Clock Tower Rewind | Análise

Clock Tower Rewind | Análise

31/10/2024 0 Por Diogo Batista

Eu confesso, eu estava ansioso para jogar Clock Tower Rewind. O jogo original é um clássico do gênero terror e eu estava curioso para ver como ele seria atualizado.

O Clock Tower original foi desenvolvido pelo estúdio Human Entertainment, e contou com a direção de Hifumi Kono, mas nunca ganhou  uma versão oficial lançada para o ocidente, e se você em algum momento o jogou em inglês, saiba que foi uma tradução feita por fãs que possibilitaram que o titulo fosse jogável fora do Japão.

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Com o lançamento de Clock Tower Rewind, agora pela primeira vez temos o titulo original com melhorias e novos modos sendo lançados oficialmente para o ocidente e enfim podemos apreciá-los, graças a WayForward.

Será que conseguiria se manter aterrorizante mesmo após mais de 29 anos do seu lançamento original? Vamos descobrir.

Reprodução: WayForward

Jennifer Simpson e Scissorman

Jennifer Simpson é uma protagonista determinada e corajosa. Sua história é emocionante e você se sentirá conectado à sua luta para sobreviver, e o jogo consegue fazer isso de maneira bem rápido a medida que nos vemos obrigado a fugir do vilão icônico, Scissorman.

É incrível que mesmo após quase 30 anos, Scissorman ainda consegue ter uma presença aterrorizante, e a ideia de que ele pode surgir a qualquer momento traz uma atmosfera de tensão. Mesmo com gráficos datados, o titulo consegue te deixa pesaroso quanto as decisões que você toma e como lidar com esse vilão que te persegue por toda a mansão, isso sem levarmos em consideração as armadilhas escondidas.

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Todo passo deve ser calculado se você quer descobrir os segredos que habitam na mansão, então não é só uma questão de sobreviver, mas também descobrir o que levou a morte de suas irmãs de adoção e porque isso está acontecendo agora.

Reprodução: WayForward

Não trate Clock Tower como um titulo moderno

Clock Tower Rewind pode desapontar você, caso decida jogá-lo com expectativas de um titulo moderno, afinal é um titulo de quase 30 anos de idade. Ele só está sendo portado com melhorias, entre elas a versão original e a Rewind, que dá nome ao jogo, e é baseada na versão Clock Tower: First Fear que foi publicado em 1997 para PlayStation.

O Rewind, como sugere, trata-se da possibilidade de você voltar no tempo, ou melhor, rebobinar como faríamos com uma fita VHS, no caso se você tomar uma decisão errada ou morrer por ter sido pego por Scissorman ou mesmo qualquer armadilha que encontre pelo caminho. Só que nem essa nova função facilita tanto a sua vida, pois caso demore para rebobinar, pouca coisa será retomada e muitas vezes pode ser tarde para esquivar-se da morte certa.

Essa nova ferramenta só torna a obra um pouco mais palatável para o publico mais novo, mas a grosso modo é o jogo original com sempre foi. Caso você esteja comprando Clock Tower Rewind esperando uma remasterização com mudanças significativas, peço que tenha cautela e confira alguns gameplays antes.

Lembrando que o jogo é um point and click e não dos mais precisos, então é preciso redobrar a sua atenção caso queira se aventurar.

Reprodução: WayForward

Os extras

Clock Tower Rewind  por questões de licenciamento trocou sua abertura original por uma versão animada ao estilo anime, que apesar de destoar um pouco do jogo, seja por ser um tanto colorido, ainda é capaz de cumprir o seu papel de introduzir a trama.

Outra novidade interessante é a Motion Comic com dublagem que conta um pouco mais do passado de Jennifer, e que ao meu ver poderia facilmente ter substituído a introdução de anime. Mas só porque eu sou um chato de galochas. Essas motion comics podem ser desbloqueadas a medida que jogamos o titulo e alcançamos alguns objetivos, o que aumenta o fator de replay do titulo.

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O jogo também recebeu uma nova musica de abertura, dessa vez com novas letras e vocais de Mary Elizabeth McGlynn, conhecida por cantar musicas de Silent Hill 3 e o quarto titulo. Entre esse extra, também temos a possibilidade de ouvir toda a trilha sonora do jogo na aba Music Player. O que é realmente divertido, pelo menos se você gosta de game music como eu.

O que brilha mesmo nessa nova releitura é a entrevista Hifumi Kono, que conta mais sobre como foi trabalhar com titulo e suas inspirações para os personagens. É sem dúvida extras de peso. Uma pena que o titulo não conte com uma localização em PT-Br.

Reprodução: WayForward

CONCLUSÃO

Clock Tower Rewind é uma ótima opção para fãs de jogos de terror e point and click. O titulo continua sendo uma obra aterrorizante e que consegue nos deixar nervosos, mesmo sendo um titulo em 2D. O que é incrível se pararmos para pensar.

Por outro lado acredito que a imprecisão enquanto selecionamos ou controlamos Jeniffer as vezes pode ser um tanto estressante,  e poderia ter sido melhorado, mas talvez o maior pecado aqui presente seja a falta de localização para a nossa língua tupiniquim, e isso pode ser remediado futuramente, eu sei e acredito. WayForward, faça acontece. No mais, se você está procurando por um jogo de terror clássico, este é uma excelente escolha.

Em resumo, Clock Tower Rewind é um jogo de terror que vale a pena jogar. Com sua atmosfera aterrorizante, jogabilidade intensa e personagens bem desenvolvidos, é uma experiência que você não esquecerá.

Você está preparado para enfrentar o Scissorman?

Nota: 8,0/10

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Clock Tower Rewind está disponível para PC, Nintendo Switch, Xbox Series S|X e PlayStation 5 e esta análise foi feita com uma chave digital de Nintendo Switch gentilmente cedida pela WayForward