Supermoves | Parkour com potencial

Supermoves | Parkour com potencial

23/09/2024 0 Por Geovane Sancini

Ah, ultimamente as coisas tem andado meio esquisitas na indústria de jogos. Por um lado, temos sucessos como Black Myth Wukong e Stellar Blade… Por outro, grandes apostas dos AAA tem se mostrado um imenso flop. Como Star Wars Outlaws, que aparentemente não performou tão bem quanto esperado e fez com que as ações da Ubisoft tivessem uma imensa queda, ou… A piada chamada Concord. Eu nem sei por onde começar, o jogo ficou MENOS DE DUAS SEMANAS NO AR ANTES DE TER OS SERVIDORES DESLIGADOS.

A título de comparação, o Extraction shooter “The Day Before”, um jogo que se utilizou de táticas mais mentirosas que político pra se promover, foi mais adiado que minhas resoluções de ano novo e é comumente chamado de Scam, teve seus servidores desligados em pouco mais de 40 dias. Quando seu jogo dura menos que um scam, é sinal de que você ERROU IMENSAMENTE. E ao contrário de The Day Before, o orçamento de Concord é estimado na casa dos 400 milhões, dos quais cerca de 50 foram usados na aquisição do estúdio necessário. Como o jogo falhou TANTO? Bom, o jogo mal foi marketeado pela Sony, tanto que as vendas são estimadas na casa das 25 mil unidades. Um numero impressionante se fosse um estúdio indie com um jogo pequeno, mas risível comparando o preço de 40 dólares e o orçamento do jogo.

Mas não estamos aqui pra falar de Concord, mas sim de um outro jogo com pretensões de live service, mas que ao menos sem esses elementos, tem certo potencial. Sim, eu já estou entregando o veredito final antes da análise, mas fique aqui, não vá embora, porque estamos aqui pra falar de PARKOUR! Parkour em si foi meio que uma das fundações do Assassin’s Creed original. Não o esporte em si, mas a navegação pelo mundo do jogo era relativamente dependente do jogador pensar fora da caixa e utilizar as construções ao redor. Isso foi mais escancarado em AC II, mas enfim… Porém, o jogo que de fato se utiliza do Parkour como principal mecânica, foi o Mirror’s Edge original.

Acho engraçado que tanto o Mirror’s Edge original, quanto seu reboot (Mirror’s Edge Catalyst) foram flops comerciais, apesar de serem bons jogos. Por fim, agora em 2024, uma produtora indie lançou no fim do mês passado um jogo com a temática de Parkour, com foco na parte realmente esportiva, ainda que com elementos lúdicos. Será que Supermoves vale a pena sua grana? Confira conosco.


Premissa

O jogo não possui uma história ou desculpa em si, mas assim como muitos jogos esportivos, possui um modo carreira single-player, apesar do trailer e imagens fazer parecer que é apenas um jogo multiplayer. O modo carreira se assemelha a progressão de jogos mais arcade, como Mario Kart ou Horizon Chase, onde a progressão nos eventos desbloqueia o próximo local.

Apesar disso parecer um pouco repetitivo (tem uma razão pela qual até hoje não terminei Horizon Chase Turbo, e olha que eu comprei uma cópia física dele assim que saiu), a variedade de locais e provas ajuda a manter tudo fresquinho por mais tempo. Porém, lembra que o jogo quer ter um elemento de live service? Não sei se o jogo vai tão longe, já que o multiplayer do jogo é uma zona de fantasmas. Atualmente é impossível conseguir um lobby completo, e de acordo com o SteamDB, a base de usuários teve um pico de 50, no lançamento.

Um positivo do multiplayer vazio (e encare isso com um toque de sarcasmo) é que jogando sozinho, é possível ganhar mais experiência para adquirir itens de customização na loja do jogo… Mas pra quem? Itens de customização geralmente funcionam pros jogadores vaidosos se exibir online, mas com salas vazias… Quem vai ver?

Fall Guys encontra Mirror’s Edge e Tony Hawk…

Não parece fazer sentido assim, mas deixa eu explicar (ou tentar), a parte de Fall Guys é mais referente a variedade de provas, e pistas com obstáculos, que remete a Fall Guys, e a um jogo que analisei tempos atrás, Nippon Marathon . Obviamente a parte do Mirror’s Edge vem do parkour, e a parte de Tony Hawk, vem com os movimentos que dão nome ao jogo, os Supermoves. Eles auxiliam nas provas, sejam fazendo seus pulos serem mais velozes, ganhar mais altura, ganhar velocidade e de maneira geral, ser mais maneiro na hora de correr. Esses Supermoves tem um tempinho de cooldown pra evitar spam, mas são a espinha dorsal da movimentação.

O jogo tem uma pequena vantagem em relação a Mirror’s Edge, porque o jogo pode ser jogado em terceira pessoa. A campanha de Supermoves possui provas como a de Sprint, onde se vai do ponto A ao B, Loot, onde se deve pegar a maior quantidade de coletáveis para vencer e o Circuito, onde se deve percorrer um percurso com checkpoints. Na maior parte do tempo, os controles funcionam bem, mas nem tudo são flores. Em alguns percursos, as hitboxes não são justas, e alguns designs de fase não são dos mais agradáveis, pois pede precisão em um jogo que não tem.
Mas, não é apenas esse o problema, o jogo tem problemas de otimização e o jogo pede bastante do seu PC, além de crashar vez ou outra. E contrapondo como positivo, o jogo tem um criador de fase, onde permite que o jogador use o robusto kit de construção de fases, o que permitirá obviamente circuitos com formato de pinto porque certamente terá um gaiato a fazer isso.

Áudio e Gráficos

O jogo é certamente colorido e chamativo, apesar de não ser marcante. Os cenários são legais e exuberantes com efeitos decentes. A música ajuda MUITO no clima de adrenalina de Supermoves, como uma injeção de açúcar em uma criança com ADHD.

Conclusão:

O jogo tem potencial, mas precisa de mais gente no online, e resolver os bugs e crashes. A base é sólida e o jogo é bom. Caso queira testar, há uma demo intitulada Supermoves Freerun, que contém o começo do modo carreira e acesso ao Multiplayer.

Nota: 7,5/10

Supermoves está disponível para PC, e essa análise foi feita com uma chave fornecida pela Makea Games.