Formula Retro Racing: World Tour | Corridinha Low Poly

Formula Retro Racing: World Tour | Corridinha Low Poly

12/11/2023 0 Por Geovane Sancini

Se você curte jogos de corrida, percebeu que em algum ponto dos anos 2000, os jogos de corrida acabaram indo pra um lado mais “realista”, ainda que muitos jogos, como Need for Speed, permanecessem acessíveis ao público casual. Com exceção de OutRun 2006 e Ridge Racer (exceções podem ser encontradas, mas eram exceção, e não regra), os jogos estavam cada vez menos focados na diversão no estilo arcade, com jogos como Forza e Gran Turismo nos consoles, e uma míriade de simuladores nos PC’s indo no caminho de simulação.

Nos anos 2010, entretanto, as coisas começaram a mudar, com a cena independente explodindo em popularidade, produzindo jogos que as grandes produtoras não tinham coragem (por conta de engravatados e custos de produção cada vez maiores) de fazer. Sejam platformers simples, RPG’s com sprites 8 e 16 bits, até mesmo visual novels, os desenvolvedores independentes passaram a replicar experiências do passado, com jogos inspirados por Mega Man, Ninja Gaiden, Final Fantasy, Super Mario 64, e o mesmo vale para jogos de corrida.

LEIAM – Alterium Shift | Potencial Old-School

Desenvolvedores que cresceram jogando clássicos como Top Gear, OutRun, Virtua Racing, Daytona USA, Ridge Racer Sega Rally, começaram a fazer jogos inspirados por esses títulos e não demorou para surgir frutos desse trabalho, com jogos como Horizon Chase Turbo (E Horizon Chase 2), Slipstream, HotShot Racing (esse aqui sendo feito pelos desenvolvedores de OutRun 2006, a Sumo Digital), e dentre outros, a prequel do jogo da análise de hoje, Formula Retro Racing, desenvolvido pela britânica Repixel8.

Lançado em 2020, era um título com pouco conteúdo em si, mas era já com potencial. E nesse ano, apesar da ideia de irem ao Kickstarter, a campanha aparentemente nunca foi lançada (a conta do Kickstarter não acessa o site desde fevereiro), e o jogo optou pela rota do acesso antecipado para a continuação, Formula Retro Racing: World Tour. . O jogo foi lançado, tanto no PC, quanto nos consoles, e agora no final de 2023, graças a Numskull Games, o jogo está recebendo uma versão física. Com isso, a Repixel8 nos enviou uma cópia do jogo para review. Confira conosco.

Reprodução: Repixel8, CGA Studio

Modos de Jogo

O jogo possui quatro modos de jogo (cinco se você estiver jogando no PC), sendo que dois deles estão meio interconectados. Vou explicar cada um deles. O Modo Arcade funciona por exemplo como os clássicos jogos de corrida de arcade, como Daytona USA ou Ridge Racer, com o jogador tendo que completar o percurso com um timer diminuindo, e checkpoints a serem ultrapassados pra tempo extra. No caso de Formula Retro Racing: World Tour, cada pista possui um checkpoint, mas a ideia é a mesma.

O Modo Grand Prix é o único com suporte a multiplayer para até quatro jogadores em tela dividida, e a diferença pro Arcade, é que o timer não estará lá pra te incomodar, mas também as pistas que você destravou pelo Arcade, não estarão desbloqueadas nesse modo. Aqui, é possível escolher o número de voltas de cada prova (no Arcade, são setadas dependendo do tamanho da pista).

VÍDEO: HORIZON CHASE 2 | ANÁLISE

O terceiro modo de jogo, que está ligado ao Arcade é o Modo Eliminator, só que ele não funciona como o nome poderia sugerir (uma corrida onde o último colocado a cada volta é eliminado), mas sim uma “corrida” com certos objetivos (por exemplo, chegar até a décima posição antes do fim da primeira volta, e posteriormente, ficar até a décima posição nas voltas posteriores, com os carros adversários ficando mais rápidos), com duração de até 30 voltas. Por fim, os dois últimos modos são o de Tomada de Tempo, e o Modo de VR, auto explicativos.

