Chroma Squad | Uma performance menos que ideal nos consoles
05/06/2021Muitos anos atrás, eu escrevi uma análise de Chroma Squad, já que eu tenho o título no PC desde a época de acesso antecipado, graças a chave que comprei na Nuuvem. E agora, em 2021, sinto a necessidade de escrever novamente sobre ele.
A razão? Eu adquiri, tempos depois, a versão de PlayStation 4.
O que muda tão drasticamente em relação ao release original de PC? Bem, você pode conferir na nossa análise.
O Meta é menos meta aqui
No jogo, controlamos um grupo de dublês de Super Sentai que insatisfeito com as condições de trabalho em Super Rangers, decidem largar o estúdio e criar seu próprio sentai.
A partir daí, eles precisam gerenciar os recursos e orçamento e elaborar os episódios com o que tiver. E conforme a história avança, as coisas se tornam cada vez mais elaboradas e incríveis. Eu não posso contar mais sobre o roteiro do jogo, que senão eu estarei dando spoilers.
Parece legal, não? Só que infelizmente, aqui surge a primeira falha do porte de consoles de Chroma Squad.
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Veja bem, uma das coisas mais legais de Chroma Squad, é você justamente dar nome ao seu esquadrão, criando uma identidade própria, com o nome do seu robô, o grito de transformação, etc. A versão de PS4 (e acho que a de Xbox One) tem um bug que não permite essas edições.
O mais triste nisso, foi que quando perguntei no Discord da Behold se um dia consertariam e a resposta que recebi foi: “isso é responsabilidade da Bandai Namco.”
O que revela que os termos de publicação das versões de console não foram tão amistosos, já que denota um pouco de amargura aí. Mas isso sou só eu especulando com base numa frase.
Performances abaixo do ideal
Chroma Squad é um jogo ultra leve. Falo isso com propriedade, já que ele rodou sem problemas no meu PC antigo, e a mesma coisa pode ser dita do meu atual notebook.
Só não o streamo porque meu PC tem problemas pra streamar qualquer coisa de PC que não sejam visual novels, então temo que se eu streamar Chroma Squad do PC, ele começa a pegar fogo, vomitar ou as duas coisas ao mesmo tempo.
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Enfim, a performance de Chroma Squad no PS4, porém… Em boa parte do tempo ela é normal, porém tem momentos que o jogo começa a penar pra manter uma taxa estável de quadros.
Especialmente em alguns bosses (e mais frequentemente no final boss Villain X). E isso é uma pena, já que a jogabilidade simplista do jogo, misturando um leve gerenciamento de finanças com RPG tático funciona e é gostosa de jogar.
A jogabilidade em si
O jogo é um mix de gerenciamento de estúdio de sentai (de maneira simplificada, comparando com a vida real) e rpg tático.
A parte de gerenciamento depende da dificuldade em que você escolhe, mas no geral as coisas se baseiam em construção (crafting) de itens (recomendo que use o crafting para o mecha), gerenciamento de recursos (monetário e de fãs) e marketing.
Além é claro, de responder e-mails de fãs, que podem lhe garantir bônus de pontos para usar melhor os recursos. Com o dinheiro conseguido nos capítulos da série (explicarei mais adiante), você pode comprar equipamentos novos, melhorar seu estúdio (que lhe garantirá bônus) e bancar a agência de marketing de seu show.
Explicando parece ser complicado, mas fique calmo que tudo funciona de maneira tranquila e cada recurso novo que expliquei no parágrafo anterior é introduzido gradualmente no jogo, de modo que você não fique perdido.
A parte de combates é dividido em duas partes. Na dos episódios normais, é um RPG tático de turnos, com uma ressalva. Além dos vencer os combates, é necessário conseguir audiência, então é preciso dar um show.
Como se faz isso? Obedecendo as instruções do diretor, pontos extras de audiência são dados. E no final do episódio, esses pontos se convertem em fãs e dinheiro. Cada personagem tem uma classe, classe essa que possui habilidades únicas que podem ser customizadas com o passar das temporadas.
