Lollipop Chainsaw RePOP | Análise
13/09/2024Lollipop Chainsaw foi lançado originalmente em 2012 e foi desenvolvido pelo estúdio Grasshopper Manufacture, e como qualquer obra que contém a assinatura do famoso CEO do estúdio, Goichi Suda (SUDA 51), o jogo simplesmente era inovador pelos motivos certos e vendeu um pouco mais de 1 milhão de cópias, sendo um dos títulos mais vendidos da desenvolvedora até os dias de hoje.
Na época conseguiu atrair a atenção e criticas mistas por conta do seu teor erótico que não agradou muito na época, mas, como eu costumo dizer, o que vale no fim do dia são os consumidores. Para nossa sorte a Dragami Studios decidiu revisitar o titulo e o remasterizá-lo, mesmo que a ideia inicial tenha sido a de produzir um remake, mas os fãs ficaram apreensivos com a ideia de que pudesse ser alterado a visão de Suda 51 com relação a obra. No fim das contas o produtor Yoshimi Yasuda da Dragami Games acalmou aos fãs atualizando-os a medida que o desenvolvimento caminhava, desde alterações de software até a confirmação dos dubladores originais da primeira versão do jogo e o novo modo que compõem o titulo desse remaster: RePOP.
Depois de muita espera e grande ansiedade, graças a Dragami Games eu tive a oportunidade de jogar o titulo em antecipado, e venho aqui compartilhar com vocês a minha experiência. Me acompanhem.
Do que se trata Lollipop Chainsaw
Lollipop Chainsaw nos leva ao universo em que Juliet, uma líder de torcida na escola San Romero (que como o nome sugere é uma homenagem ao grande diretor de A Noite dos Mortos Vivos, George Romero) que também é uma caçadora de zumbis, e que justo no dia do seu aniversário um colega de classe decidiu ressuscitar os mortos para acabar como forma de vingança ao mundo.
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Munido de sua motosserra estilizada, cabe agora a Juliet trazer a paz ao mundo enquanto despedaça um exército de mortos-vivos, mas não fará isso totalmente só, ela contará com a ajuda do eu namorado que agora é apenas uma cabeça falante e a sua família de caçadores de zumbis.
Com essa premissa absurda, percorreremos pela cidade enfrentando zumbis boca sujas e enfrentando chefes mortos-vivos extremamente poderosos. Essa loucura é o que torna a proposta de Lollipop Chainsaw tão singular, então se a trama te pegou, com certeza o restante vai te cativar.
O hack’n slash que todos conhecemos
Antes de mais nada, é preciso ter em mente que Lollipop Chainsaw RePOP é um hack’n slash no melhor sentido da palavra. A sua jogabilidade consiste em enfrentar zumbis atrás de zumbis e cortá-los da maneira mais diferenciada com variações de combos com a motosserra e os pompons, e sendo agraciado com moedas de ouro e platina caso você consiga desferir golpes que mate instantemente o maior número de zumbis em um único golpe.
Com as moedas você terá acesso no meio das fases e ali poderá comprar itens de cura, itens de aumento de força permanente, energia e novos movimentos para Juliet. Também permite que você compre bilhetes para que possa realizar movimentos com a cabeça do namorado de Juliet, então ir e voltar para rejogar algumas fases acaba sendo uma experiência até que recompensadora, levando em consideração que há vários elementos para ser desbloqueado com essas moedas.
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Na medida que Juliet fica mais forte, você consegue ganhar mais moedas e consequentemente desbloquear novas roupas, trilha sonora e por ai vai. Fora esse detalhe, o jogo é não inova em termos de jogabilidade e até pode ficar um pouco cansativo se você não comprar a proposta nonsense da trama e todo o humor carregado de ironia e erotismo. Eu realmente gostei, porque gosto desse humor um tanto negro e boca suja, porque não suporto esse idealismo barato e puritano, então Lollipop Chainsaw RePOP simplesmente segue sem medo de soar errado e reforça isso uma piada atrás da outra durante toda a jogatina.
O que percebi é que ele tem uma aura semelhante a de Bayonetta, talvez porque tenha começado a jogar uns meses atrás o titula da Platinum Games, mas é incrível como ambos possuem uma vibe parecida.
O que tem de novo?
Eu não joguei Lollipop Chainsaw em sua versão no Xbox 360 e PlayStation 3, então não posso traçar um comparativo quanto a versão clássica e esse remaster em termos de desempenho, mas jogando no Xbox Series S a performance foi bem satisfatória e não notei problemas que fossem significativos o suficiente para comprometer a experiência no geral – É, eu não sou tão chato com relação a isso.