Reprodução: Repixel8, CGA Studio

Carros com Drift são OverPower

Em termos de jogabilidade, Formula Retro Racing: World Tour é bem, bem simples, o mais complexo que o jogo pode ter, além do layout de algumas pistas, é o fato de que os carros se dividem em duas categorias, os de Formula, semelhantes a carros de Formula 1 (e em um caso, semelhante a carros antigos de Endurance) e os carros do tipo Stock, semelhantes aos de Nascar. Os Carros de Stock possuem drift (o Drift é automático nas curvas, então não se preocupe com isso), e isso os torna extremamente vantajosos pra fazer as curvas. Não há problema em escolher um ou outro, já que os carros dos oponentes serão do mesmo tipo que você escolher, mas um é claramente melhor que o outro.

Para desbloquear as pistas restantes nos modos Arcade, Grand Prix e Eliminator, são necessários pontos conquistados nesses modos, como o Arcade e o Eliminator são ligados, abrir pistas no Arcade, fará o mesmo no Eliminator, e vice versa, já o Grand Prix tem pontuação própria que abre as pistas para ele (E o requerimento é igualmente escalonado). Cada pista possui três dificuldades, cada uma com sua pontuação própria, o que é bom pra grindar pontos.

LEIA: CLASSIC RACERS ELITE | CORRIDA SOLITÁRIA

Em termos de pistas, subimos de oito no jogo anterior para dezoito agora (vinte e quatro na edição física, com variantes do traçado inverso), mas não são todas as pistas do original que retornam. O jogo possui uma física de destruição, com danos que vão se ampliando até que o carro se destroça com um efeito semelhante ao da série Burnout (câmera lenta, com efeito em preto e branco), mas não se perde tanto tempo. A CPU também sofre danos e é destruída, o que não nos deixa em desvantagem, como muitos jogos onde a CPU é invencível a coisas que afetam o jogador.

Reprodução: Repixel8, CGA Studio

Orgulhosamente Low Poly

Uma das coisas que é utilizada pra chamar a atenção do público em materiais, é o estilo Low Poly, básico, remetendo muito a Virtua Racing, a principal inspiração de Formula Retro Racing. Infelizmente, alguns cenários não possuem tanta inspiração, apesar do conjunto não ser feio. Só parece genérico, como muita coisa que vai pra estética low poly acaba caindo. Há algumas coisas reconhecíveis, como a Torre de Tóquio na pista japonesa, ou a Ponte Golden Gate na pista de São Francisco.

LEIAM – Castlevania: Aria of Sorrow | Análise

A trilha sonora tem uma pegada agradável, com composições aceitáveis, que combinam com o ritmo retrô, mas sem querer ficar puxando pra pegada completamente retrô. Por fim, o jogo possui uma boa performance, não sendo muito pesado na versão de PC, podendo chegar a 4K (nas plataformas onde isso é possível) e 60 frames por segundo.

Reprodução: Repixel8, CGA Studio

Numa promoção, quem sabe?

Comparando os consoles, no Xbox, o jogo está mais barato, custando R$ 74,95, com os valores do Switch e Playstation estando próximos, por R$ 100,00 e R$ 104,90 respectivamente, mas ainda assim, pra um jogo que não tem tanta coisa assim, uma promoção seria uma boa. Claro, tem jogos mais caros e com menos conteúdo nos consoles, mas enfim, essa seção aqui é sobre custo-benefício do jogo em questão. No PC, obviamente o jogo é mais em conta, saindo por R$ 37,99, sendo uma boa pedida, se curte jogos de corrida retrô.

O jogo é decente, divertido, apesar de um pouco estressante, mas nada que quem já jogou outras coisas não esteja acostumado. Formula Retro Racing: World Tour está disponível para Playstation 4, Playstation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X|S e PC.

Nota Final: 8/10

Esta análise foi feita com uma cópia digital da versão de PS4, cedida pelo CGA Studios. A Edição física do jogo está em pré-venda, mais informações, clique aqui.