Yakuza: Like a Dragon | Renovando a série
15/11/2019Ah, Yakuza… Uma das melhores franquias que eu não terminei um jogo sequer. Porque os jogos são caros. Enfim, não é para isso que vocês vieram aqui. Pois bem, há algum tempo, a SEGA vinha soltando notícias esparsas sobre o projeto Shin Ryu ga Gotoku, primeiro que haveria um novo protagonista, Ichiban Kasuga. Chegou no primeiro de abril desse ano, o Ryu ga Gotoku Studio solta uma ‘pegadinha’ mostrando um Yakuza com… Combate por turnos?
Até que setembro chega, e a SEGA revela que a ‘pegadinha’ não era pegadinha e o sétimo título (na verdade oitavo, se contarmos com o Yakuza 0) trouxe uma mudança total no estilo de jogo, saiu de um jogo de ação para um RPG de turnos.
Intitulado Yakuza: Like a Dragon, ele é um recomeço para a série, desde a ambientação (sai o familiar distrito de Kamurocho, entra Isezaki Ijincho, em Yokohama. Mas Kamurocho e Dotenbori estarão disponíveis) até o protagonista, passando pelo gameplay. E nesse dia 13 de novembro, a SEGA liberou a primeira demo na PSN japonesa. E é claro, que vamos destrinchar o que nos espera no produto final.
Primeiramente, a demo não nos coloca no começo do jogo, como em Judgement, mas em algum ponto não muito depois disso. Primeiramente, nota-se de cara que a mudança de gênero traz um frescor novo, mas não mudando o exagero pelo qual a série é conhecida. Numa das primeiras cenas, temos nosso protagonista Kasuga, tirando um taco de beisebol com arame farpado do chão, tal qual Arthur faria com a Excalibur.
E no minuto seguinte, já estamos duvidando da saúde mental do protagonista, porque quando confrontados por inimigos, os mesmos mudam a aparência, mas aparentemente… SÓ KASUGA os vê daquele jeito.
A seguir, temos uma mistura de RPG por turnos com o exagero que os fãs estão habituados, que resulta numa experiência, se não única, no mínimo peculiar.
Você vai encontrar o que já está habituado a ver em Yakuza, brigas com meliantes aleatórios, NPC’s de side-quests excêntricos e talvez uma história dramática. (eu digo talvez porque eu não entendo japonês) sobre um cara que foi pra prisão pra salvar o clã, dezoito anos depois, ninguém lembra dele e ainda por cima toma um tiro do cara que ele salvou ao ir pra prisão. Sim, essa é a história de Ichiban Kasuga.
O combate, como eu já devo ter escrito umas dezessete vezes nesse artigo, é por turnos, cada personagem escolhe sua ação e etc. As magias (ou habilidades) gastam MP, e existe em alguns casos, um QTE rola para potencializar o dano, meio que substituindo os ataques que usavam partes do cenário nos outros jogos.
Uma das coisas mais divertidas em Yakuza são os estilos de combate, porque eles alteram a maneira que você joga, conferem habilidades diferentes e jeitos diferentes de se jogar. Aqui, os estilos estão presentes no formato de Jobs, que conferem habilidades e roupas diferentes para os personagens. Infelizmente não dá pra mudar a classe como se muda de estilo nos jogos anteriores da série, apenas indo no local específico para fazer isso. É um tanto incômodo? Talvez, mas isso não diminui em nada a diversão.
Como todo Yakuza que se preze, existem pequenas distrações para impedir o jogador da história, seja o karaokê ou aquele viciante joguinho de administrar bordel em Yakuza 0. Aqui, não é diferente. Você pode ir no karaokê (apenas uma música está disponível), ou disputar uma corrida de kart. Se for um fã da sétima arte, pode assistir um filme no cinema (e tentar não dormir no meio dele), ou se quiser, catar latinhas montado numa bicicleta.
Os minigames de karaokê e do cinema funcionam de maneira semelhante. No karaokê, os botões vem pela tela, da direita para a esquerda, como você já está acostumado na série. Já o cinema, homens com cabeça de cabra aparecem com um botão para você apertar. Faça e você permanece desperto, erre e a barra de sono começa a esvaziar. E quando aparecer um sujeito com cabeça de galo, não aperte porque ele tira um naco considerável dessa barra. É simples e intuitivo.
O minigame de kart funciona como Mario Kart, escolha um carro e um circuito (três karts e um circuito disponíveis na demo) e corra contra oponentes. Pegue itens e os use ao seu favor. Nada muito complexo, os veículos tem status diferentes e provavelmente teremos como customizar os mesmos no jogo final.
Já o mini game de catar latinhas tem a jogabilidade semelhante, mas basicamente funciona como… Talvez pac-man? Você recolhe as latinhas (que estão marcadas no mapa) até ter uma quantidade X, e as leva para o ponto Y. É simples, mas você deve tomar cuidado com veículos que podem ficar no seu caminho, outros catadores de latinha e o caminhão de reciclagem. Nada muito sério, apenas por segurança.
Graficamente falando, é o que se espera de um jogo da série Yakuza. Protagonistas detalhados, enquanto que os NPC’s seguem o molde genérico dos personagens da série. Claro, existem outros tipos de inimigos não vistos em jogos anteriores, como os otakus. E em uma side quest você luta com homens adultos usando fraldas. Eu não estou mentindo. E eu não parava de rir.
Os cenários, talvez por não começarmos diretamente em Kamurocho, há uma sensação de frescor. E a reprodução, talvez não 100% fidedigna, mas ainda assim fiel a contraparte da vida real, traz um pouco do que é passear por Yokohama.
Esse é um jogo que aguardo muito pelo produto final, não só por ser um jogo da série Yakuza, mas por ser uma experiência divertida, tanto para quem joga, quanto para quem vê.
Yakuza: Like a Dragon, sairá em Janeiro de 2020 no Japão, e em algum ponto do ano, no ocidente, até o momento, exclusivamente para PlayStation 4.