Dirt 5 | Análise
29/11/2020Corridinha empoeirada
A série DIRT é velha conhecida dos fanáticos por jogos de corrida, principalmente aqueles que não se sentem satisfeitos com Need for Speed, Forza ou Gran Turismo.
A série foi lançada inicialmente lá na geração do PS3 e Xbox 360 com o nome de Colin McRae: Dirt, mas na verdade sua história começou em 1998 , ainda no PlayStation 1, sob o nome de Colin McRae Rally.
Resumindo a bagunça — já que ninguém está realmente interessado em história de joguinho de corrida — a Codemasters, desenvolvedora do jogo, já fez 14 jogos da série, somando os “Rally” e “Dirt”.
A diferença é que a série Rally é mais voltada para simulação, enquanto Dirt foca mais em corridas arcade, principalmente nos lançamentos mais recentes.
Entrando na nova geração
Ainda que esta análise seja feita usando os consoles PS4/XONE como referência, o game também pode ser jogado na geração atual, e mesmo que você compre a versão mais “fraquinha”, é possível fazer o upgrade nos consoles mais novos, sem custo adicional.
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A versão para PS5 e Xbox Series S/X conta com visuais melhorados (que vamos abordar mais abaixo), mas o conteúdo do game e a jogabilidade são as mesmas.
O game em si
Dirt 5 segue a premissa da série de ser um jogo feito para todas as pessoas e não somente aqueles que tem paciência e vontade de aprender todos os nuances de um jogo de rally. Aqui, sequer temos aquelas vozes do navegador dizendo “easy right!”, “long easy left!”, anunciando curvas como em games como a série WRC, também de rally.
As pistas são relativamente curtas, com a extensão similar a de jogos como Mario Kart, por exemplo. Além da corrida em si, em cada evento o jogador pode tentar concluir 3 desafios, que ajudam a ganhar pontos e reputação.
Nas primeiras corridas, por exemplo, pede-se que o piloto fique 10 segundos na primeira posição, ou que esbarre em um carro adversário enquanto estiver no ar. São pequenos detalhes que não são obrigatórios e ajudam a deixar o game com o toque a mais além de só correr.
Aliás, os eventos do modo Carreira são bem direto ao ponto: nada de um mundo aberto feito apenas para fazer o jogo parecer maior (alô, Forza Horizon).
O game simplifica isso com um menu onde as corridas aparecem em uma lista horizontal, onde o jogador só precisa selecionar a pista e partir pro desafio. Para aqueles que só querem sentar e correr, foi uma decisão ótima.
Jogabilidade gostosinha
Como já falado acima, Dirt nunca foi conhecido pela sua complexidade. Ainda que seja um jogo onde as corridas se passem em terrenos difíceis, como barro, areia e neve, a direção se torna fácil depois de alguns minutos.
Mesmo que os carros derrapem bastante, os freios conseguem segurar muito bem caso haja alguma falha. Isso sem falar das opções de assistência da CPU, que podem ser ativadas e modificadas ao gosto do jogador.
Na dificuldade média, o game oferece um desafio honesto. Em nenhum momento senti que a CPU estava muito atrás ou roubando demais. Também não notei o famigerado “rubberband“, que é quando os carros adversários ficam artificialmente colados em você, de forma a criar um desafio falso (como em Mario Kart 64, por exemplo).
Apresentação
Visualmente o jogo é bem bonito. A cena de rally normalmente é representada com visuais chatos e cansados em videogames, tentando trazer realismo obviamente, mas que afasta jogadores mais casuais.
Dirt 5 por sua vez, é bem colorido. Por fazer uso da tecnologia HDR (em monitores/TVs que suportam), ele abusa de cores “marca-texto”, deixando a interface parecendo um caderno de adolescente, com fontes grossas e cores chamativas, mas que combinam com a proposta de ser um jogo mais casual.
Além disso, temos uma mini historinha, com um podcast onde dois caras conversam bobeiras entre as corridas e criando uma rivalidade entre você e outro piloto fictício. Na versão em inglês, temos Nolan North e Troy Baker. Em português temos Wendel Bezerra, nosso Goku, fazendo papel de bobo nessas falas.
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Particularmente eu odeio esse tipo de coisa em jogos do gênero, pois parece que estão tentando vender o game pra jovens e criar uma atmosfera falsa dentro de um ambiente onde ela não se encaixa. Ainda bem que todas essas vozes podem ser puladas na hora.
Gráficos
É difícil falar da qualidade de imagem de Dirt 5, pois a única versão analisada foi a do PS4, console que já está dando seus sinais de cansaço, principalmente após a chegada de seu sucessor.
Por sorte, a Codemasters nos deu a opção de escolher entre modo de performance ou qualidade visual. Na primeira, o game roda a 60 FPS, mas tem o visual bastante afetado. Já na segunda o game fica lindo — para os padrões do console –, porém roda a 30 FPS.
Acredito que ambos os modos funcionam muito bem no PS4 (e por consequência no Xbox One), pois cada um tem suas qualidades. Eu prefiro usar o modo de qualidade gráfica, pois ele apresenta mais detalhes nos carros e nas pistas e mais detalhes nos efeitos de reflexos, sombra e poeira.
O modo performance diminui levemente essas coisas, funcionando quase como um “Low/ Medium”, caso estivéssemos falando de configurações de PC.
A poeira fica levemente mais quadriculada, e os carros um pouco mais simplificados, principalmente nos detalhes das lanternas e vidros, porém a fluidez proporcionada pelos 60 quadros por segundo é um diferencial que compensa a perda visual.
Conclusão
Dirt 5 é um jogo de corrida estilo arcade que fecha uma geração bem e começa uma nova com grande qualidade. Em uma época onde a principal série de jogos de corrida arcade está praticamente morta (RIP, Need for Speed), é bom demais pegar um jogo que traz diversão pura e simples, sem enfeitar demais o coreto.
O game está disponível para PC, PlayStation 4, Xbox One, PlayStation 5 e Xbox Series S/X.
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Essa análise foi feita com uma cópia digital de PlayStation 4 cedida pela distribuidora do jogo.