Sky Oceans: Wings for Hire | Análise

Sky Oceans: Wings for Hire | Análise

30/10/2024 0 Por Diogo Batista

Eu sou um cara que adoro RPGs, mas hoje jogo esse gênero muito menos do que realmente gostaria. O que não me impede de crescer os olhos sempre que me deparo com alguma obra que realmente atrai a minha atenção, como aconteceu com Sky Oceans: Wings for Hire, desenvolvido pelo estúdio Octeto Studios.

Sky Oceans: Wings for Hire se inspira no clássico e divertido RPG lançado para Dreamcast, Skies of Arcádia, e isso fica um tanto evidente seja pela temática como também alguns personagens que lembram outros do clássico. O que não enxergo como um problema, afinal, se inspirar em uma obra de sucesso contanto que consiga criar uma experiência única é válida.

Mas será que o titulo realmente é capaz de entregar características tão genuínas ao ponto ofuscar o grande clássico ou mesmo ser original? Bem, vamos descobrir explorando o céu.

Me acompanhe!

Reprodução: Octeto Studios

Uma arte agradável

Sky Oceans: Wings for Hire nos entrega o protagonista Glenn Windwalker e sua história cercada por perdas e mistérios, onde sua mãe ainda lidando com o luto precisa quer manter o seu filho são e salvo.

O jogo começa especificamente no dia em que Glenn realiza os exames ao lado de seus amigos de infância para se tornarem os novos pilotos de sua tribo. Tribo essa que trata o vento como se fosse o mar, quase como uma entidade viva a ser dominada.

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O exame serve como uma forma de nos apresentar as mecânicas de combates e parte do contexto em que esse universo, e com isso consegue nos encantar com a artes do cenário e dos personagens, que são todos belos no Nintendo Switch, e apesar dos personagens estarem sempre com uma expressão estática (o que é uma pena), ainda assim consegue ser agradável o suficiente para fazer você criar afinidade com alguns personagens.

Toda a trama é contada de modo que intercala com momentos onde é contatada por meio de diálogos dentro do jogo e outros por cenas desenhadas que são pura arte. Sky Oceans: Wings for Hire no departamento de arte realmente faz bonito e fica difícil também não se agradar com o ritmo com que a trama é conduzida.

Reprodução: Octeto Studios

O combate aéreo

Como um bom RPG que se preze, Sky Oceans: Wings for Hire, utiliza de um combate  baseado em turnos onde utilizamos as aeronaves dos personagens, o que é um tanto interessante, mas que peca ao se restringir somente com um combate aéreo. Claro, isso faz sentido para a trama, mas eu estou acostumado a controlar mechas… no chão.

Por outro lado é interessante ver que o combate em si é bem dinâmico e vai direto ao ponto, apesar de pouco variado ele consegue entreter, pois cada personagem possui uma aeronave que lhe concede habilidades únicas para a batalha, e quando usadas garante uma cena diferente do golpe sendo carregado e executado. E se por um lado o combate é interessante, navegar pelo mapa pode ser uma experiência um tanto frustrante.

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Sky Oceans: Wings for Hire conta com dois tipos de controle, o standard que é padrão e o simulation, que é o melhor para conseguir controlar a aeronave pelo mapa. O analógico tem uma sensibilidade elevada, então qualquer movimento mais brusco você bate a aeronave, e foi o modo mais confortável que encontrei de controlar a nave pelo mapa fazendo nada.

Os trechos em que precisamos apenas seguir alguém ou procurar algo são os piores ao meu ver, e parece que estão ali para inchar o jogo. O que ao meu ver não era necessário.

Reprodução: Octeto Studios

Há loadings a beça

Sky Oceans: Wings for Hire possui bons gráficos e uma escolha artística que realmente foram acertadas, e com vários momentos onde podemos ver que o Nintendo Switch consegue reproduzir cenas incríveis, por outro lado temos loadings aos baldes.

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Se existe algo que realmente é capaz de desmotivar alguns incautos é a quantidade de loadings que temos nesse jogo, seja após ver uma cena, seja após ver uma animação, seja após um combate seguido por um loading, cena, combate, loading. Não sei dizer se isso é algo do Nintendo Switch, que foi a versão que joguei, mas foi uma das coisas que mais me frustraram.

Por sorte o jogo tem uma trama que consegue captar a atenção e provavelmente você consiga superar esse pequeno obstáculo.

Reprodução: Octeto Studios

Conclusão

Sky Oceans: Wings for Hire tem muito potencial, mas ele toma algumas escolhas que compromete parte da graça do titulo. Momentos onde você precisa navegar com as aeronaves no mapa, que parece ter sido colocado para inchar o jogo e aumentar o seu tempo de gameplay, pois o jogo pode ser concluído com umas quatro horas de jogatina.

Há também a questão dos loadings, que não são poucos, mas tudo isso pode ser superado com um pouco de esforço, e você encontrará uma obra até que interessante e que pode te captar seja pela estética ou pela trama que é contada de um modo delicado e agradável. Encontrei apenas bug enquanto jogava, uma leve travada após a execução de um ataque, onde parece tomar alguns segundos para processar a ação.

Sky Oceans: Wings for Hire é uma bela homenagem ao JRPGs, mas que ao menos nessa versão do Switch em razão do excesso de loadings infelizmente não consegue tornar uma experiência primorosa, mas quase chega lá. Valendo a pena ser conhecido por quem sente saudades da experiência de um JRPG da quinta geração de consoles.

NOTA 7,5/10

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Sky Oceans: Wings for Hire está disponível para PlayStation 5, Nintendo Switch, Microsoft Windows, Xbox Series X e Series S, e esta análise foi feita com uma chave digital de Nintendo Switch gentilmente cedida pela distribuidora do jogo