Os personagens podem trabalhar em equipe, e essa colaboração inclusive é necessária para o golpe finalizador (cês sabem, aqueles que explodem coisas). Tudo funciona de maneira simples e intuitiva.
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Em um determinado ponto do jogo, existe uma escolha num combate que leva a três rotas diferentes, dando 3 finais diferentes ao jogo, o que dá um ótimo fator replay… E se você quiser a platina do jogo, terá que fazer os três finais no mesmo save, jogando o New Game + e o New Game ++, que seriam babinha de fazer…
Exceto que em um momento babaca dos produtores, a dificuldade do New Game ++ aumenta cavalarmente… Nas últimas duas lutas. E quando digo aumenta cavalarmente, digo apenas em modo de que… Os bosses são praticamente esponjas de HP.
Robôs gigantes lutam sem esmagar a cidade
As batalhas de Mecha são bem simples de se executar, mas complicadas de explicar. Ela se passa em turnos. Há um ícone de ataque e um de defesa, além dos golpes especiais, que pode ter um ou mais ícones na tela (dependendo dos upgrades de seu mecha).
Ligado ao seu ícone de ataque, há uma porcentagem (de acerto) e um multiplicador (de dano), quanto mais ataque, maior o multiplicador e menor a porcentagem (diminui 10% a cada hit), e esse multiplicador de dano também serve para o boost de defesa do mecha, e para o dano causado pelos golpes especiais.
O turno acaba quando o seu mecha erra o ataque, o ataque especial é desferido ou a defesa é ativada.
O turno de defesa é simples, há uma barra com diferentes cores na parte inferior da tela e um ponteiro navega por ela, da esquerda para a direita. Você precisa clicar (em qualquer ponto da tela) quando o ponteiro estiver mais próximo do centro, que vai definir a redução de dano do ataque. E após 3 ataques do seu oponente, retorna a sua vez. Cada monstro possui 3 barras de energia, e quando ele perde as três, fim de luta.
Gráficos e sons
Graficamente, apesar de ser 8-bits possui cenários muito bonitos (levando-se em conta a limitação da pixelização), e apesar de a princípio eles serem um tanto repetitivos (questão de orçamento da meta linguagem do jogo, quanto maior seu estúdio, maior a variedade de cenários), eles passam a variar mais nas temporadas finais.
Cada personagem possui uma característica visual única e muitas vezes pode remeter a alguém famoso, seja ator, esportista ou personagem fictício.
Quanto a disposição das cores, quem cria é você, sendo tradicionalista ou maluco (Sei lá, tem gente que quer fazer sentai com roxo, laranja, marrom, branco e verde) e isso se reflete no seu uniforme, que vai se alterando conforme os novos equipamentos vão sendo comprados.
A trilha sonora é muito foda, sério, não tem outro adjetivo. Ótimos chiptunes que casam com cada momento do jogo. Seja ele tenso, tranquilo ou de reviravolta. O tema apresentado não decepciona.
E ainda temos dois temas cantados no jogo: O tema de abertura: “Power of Love, Chroma Squad!”, cantado por Shuu Koyama, e o tema de encerramento, “Be Brave”, cantado por Hitomi Go.
Um jogo recomendado, mas abaixo do ideal em consoles
Os problemas de Chroma Squad nos consoles, sejam de performance, impossibilidade de edição e mesmo alguns bugs que podem causar softlocks impedem que eu recomende cegamente a compra do game no Playstation 4 e no Xbox One.
No PC, recomendo, o jogo é divertido, redondo e ainda tem um editor pra você criar seus próprios episódios e compartilhar com a comunidade. Quanto a versão de Switch, eu não sei… Não tenho Switch.
Chroma Squad está disponível para PC, iOS, Android, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch. E esta análise foi feita com base na versão de PS4.