Uma das novidades desse é remaster é a sua localização em português Br, o que torna ainda mais prazeroso dar atenção aos diálogos caso você não tenha um bom ouvido para o inglês. Uma pena que não tenha uma dublagem brasileira, e acho que se tivesse, provavelmente o jogo teria ficado incrível por conta das piadas e palavrões, afinal nós brasileiros sabemos xingar como ninguém, convenhamos. Único ponto negativo é que ela não está bem sincronizada, mas alterando para inglês eu não notei o mesmo problema, o que é estranho. – Também tem a questão dos menus não estarem localizados em português ao alterarmos para a nossa língua materna.
Os gráficos de Lollipop Chainsaw RePOP estão incríveis e com muitos novos efeitos de luzes e cores. Enquanto no original parecia ter um filtro esmaecendo um pouco a visibilidade, talvez para encobrir alguma limitação, aqui é tudo bem vivido, brilhante e colorido. O modelo de Juliet está bem mais polido e apesar de durante algumas transições de cenas a textura demorar um pouco para carregar, no geral ela está mais bela do que no original
E ainda falando sobre cores e brilhos, isso nos leva a um novo modo jogo, o RePOP, que basicamente tira todo o sangue e transforma a cabeça dos mortos-vivos em bolas de futebol americano. Esse é o modo recomendado para aqueles que se ofendem com violência gratuita. Ele funciona mais como um Plus para os que estão chegando agora ao jogo, o que pode soar estranho, visto que a graça do jogo é realmente o seu conteúdo original.
Conclusão
Lollipop Chainsaw RePOP chega as plataformas modernas e nos permite conhecer mais uma pérola que por muito tempo ficou esquecida no tempo. Apesar do titulo não inovar em termos de gameplay, ele se sustenta totalmente na trama nonsense e os personagens carismáticos, que usam e abusam de toda a loucura que esperamos de uma obra que leva a marca do designer Goichi Suda em colaboração com profissionais que trabalharam com cineasta James Gunn (Um nome que vai muito além dos filmes da Marvel, pois também esteve a frente de alguns filmes trash que eu adoro)..
Não digo o titulo ele seja ruim como um hack’n slash, pois é realmente divertido, mas ele sozinho é um tanto cansativo se você tentar zerá-lo em uma única sentada, o que ao meu ver explica a campanha do jogo ser curta e podendo ser concluída em até 5 horas de jogatina. O indicado é você jogar aos poucos e aproveitar cada absurdo que você vai se deparar.
Para estender um pouco mais desse tempo jogo, você se verá jogando mais vezes outras fases afim de obter moedas e tentar desbloquear todas as roupas de Juliet, que não agregam absolutamente nada em termos de jogabilidade, mas é interessante vê-la executando suas acrobacias com um cosplay de coelho, por exemplo.
Existem também as galerias onde temos acesso a jukebox e podemos curtir a trilha sonora do jogo, que também conta com MP3 para serem comprados nas maquinas de venda durante o jogo.
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Outro ponto a seu favor é que as batalhas contra os chefes são muito criativas e que faz você pensar em como o mercado atual é chato e pouco criativo se comparado a obras como Lollipop Chainsaw: RePOP, que apesar de usar e abusar da sensualidade da protagonista, está muito, mas muito distante de ser apenas isso. Minha batalha predileta foi contra Funk Zombie, Josey. A fase é toda temática e baseada em jogos eletrônicos e faz referências a títulos clássicos, e o combate contra ele ao fim da fase é divertido e realmente desafiador.
O maior pecado de Lollipop Chainsaw RePOP é que ele não conte com outros modos de jogo, ele é pensado quase que como um jogo arcade onde você só avança, mata zumbis, faz pontos e compra itens, golpes e avança novamente. Isso não é um problema, obviamente, mas com toda a certeza seria interessante novos modos de jogos para estendermos o nosso tempo com o titulo, afinal o preço que está sendo cobrado é relativamente alto nos consoles: PS5 por R$ 224,50, Xbox S|X por R$ 264, 91 e no Nintendo Switch por R$ 238,41.
Eu gosto de pensar que o preço precisa condizer com o que você está entregando, principalmente quando falamos de um titulo que tem um apelo de nicho, como é o caso de Lollipop Chainsaw RePOP. No mais eu acredito que o titulo entrega o que se propõem, mas a um preço não muito convidativo, então vale a pena esperar um pouco e garantir sua cópia.
Nota: 8/10
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Esta análise foi feita com uma chave digital para Xbox Series S|X cedida gentilmente pelo Dragami Games.