que é a Bancai Namdo (se você pegou a referência, pegou) licenciar as marcas de animes da Jump e lançar jogos meia boca. Só que com exceção dos crossovers, Bleach ficou dividido, já que os jogos que saíram em plataformas Nintendo, foram publicados pela SEGA (e a maioria feito pela Treasure, incluindo o excelente Bleach: Dark Souls), enquanto que a Sony publicou os jogos que saíram nas plataformas dela (como a série Heat the Soul, do PSP).

Só que enquanto que a SEGA trouxe pro ocidente a maioria dos jogos de Bleach que ela publicou, o único que a Sony trouxe pro ocidente foi o Soul Ressurreción do PS3, que era na pegada de Dynasty Warriors. Em 2015, a KLab lançou no Japão, para celulares, Bleach: Brave Souls, que teve seu lançamento ocidental no ano seguinte. E em 2020, o jogo chegava aos computadores.

No ano seguinte, a publisher anunciava que o jogo chegaria ao PS4… Fato que só aconteceu um ano depois, e na metade de março desse ano, Bleach: Brave Souls chegava a PSN em todas as regiões. E essa é a razão pela qual alguns textos nesse site demoraram. Eu acabei ficando um pouco viciado no jogo.

Reprodução: KLab Games

Reviva as principais sagas de Bleach e muito mais

Uma das coisas que eu gosto em jogos de anime (desde que a jogabilidade não seja um desastre), é que muitos deles permitem que você reviva os principais trechos do anime, sem precisar ler centenas de capítulos ou ver centenas de episódios. Claro, não vai substituir o anime, mas é ótimo pra deixar você atualizado na saga mais recente do anime, como o Naruto Shippuden Ultimate Ninja Storm 3, que tinha um bom conteúdo pra quem queria ficar em dia com o mangá (porque o cara da Cyberconnect 2 era um Narutard tão ferrenho que o jogo PASSOU o anime em um determinado momento, contando com trechos do mangá).

Bleach faz o mesmo, contando com versões resumidas de diversas sagas do mangá, mas não ficando somente nisso. Você tem acesso a sagas de fillers, filmes e até mesmo eventos como o das novels de Bleach (The Spirits are Always with You) e de Burn the Witch, a nova obra de Kubo, que basicamente retrata a versão ocidental da Soul Society na sua luta contra Dragões.

Além disso, eventos especiais dos últimos seis anos que o jogo está no ar, estão disponíveis, então conteúdo relacionado a Bleach é o que não falta.

Reprodução: KLab Games

Como todo Gacha, é simples e depende um pouco da sorte

Para quem começou a jogar Brave Souls no PlayStation 4, a KLab deu conteúdo o suficiente pra montar uma boa equipe, mas o básico do jogo é bem simples.

As sagas do jogo são divididas em fases, como em beat’em up’s EXTREMAMENTE simples em termos de comando. Você tem um ataque comum, e dependendo da quantidade de estrelas do personagem (2, 3 ou 4+ estrelas), ele terá golpes mais fortes que possuem um período de recarga. Personagens de 3 ou mais estrelas possuem ataques especiais que causam um dano massivo, mas só podem ser usados uma vez, a não ser que Soul Bombs (Certos itens roxos) sejam coletados.

E como todo gacha, existe toda uma estrutura de fortalecimento dos personagens, com o uso de itens coletados em missão, cristais de experiência que podem aumentar seu nível e ainda que a princípio, no começo, quando você está com poucos personagens, seja algo quase irrelevante, quando se tem múltiplos personagens de 5 e 6 estrelas, ter itens pra fortalecer seus personagens vai ser essencial.

Esses itens são dropados por inimigos, mas existem missões de treino específicas para tal, assim como para experiência. Além das missões normais, existem as sub-stories, que contém eventos passados (como o supracitado evento de Burn the Witch, que infelizmente não dá personagens do mangá para jogarmos, pena) e mais importante, dão soul tickets e até mesmo alguns personagens exclusivos (versões de halloween, praia, natal, de alguns personagens), missões em cooperativo, que permitem que jogadores de todas as plataformas joguem juntos (Mobile, PC e PS4), apesar do online não ser dos mais bonitos de se ver quando não se é o host da sala.

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Temos as Raids, que são como missões normais, mas elas usualmente dão personagens que podem ser usados pra aumentar o nível máximo e conseguir certas skills de personagens 6 estrelas, mas elas são difíceis (então só as faça se estiver preparado). E dois locais especiais, que são a Arena, e o local de combate.

A Arena é o principal local de PVP, mas não há tanta neura, já que ela também pode ser jogada com bots, e duas equipes de três personagens + NPC’s estarão duelando, com missões e prêmios específicos. E o local de combate é onde colocamos grupos de 3 personagens pra lutar contra 3 personagens controlados pela CPU, e essas lutas em particular são automáticas.

Os famosos pulls são feitos utilizando as bolinhas coloridas que são ganhas de diversas formas, desde bônus por login, ao completar missões pela primeira vez e chegar ao nível máximo dos personagens, e como manda a tradição gacha, com dinheiro real (to jogando tem mais de quinze dias e gastei 0 centavos). Os pulls são divididos em duas categorias, Personagens (com seus diversos banners) e acessórios para fortalecer seus personagens.

Uma coisa a se notar (que não havia mencionado no combate) é que os personagens usam um sistema de pedra-papel-tesoura em relação a danos, pode-se observado topo da tela, e cada personagem tem um elemento, que vai ser forte contra um e fraco contra outro, mas além dos três elementos do pedra-papel-tesoura, existem outros dois que são fortes contra o oposto, criando um sistema de risco e recompensa para missões mais difíceis. Saber usar esses elementos é essencial para fazer as missões de maneira mais fácil.

Reprodução: KLab Games

Básico na parte gráfica

Ao contrário de jogos como Genshin Impact, que pedem um computador e celular potentes, devido a natureza de mundo aberto do jogo, Bleach: Brave Souls é um jogo básico nos gráficos. Cenários simples, mas reconhecíveis se você assistiu o anime e modelos num estilo meio SD para os personagens e inimigos durante as fases.

As cutscenes do jogo são mostradas no estilo visual novel, com cenários vistos na série e sprites no estilo do anime, com as usuais cenas importantes mostradas com imagens do anime… Que mostram aí uma diferença da época de produção do jogo e do anime.

As músicas não fazem feio. Não são o tipo de musica que você vai sair assobiando, mas servem bem o propósito de passar o clima do anime. E a dublagem (de algumas falas dos personagens e os golpes) é feita pelo elenco da série.

Reprodução: KLab Games

Para os fãs da obra

Se você leu ou assistiu Bleach ao longo dos anos, e quer uma distração baseada no anime, não é um mau negócio dar uma chance a Brave Souls. Mesmo se você acabar não gostando, no fim do dia, é gratuito. É um jogo bem sólido e uma opção menos demorada pra relembrar a série.

Bleach: Brave Souls está disponível para Android, iOS, PC e PlayStation 4, e essa análise foi feita com base na versão de PlayStation 4.